terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Do último post do ano

Natal.

Luzinhas nas árvores são sinais de que o ano está acabando.Sinal de que estou realmente envelhecendo.Sinal de que o capitalismo avana sobre nós e nos obriga a comprar mil presentes para os familiares.Sinal de que precisamos fazer aqueles planos para o ano que vem.Nossa, são aqueles planos que me fazem acreditar que o ano que virá pode ser melhor que o anterior.
Meu 2007 foi bom.Tá certo que não foi como meu 2006, meu auge da solteirisse, muitos agitos e coisas legais dando certo e tals, mas foi bom porque dei início a uma nova fase.É, justamente aqula que você começa a pensar que você não terá 22 anos para sempre.Veja, terei 23 daqui a menos de duas horas, entao não terei 22 para o resto da vida.Foi nesse ano que comecei a pensar mais fortemente em trabalhos, faculdades e morar sem pais.Nao consigo mais me encaixar dentro da minha propria casa.
Foi nesse ano que comecei a acreditar que, de alguma forma, consigo fazer uma coisa ou outra movida a raiva, orgulho ou teimosia.Passar o ano inteiro estudando Morfologia não é pra quem não tem paciência.Reler os Mattosos, Lemos, Basilios e Barrenecheas que continham na apostila não é pra quem não gosta.E eu comecei a gostar da coisa, mesmo sentindo uma raiva tao imunda por dentro quando o Alexandre me reprovou por meio ponto.Consegui reverter esse lance movida à raiva e ódio pela faculdade e pela Morfologia - ódio esse que se transformou em leve afeiçao.
Planos para 2008: puxar uma materia de micro-imuno.
Foi nesse ano que iniciei o Taekwon-do por admiração e continuo praticando por teimosia - cara, eu sou péssima na arte marcial!
Planos para 2008: entrar na academia de dança da Tainá.
Foi nesse ano que me apaixonei perdidamente, coisa que nao imaginara acontecer de novo.Dessa vez não sinto vontade de chorar ou de sentir raiva do mundo.Não sinto que tudo está perdido e que a única soluçao é voar pela janela.Sinto conforto, como se, finalemente, eu tivesse achado meu cobertor no meu dia de frio.
Planos para 2008: nada de metáforas cafonas sobre paixão.Tá, eu não tenho planos para 2008 com o Michel...vai depender dos planos dele também, hauhauhauahuaha.
Foi nesse ano que me afastei, sem querer, dos amigos da faculdade, achando que eles me atrapalhariam nos periodos mais avançados da Letras.Ledo engano.Meu CR, este ano, será baixo, nao por culpa deles, mas minha, por querer ser auto-suficiente...
Planos para 2008: 4o período com eles.
Foi nesse ano que senti necessidade do meu espanhol, de uma linha nova, de um emprego mais digno e foi quando senti minha maior afinidade com turmas, aulas, pré vestibulares...
Planos para 2008: realmente procurar um emprego digno.E voltar pro pré Consolaçao e Correia (vai ter gente que nem vai gostar disso, hehehehe).
E foi nesse ano também que conheci muita gente, fortifiquei amizades com outros amigos antigos, foi nesse ano que me explorei, inventei, criei mundos diferentes e viajei peo vasto universo da novidade...
Planos para 2008: fazer isso mais vezes.


Talvez, quem sabe, eu encare as luzinhas de Natal como algo mais agradável do que "falsidade - velhice - capitalismo selvagem".

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Pessoas loucas e epifanias

Eu li uma parada no orkut que me fez ficar um pouco mais tristinha.Nao costumo ficar dizendo por ai o que eu sinto sobre as pessoas e o que eu desejo pra elas, mas a verdade é que eu sempre tive medo de ficar sozinha.Nao sei porque eu tenho esse medo, ja que cresci rodeada de pessoas a minha volta.Talvez tenha sido na infância, ja que eu observava que todos quem eu gostava iam embora e nunca mais voltavam.Deve ter sido por isso que hoje eu tenho medo que um dia as pessoas possam ir embora da minha vida. É tudo muito complicado quando vc se sente querido e um dia essas pessoas que te faziam bem vao embora.As vezes nem é culpa das pessoas; a vida se encarregou de leva-las pra longe de mim, nao as culpo. Quando entrei no CPII, quando eu vi tanta gente legal a minha volta, eu me senti feliz.Nao me lembrava hoje do quanto eu era feliz, mas hoje eu me lembrei; achei um bilhete da epoca dourada e lembrei que eu era muito feliz.Talvez mais feliz do que hoje sou.E eu era feliz porque acreditava que toda aquela magia era pra sempre.Em 2002 eu percebi que o "pra sempre sempre acaba" e fiquei triste.Tao triste que eu observei claramente as pessoas indo embora da minha vida.A minha vida se encarregou de leva-las embora.Levou as lembranças, os risos, os sonhos, os momentos... Ainda guardo com carinhos as fotos e cartas e lembranças.Fitas cacetes com gravaçoes das nossas vozes infantis, dizendo besteiras e rindo delas.Diarios e papeis, descrevendo com tantos detalhes tudo que eu vivi naquele momento lindo; talvez meu talento para as letras ja estivesse escondido aos 12 anos.Era tudo tao sonho, era tudo tao bonito e acabou. Hoje me vejo rodeada de pessoas lindas, de coraçao puro e bom.E hoje sou feliz.Devo muito as pessoas que estão comigo hoje.Estou assim muito por causa delas.Pessoas antigas, que resistiram ao tempo; pessoas novas que invadem meu coraçao e me fazem rir a toa. Olho para esses novos amigos e sinto vontade de chorar, as vezes.Eles sao tao perfeitos, tao bons...E hoje eu sou feliz sabendo que isso nao é pra sempre.Isso vai acabar.Todos vao embora e outros virao.Mas nunca me esquecerei destes que me fizeram rir, sonhar...Desde daqueles do pré-escolar(recentemente encontrei um ex-coleguinha do pré, e por um segundo aquilo me fez bem)ate os do Intellectus.Eu sei que um dia a vida vai se encarregar de leva-los.Mas eu nunca vou deixar de sentir esse calor que sinto por todos estes que passaram na minha vida. Talvez alguns destes nao se lembrem mais de mim.Mas eu lembro de todos que me marcaram, lembro com carinho.De alguns, ainda desejo suas presenças.Mas sei que ja foram...nao voltam...Apenas nos bilhetes, cartas, depoimentos, diarios, fitas cacetes... Nao gosto de falar sobre isso, maldito flogão que me fez reescrever esse texto todo!Raramente falo disso, mas eu me sinto até um pouco mais aliviada. Nao gosto de me sentir assim; mas fiquem tranquilos, eu estou feliz!=)


08/09/06


Escrevi isso no blog ano passado e hoje aconteceu uma coisa que me fez lembrar desse texto.A Van, amiga do naipe "pra sempre", estava chateada porque alguns amigos nos abandonaram.Vanzinha, a vida é assim mesmo.Se nos abandonaram, é porque não eram nossos amigos.
Pensem nisso, gente.Qualquer dia desses eu colocarei o texto Da Amizade, de Michel de Montagner.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Da solidão

Esse espaço virou meu melhor amigo.Não que eu não tenha um melhor amigo, mas eu só sei escrever, não sei falar.Deve ser por isso que eu percebo que ninguém entende o que eu sinto.Não sei dizer o que eu sinto.
Deixar de escrever aqui foi um martírio.Li hoje um trabalho da faculdade sobre o que é a obra literária e eu percebi que a obra apenas existe.Não preciso de publico para que ela exista; ela simplesmente EXISTE!Meu blog existe nao porque ele não tem comentários, mas, sim, porque alimento de textos.Todos tão literários, tão gritantemente literários, que se torna ele por si só.
Sim, hoje teremos um post filosófico \o/

Na verdade, sempre que sinto-me sozinha, acredito que é quando mais preciso dele; meu maior companheiro de lágrimas solitárias e divagantes indecisões: o Babinha.As coisas me compreendem melhor do que os seres vivos.Sei que se sentar para conversar com a cachorra do meu aluno, ela vai querer me julgar.Babinha me entende, porque entendo o Babinha.Ele lá, na sua condição solitária de enfeitar minha cama de dia e ser apertado nas minhas noites mais sombrias (sim, eu, às vésperas de fazer 23 anos, durmo com bichinhos de pelúcia, dá licença?¬¬).
Meu último post talvez explicite o grande dilema atual.Minha inércia natural de capricorniana de querer acertar as contas com meus erros briga incessantemente com meu orgulho capricorniano idiota de sair de uma injustiça qualquer sem prestar esclarecimentos.Ir embora.Deixar pra trás tudo que aprendi e sei, tudo que conquistei, mesmo não sendo muitas coisas.De um lado, o orgulho me berra palavras como você não precisa disso, você pode muito bem viver sem isso e minha inércia diz você sofrerá muito sem tudo isso, que sempre te fez tão bem depois de momentos estressantes.
Batalhas.Elas são necessárias?Sangues e lanças e materiais bélicos...Meu pai ensinou-me que a vida é uma longa batalha.Precisa-se lutar, brigar por ela, sofrer e até morrer...morrer pela própria vida?Pensem nisso...Disseram-me que eu era boa.E eu acreditei.Por ter acreditado no que me disseram, fui atrás do que eu achei que eu podia.Lutei...e perdi.Quase uma batalha, como disseram-me.Ué, a vida é assim, não é?
Do que a vida é feita?O que podemos levar para o nosso sempre e o que nos é relevante?O que nos dá prazer em ser feito?A vitória dá prazer, e somente ela?O que nos é bom?O orgulho é bom?Perder duas vezes da mesma forma é condição natural do ser humano?Perdi quatro vezes uma vez e então ganhei.Suei, chorei, quase desisti.Babinha sabe o quanto chorei.Chorei por conseguir, chorei por ter conseguido.Todos os dias pela manhã eu caminho pelas pistas perigosas da Leopoldina perguntando-me se tudo isso valerá a pena um dia.As orações, os períodos simples, os sintagmas nominais, o morfe zero de Mattoso...Para que isso me é necessário?E os microscópios, as lâminas de análise, as minhoquinhas e o jaleco branco dentro do armário, o que elas poderiam me trazer, se eu tivesse seguido minhas derrotas constantes?Tentar e fracassar, tentar e fracassar...Chegar aos vinte e tantos anos com uma série de decepções.Complicado, pois ao pensar nisso, pergunto-me: preciso dessa decisão para viver em paz?A saudade não pode instalar-se no meu peito e ficar só como a grande espectadora de pessoas que têm talento para a coisa?Eu teria esse tal talento que disseram-me um dia?
Ainda não sei, e Babinha olha-me com os olhos grandes da fabricação em Taiwan.Ele me entende.Viu como corri atrás e sonhei tanta coisa boa pra mim.Viu como eu perdi, venci.Fui determinada e exigi de mim mesma um desempenho à altura da minha determinação.Se ela é alta, exijo minha perfeição.Não que isso seja o determinante da minha vida.Morrer pela própria vida nunca fez parte da minha lista de coragem.É fato que sempre quis meu melhor e sempre nesses momentos que só me exibiu o pior.
Post grande e pessimista, não acham?É porque é muita, mas muita coisa mesmo a ser dita.Coisas que eu não sei dizer mesmo.Eu olho para o Babinha e ele sabe o que é tudo isso, ele é sábio, detém os meus devaneios da madrugada silenciosa.As pessoas que mais eu tenho amor não são capazes de entender a complexidade de um devaneio tão simples.
A decisão aperta-me conta a parede.Grita em meus ouvidos.Luta dentro de mim.Socos e pontapés na boca do estômago me fazem perder o ar.Entonteço.Tudo fica tão escuro agora.Babinha está ao meu lado sempre, pra onde eu for.E ele me abraça para me proteger dessa tão ardilosa batalha entre meu eu contra o meu outro eu.Aquele que quer, e aquele que age.Eles nunca estão em sintonia.E eu fico sem saber para onde ir.

Coisa tão pequena a ser decidida.Por que tantos devaneios, meu Deus?Ir-me-ei ao encontro do sábio Babinha.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Da despedida

É difícil dizer adeus, mas ela não pensou duas vezes.Aquela situaçao estava muito insuportável; as discussões eram cada vez piores e por mais que ela tentasse, nao conseguia vencer uma batalha diaria.
Foi quando, silenciosamente, depois da que ela julgou a pior discussao entre eles, resolveu que ia fazer as malas e partir.Na escura madrugada, abriu a mala em cima da sua parte da cama e colocou ali dentro tudo que ela julgava necessário para a partida.Seus amigos sempre chamaram-na de teimosa, mas dessa vez tinha ido muito mais longe do que uma teimosia de criança; a paciência esgotara-se.De paciência, encheu a mala, sobrando um espaço um pouco menor para as outras coisas.Precisava de coragem.Coragem poucos tem de abandonar o que mais se gosta.Já fizera isso numa outra ocasião e enchera a mala da mesma coragem e paciência que enchia desta vez.Seria a última; não voltaria mais a pisar nesse lugar.
Precisou de alma para enfrentar a partida.Despedir-se de tudo que lhe queria bem era difícil, mas muitas marcas foram deixadas em seu corpo.Sim, aquela relação era muito intensa de todas as formas e ela feriu-se de tantos modos.Seu corpo já estava coberto de escoriações, mas sabia que sentiria falta.Colocou alma em sua mala, mas ela nao podia enche-la, ainda.
Achou que precisaria de futuro para colocar em foco, mas decidiu manter no armário.Deixa que a mala me leva, disse para si, muito baixinho para que ele não ouvisse.Deixou o futuro na gaveta e achou outras caixinhas que talvez fossem necessárias.Paixão.Paixão?Leva-se paixão numa despedida?Na sua última partida ela deixou a paixão para trás e seguiu sem ela.Foi bem sucedida.Nada de levar paixão, então.Paixão carrega remorso.
Ah, o orgulho!O orgulho era um caixotão pesado, mais pesado do que a paciência e a coragem.Cabia exatamente no espaço vago na mala, como se a mesma ja tivesse um compartimento específico para ela.O orgulho era para que ela nao voltasse atras na sua decisão.Na sua última despedida, deixou derramar do lado de fora da mala um pouco do seu conteúdo e arrependeu-se; desta vez nao precisaria de cuidado.Pegou cuidadosamente com as duas mãos aquela caixa pesada e encaixou delicadamente no vão da mala.Sentiu-se segura desta vez.Tudo estava ali dentro.
Era necessária aquela partida, mesmo que fosse por algumas temporadas.Precisava seguir um rumo diferente, ou não seguir; apenas pensar sobre ele, refletir sobre tudo aquilo que havia passado.Os amigos davam-lhe força e até ele deu-lhe muito apoio e confiou nela.A convivência era difícil e o trabalho era arduo demais.Não dava para suportar aquela dor, aquela baixa estima.Queria sumir dali, antes que amaldiçoasse todos os momentos daquela vida que viveu naquele curto periodo de sua vida.Curto, porém intenso.Extremamente.
Ela fechou a mala com facilidade, mas nao foi fácil tira-la de cima da cama.Era pesada.Com certeza ia fazer barulho para arrastá-la.Olhou para trás, viu o armário aberto.Viu as únicas roupas que deixara penduradas no cabide: uma calça branca, um paletó, uns tops coloridos e uma cinta amarela.
E partiu.
Percebeu que ele viu-na partindo, mas ela não olhou pra trás.Abriu a porta e sumiu na escuridão da noite.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

De dezembro - Poesia

Nao dá pra ficar longe do papel e da caneta...e nem no caso ficar longe do meu pc, maior confidente de todos os meus segredos.

Depois de alguns comentários sobre meu ultimo post, percebi que eu nao devo escrever para os outros.Eu escrevo porque amo, porque preciso.

Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso frequento os jornais, me exponho
cruamente nas livrarias:preciso de todos.

Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.

Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros,
carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem...sem que ele estale.

Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma. Não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! Vai inundando tudo...

Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos-voltarão?
Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam).

Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.

Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar,
ilhas sem problemas, não obstante
exaustivas e convocando ao suicídio.

Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
que o mundo, o grande mundo está
crescendo todos os dias,
entre o fogo e o amor.

Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
-ó, vida futura! Nós te criaremos.

Carlos Drummond de Andrade


Estou para montar textos novos...


Bjus

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Da Capo

Da capo.
Expressão do latim que significa do começo.
O início das coisas é sempre muito divertido.É, isso ai, divertido e confuso.Ou divertido e estranho.Ou divertido e inaceitável.Mas sempre divertido.
É interessante quando vc inicia uma coisa.Tem aquela fase de adaptação, aquele estranhamento.Um primeiro dia de aula, primeiro dia morando fora de casa, primeiro dia de viagem, primeiro dia de namoro, primeiro dia de fim de namoro, enfim.
A adaptação sempre é meio estranha.Vc tá lá, vivendo sua vida, bem quietinho, na sua, quando vem aquele turbilhão de informações lhe dizendo que a partir de agora tudo será diferente.Pra se adaptar com esse novo ritmo, pode demorar dias.Meses.Pode nunca acontecer.
Digo isso porque eu tenho uma capacidade muito rápida pra se adaptar ao meio.Engraçado, meu elemento do signo do zodíaco não é agua, mas eu tenho uma facilidade de cagar pras mudanças e fazer tudo do jeito que a própria vida manda.
Sei agir num primeiro dia de aula, de emprego, de qualquer coisa.Mas parece que a gente perde o talento quando a gente fica muito tempo sem praticar uma coisa.
Acordar de manhã não é mais a mesma coisa.O telefone não é mais o mesmo, e já me adaptei ao telefone novo e a idéia de que o antigo fora roubado.As idéias da cabeça não são mais as mesmas, e os planos para passear não são iguais.Não é tão complicado a ponto de virar um post de fotolog, mas pra mim é tão difícil me adaptar a essa nova rotina...
O começo das coisas sempre são fáceis pra mim, mas ainda não me acostumei com o status novo do orkut.Com a pessoa nova, com as coisas novas, com a rotina nova.Depois que minha vida passou por uma bagunça frenética e gostosa de informações a todo instante, nada ficou igual.Tudo pode mudar a qualquer momento; minhas idéias, minha vida.Meus dias são sempre diferentes, mesmo que eu faça a mesma coisa sempre.Os caminhos, os trajetos são iguais, mas não são a mesma coisa.Fechar o portão do prédio e virar as costas não é mais a mesma coisa.A força não é mais a mesma e eu sinto que esse começo promete história.
E ai, da capo!

30/04/2007

P.S.:To mto chateada, nem to com mais empolgaçao de escrever.Ngm entra no meu blog, e eu tenho que ficar mendigando atençao.Este será meu ultimo postl, escolhido com carinho pra refletir o fim do começo.

Bjus

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

De tudo

...e foi ai que sentiu medo...
Parecia tao facil para quem já estava acostumado a viver assim.Era tao mais facil do jeito antigo, mas a vida resolveu virar de cabeça pra baixo, como nos romances que costuma ler.Aqueles em que tira toda a expectativa de um determinado final e te direciona a outro.Mas a sua vida nunca foi um romance.Ninguém ousaria publicá-la em um livro, para todos lerem e fazer comentários.Não, não...
Se fosse explicar tudo, mas tudo que pode ser mudado numa vida só, talvez um pequeno espaço da internet nao seria suficiente.
O medo sempre vem pra fazer com que criemos coragem.Mas quando a coragem demora a surgir, o medo consome mais e mais...
Viu a coisa evoluindo, a vontade crescendo, o coraçao batendo...Não soube mais o que fazer ou como agir.Os olhos não fizavam mais o mesmo ponto e nao sabia mais pra onde correr.Parecia tão ridiculo aos olhos dos outros, mas era muito grande.Maior do que pode ser, do que deve ser.Por isso sentiu medo.
Medo de que houvesse uma grande explosão, que nenhuma metáfora seria capaz de explicar.Medo de falar, de agir.De ser.
Ser como uma pessoa idiota, uma grande idiota que age como se avida conspirasse a seu favor.Algumas coisas podem ir do jeito que você quer, mas não significa que a vida é o que você quer.É como se esperasse uma surpresa ruim sempre, como se um dia pudesse acordar, levantar da cama e tomar seu café.
Seria um sonho apenas?Mas não tem como explicar os sonhos em que sentem-se cheiro, gosto e dor.Mãos geladas e vontade de voar, elas fazem parte da realidade?
...sentiu medo de tudo, de tudo não ser mais nada...

07/05/2007

P.S.:Com esse post inicio uma série de textos que escrevi por esses últimos dias.No blog http://afundonasletras.blogspot.com tem nao só meus textos, mas tambem textos dos meus "filhos", que são otimos escritores.Vale a pena conferir.
Quero comentários, quero saber quem me visita.Porra!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Do ponto de vista

Aluno: passou o fim de semana inteiro e perdeu aquele encontro com aquela menina show de bola pra ler todos os textos que iam cair na prova.Deixou de ir a praia e levou o material até pro trabalho pra ver se conseguia dar uma lidinha.Chegou mais cedo na faculdade umas quantas vezes pra ficar fazendo exercicios e resumos da materia.Tirou dúvidas com o monitor, amigos e decidiu que ia fazer as provas anteriores.Assistiu todas as aulas, sentou lá na primeira fileira, se incomodou com a conversa paralela e virou noites.Fez a prova e tirou 4,5.

Professor: Passou a porra da madrugada montando uma prova fácil e objetiva pros alunos da turma de grego.Ficou estressado com os burburinhos durante a sua aula.Pasou toda a matéria no quadro e ninguém levantou o dedo pra fazer perguntas.Perdeu a paciencia com trabalhos entregues fora de data e trabalhos mal feitos.Corrigiu a prova de um dos seus alunos e, sem olhar o nome dele, exclamou "esse cara é um inútil!".

Era a prova do nosso companheiro ai em cima.

Pergunta: qual é a forma correta de estudar?Qual a forma mais eficaz de rendimento?Por que há tanta gente inteligente desvalorizada por ai?Por que todo o esforço não é recompensado?

Vai entender o que é um professor-aluno...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Da grande decisão

...e quando vejo que não é bem assim eu fico sem entender porque é que tem que ser por esse caminho, porque eu acho que não sou tão ruim a ponto de ser tratada de forma X e nem tão boa pra ganhar exclusividade, se bem que eu queria muito um pouco de destaque mas acabo acreditando que não conseguiria alcançar um status como esse, porque na verdade tudo aquilo me relaxava e me fazia me sentir bem e me deixava leve e me deixava tantas coisas mais inclusive feliz e quando eu penso nisso hoje, ah, hoje foi tão estressante, porque eu sai de casa hoje?Aliás eu tenho que resolver como eu vou fazer pra arrumar meu quarto que tá uma zona, mas é tanta coisa na minha cabeça, tá vendo?To eu aqui me matutando uma grande decisão e já lembrei que eu tenho um quarto zoneado pra arrumar, mas eu tenho que encontrar tempo entre namorado faculdade trabalho pra arrumara aquele maldito quarto porque eu nem consigo entrar nele outro dia tentei fazer o Chon-Ji no meu quarto, mas nem o gonum so dava pra fazer direitinho, mas isso me faz lembrar da minha questão inicial a minha grande decisão envolve dinheiro e dinheiro é uma coisa que faz falta porque é uma coisa que tenho cada vez menos e essa decisão vai influenciar, sei lá e na verdade nem é o dinheiro é o valor das coisas em si porque será que sou tão ruim pra ser esquecida?Meu dinheiro que se vai embora e eu nem sei se o valor do dinheiro é compatível, não que eu compre alguém, mas é que eu achava que poderia ser melhor pelo dinheiro que gasto, sem querer dizer também que eu pago pra receber atençao porque eu nao mendigo nada de ninguém, eu tenho tudo que eu preciso dentro de mim, eu dou minha propria atençao e o valor que eu mereço, mas o problema é a minha autoavaliaçao que sempre é muito rebaixada e eu me sinto rebaixada pelo meu contexto eu me encontro tão desvalorizada que eu não sei se a decisão a ser tomada é sair ou não do...


P.S.:o proximo post será em resposta dos seus comentários.Gente, mesmo que odeiem comentar nos blogs dos outros, deixe seu nome nos comentários, só dizendo o que achou do que escrevi (quero me expandir nessa area, já falei, po!!!!)

sábado, 13 de outubro de 2007

Da infância

Eu tenho 22 anos.Isso significa que estou na faculdade, trabalhando, sofrendo problemas financeiros, namorando sério e tendo todos os problemas de gente grande que costumam acontecer.É lógico que isso tudo não se encaixa com o que vivi há dez anos atrás, quando eu era uma menina que estava saindo dessa fase da infância.A falta que eu sinto do carrinho de rolimã descendo a ladeira e dos tombos homéricos que levei quando eu jogava bola no estacionamento do prédio não se comparam a nada.
Eu era um menino, assumo.Jogava bola, adorava as aulas de judô que eu não fazia (é coisa de menino, dizia mamãe), corria atrás dos meninos pra bater e até bati em algumas meninas da escola.Sim, sempre fui muito marrenta.Adorava uma bermuda, mas eu me sentia deslocada das amiguinhas por ser praticamente um moleque.Então eu brincava de Barbie.Passava a tarde inteira na casa da minha melhor amiga que virou minha irmã, a Sá, penteando cabelos de boneca, vestindo-as para bailes com musiquinha que a gente promovia entre as nossas bonecas.As minhas bonecas eram lindas e as roupinhas da Sá eram muito legais, então a gente se divertia de verdade.Tardes e tardes no quarto dela, comendo pipoca e brincando de bonecas.Assim eu aprendi a cuidar dos meus brinquedos.Eles tinham caixas específicas, eu fazia a zona na sala, minha mãe ficava doida, mas pra arrumar eu levava décadas; eu colocava peça por peça dentro da caixa, pra não quebrar ou amassar.Antes do meu irmão nascer, eu tinha Barbies lindas, roupinhas fantásticas, ursos de pelúcia, mas me amarrava numa bola de futebol.Depois que ele nasceu, muitos carrinhos e bonecos daqueles seriados japoneses (Jiraya, Jaspion, essas coisas) tomaram conta da sala.Aprendi a gostar de carros e ensinei meu irmão a cuidar dos carros dele.Claro que sem muito sucesso, ele é uma máquina mortífera!Mas eu tentava, e isso valeu a pena.Montávamos Lego, ficávamos a tarde toda com aquela cidadezinha de pecinhas coloridas pela sala, meu avô pisava nas pecinhas espalhadas na sala e minha mãe tinha infartos só de pensar.Na verdade, meu avô sempre deu corda pras nossas bagunças.Meu irmão sentiu muita falta dele quando ele foi pro hospital e nunca mais voltou.A lembrança mais bonita da minha infância era meu avô, com seu chimarrão sentado na cozinha as nove da manhã.Quando ele foi embora, eu já era uma adolescente.Mas meu irmão era criança de carrinhos e Lego e ele ficou muito mal.
Adorava viajar pra Angra.Minha tia tinha uma casa absurdamente linda perto do corpo de bombeiros da cidade e tinha piscinas enormes e azuis.Eu ficava doida!Adorava brincar de tubarão naquelas piscinas.Quando eu era bem pequena, eu ficava na piscina de gente pequena; quando eu resolvi cresceeeeeeeeeeeeeeeeeeeeer, passei a frequentar a piscina de gente grande...com 11 anos.As meninas que iam brincar na casa da minha tia tinhas 12 ou 13 e ficavam na piscina pequena.Dentre tantas outras observações que fiz ao longo da minha puberdade, percebi que teria problemas com a minha aparência.
A familia do meu pai é composta por pessoas gigantescas.Meus avós, pais dele, nao eram tao grandes assim, mas meus tios nao sao tão baixinhos quanto eles cismam em dizer.Meu pai tem 1,84m.Nas festinhas da escola, era um saco montar um par para mim nas festas juninas.Eu queria dançar sempre com o mesmo menino, a minha primeira paixãozinha (que me rendeu uma história peculiar uns 15 anos depois), mas ele sempre foi muito baixinho.Aliás, TODOS da minha turma da escola eram muito baixinhos pra mim.Minha mãe dizia que eles eram baixinhos, mas eu sabia que era exatamente o contrário; EU era muito absurda pra eles.Enfim, micos à parte, porque eu tinha que dançar com aqueles guris que batiam nos meus decotes do vestido da festa junina, sempre curti participar dessas apresentações da escola.Na 4a série, eu segurei um cartaz, minha mãe ficou toda orgulhosa e tirou dezenas de fotos.O que dizia no cartaz: um ponto de exclamação.É, assim, ó: !
Eu fazia balé.É, não riam, eu fazia balé!!!Usava aquelas roupas rosas, com sainha, meia calça e maiô, um coque na cabeça e lá estava eu, linda e bela, com minhas sapatilhas também rosas.Eu me sentia a garota mais bonita da turma.É claro que eu não era, aos dez anos eu era um vara pau!Era estranha, eu...Continuando, ai eu fazia balé.Levantava minha perna nas alturas, saltava como uma pluma e tinha aquele perfil de bailarina...claro que eu sempre ficava escondida no palco, as meninas mais bonitas ficavam na frente.Eu odiaaaaaaava isso!Foi ai que eu tive um surto de inteligência e passei pro CPII.Tive que sair do balé!Foi ai que a minha professora de balé decidiu dar uma valorizada na criança que vos fala.Passei a dançar lá na frente, no meio do palco, e todos conseguiam me ver.Linda?Lógico!Era a única da turma que usava sutiã.Ah, me sentia o mulherão.Há quem diga que hoje sou um mulherão, mas aos dez anos, quem tinha peito era um mulherão!
Minhas brincadeiras de rua foram os piques, que me renderam um gesso na perna aos 7 anos.Virei o xodó da tia.Muletas, gesso e cara emburrada.Nunca ficava feliz com machucados que limitam meus movimentos.Estou contundida hoje por causa do TKD (Gabriel, matador de criancinha, que piorou meu pezinho depois que eu chutei a mão de pedra do Jeffrei¬¬) e isso tirou todo meu humor do feriado.Aos sete anos eu me ralei, cai de cabeça, e torci o pé esquerdo.Na minha adolescência tirei 7 dos dez dedos da mão do lugar e ferrei o joelho, tudo no futebol e handbol da escola.Sempre ficava de mau humor.Voltando aos sete anos, foram 15 dias com aquele gesso maldito.Ao tirar aquela porcaria, voltei a aprontar e correr, e todas as cicatrizes vieram.Elas sumiram com o tempo, mas meu joelho era constantemente coberto com band-aids.Hoje tenho 4 cicatrizes: uma no pé, por causa de futebol, uma no tórax, quando o espelho do banheiro caiu em cima de mim e duas na virilha, quando fiz um exame.Isso ainda foi na minha infância, mas no finzinho dela, quando fui na casa de uma amiga em Vista Alegre (no CPII conheci muitos lugares longínquos - agora ando explorando áreas perigosas) e um pernilongo estranho me picou.Minha perna ficou cheia de manchas verdes e marrons e eu fui numa dermatologista pra saber o que rolou.Ela tirou um pedacinho da minha pele bem perto das manchas: na virilha.
Curtia Xuxa, Paquitas, Trem da Alegria e Os Abelhudos.Adorava Mara e, quando fiquei mais velha, com uns nove anos, passei a gostar de Eliana.Aos 11, descobri os clássicos japoneses, Sailor Moon, Cavaleiros do Zodíaco, Jaspion e Jiraya.Adorava Sandy e Jr e fui fã deles até uns 18 anos, quando eu percebi que eles ficaram realmente muito escrotos.Aos 14 ou 15 anos, via Chiquititas.Largava a mochila da escola longe e ligava a tevê.Cavaleiros do Zodíaco, meu desenho favorito.A Saga das 12 Casas.Amava!!!!O cosmo flamejante, Shun esquentando Hyoga, aqueles cabelos esvoaçantes do Shiryu, o Seya, ele era escroto, mas meu preferido era o Ikki.Eu sempre fui marrenta como o Ikki, meio fria, até os meus 14 anos.
Não tive amigos de infância, apenas a minha irmã Sá, na verdade, amigos de verdade ainda espero estar conhecendo-os.Brinquedos, hoje todos estão guardados na casa do meu tio em Caxias.Livros infantis foram dados e hoje baixei tantas músicas infantis para a festa.Festa ploc, eu vou me acabar lá.Aos 22 anos, trabalhando, estudando, namorando sério e tendo problemas de gente grande.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Das grandes reflexões sobre as grandes reflexões

Disse Bianca Regina: A gente tem crise de baixa auto-estima quando estamos perdidos, não quando estamos feios ou derrotados.

Nada que aconteceu na minha vida foi normal.Não deixo de ver emoção nela, mas freqüentemente reclamo das jogadas que a vida me leva.Ela prega peças e, quando a gente vê, está mergulhado num momento de grandes decisões.

Minha nota de latim foi uma grande vergonha.Já a de grego foi até que bunitinha.Acredito que eu fui muito melhor do que meus resultados mostraram no meu exame de faixa e sei que minha prova de português é uma grande incógnita.Fato: ainda não acredito na grande cagada de passar para a UFRJ.Questão de inteligência e sagacidade?Não, disso eu sei que não.Algo como destino ou, pra quem não acredita, extrema sorte.

Sim, as pessoas têm a tendência de sumir.Então que elas sumam!Foda-se todas as pessoas que somem!Um brinde ao foda-se!

É uma questão complicada o amor.Só sei que nada sei?Sei...é claro, tudo sempre me fez tanto sentido, mas estava tão cega...Porque a gente não enxerga essas coisas tão obvias?É mais obvio do que 2+2...Amo.Foda-se o que não deu certo.Amo, amo mesmo e é isso ai.A vida é feita disso, principalmente porque não adianta me puxar para outros caminhos; já decidi que aquela foi a última solidão da minha vida (♫ e nunca mais solidão...solidaaaaaaaaaaao...♫ ).

Minha vida costuma caminhar pro lado onde a privada se encontra, mas sempre existirá o Bom Ar.Tá tudo cagado, mas a gente espirra aroma de flores do campo e ninguém percebe.E se a vida não fosse uma merda, qual seria a graça dela?É com merda que a gente aduba a vida...

A barata de Kafka realmente tem mais moral do que o gafanhoto que eu tenho ser...

A velhice chega.Serei uma velhinha enxuta.Ou pelo menos tentarei ser!

O sono é uma coisa que faz parte do meu cotidiano.Faz parte dormir, ressonar, babar enquanto o Pucheu fala que a laranja não pensa.Faz parte as dores nas costas, as ânsias de vomito, o fechar de olhos em pé no ponto de ônibus, o não dormir esperando namorado ligar.Faz parte porque pra viver, sente-se sono; é uma condição básica para isto...

Pobre.Fato.E cada vez mais.O lance é parar de sonhar com aquele iate, Fernando de Noronha e o Audi A4 se eu realmente quero ser professora.

E dai que eu não lembro de nada que leio?Não lembro nem do que eu tô fazendo aqui...

domingo, 30 de setembro de 2007

Das grandes reflexões

Primeira grande reflexão: é difícil conquistar o que você deseja, mesmo se você o desejar muito.Aquele filme do Segredo não dá certo com pessoas como eu.

Segunda grande reflexão: definitivamente não dá pra levar uma vida de merda e ser feliz.Se desse, as árvores não seriam tão apáticas.Não dá pra ter um emprego sugador, repetir uma matéria na faculdade, não ter uma vida social e introspectiva decente, esquecer a fisionomia dos amigos porque faz mto tempo que você nao os vêem e ser feliz mesmo assim.

Terceira grande reflexão: passam-se anos, decênios, milênios, eras, anos-luz, mas se você tem um caso mal resolvido atrelado no seu interior, não dá pra descansar.Por mais que o tempo tenha passado e você tenha decidido definitivamente se afastar de todas as lembranças boas e ruins do seu passado não esquecido, as coisas voltam nas pequenas lembranças e nas pequenas perguntas.Vai abalar você?Claro que nao, o que você sentiu nem foi tao importante assim, né?

Quarta grande reflexão: por que por mais que você leia você não consegue assimilar o que foi lido?Porque sua cabeça não está preparada para intelectualidades.

Quinta grande reflexão: dá muito errado acreditar que um lance pode ser pra sempre.Principalmente quando esse lance for compartilhado com alguém alvo e você seta, sendo que o alvo, na certa, não te espera, dizia sabiamente Moska (♫ então me diz qual é a graça de já saber do fim da estrada quando se parte rumo ao nada?♫).

Sexta grande reflexão: nao adianta querer ser gafanhoto quando se é uma mera barata.Se fosse a barata de Kafka, até poderia ter uma moral considerável, Daniel Sam...

Sétima grande reflexão: nao, ainda não inventaram uma forma de o relógio correr mais devagar.Estou envelhecendo.Isso percebi ao cantar
♫Sou feliz por isso estou aqui.Também quero viajar nesse balaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao♫ para meus alunos e ouvir um "isso nao é da minha época" como resposta.Ou ouvir um aluno perguntar como era o Super Nintendo quando você saltita de alegria ao contar que agora você tem um emulador dos clássicos do Super Nintendo no computador.

Oitava grande reflexão: por que sentimos sono?Para atrasar nossa vida e entrarmos em desespero, principalmente porque você não consegue, de forma alguma, acordar no horário certo (eu, por exemplo, nunca cheguei na faculdade às sete e meia em ponto ou antes O.O)

Nona grande reflexão: por mais que se junte dinheiro, você nunca o tem.

Décima grande reflexão: tem horas que eu me pergunto porque consegui entrar no CPII, UFRJ, porque passei pra UFF, se a minha capacidade intelectual alcança apenas Estácio.É, algo com certeza vai mudar (ou está mudando, ou mudou) minha vida nestes lugares.Porque o destino é apenas a justificativa para o sucesso, ou uma grande cagada de vaca (que são maiores do que as diarréias de banheiro público...).

Fato, minha auto estima está perto do moral de Mafalda...

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Do banheiro

Quer coisa mais intima do que o banheiro?

Foi o que ela pensou quando, branca de dor de barriga, entrou no banheiro da escola.Tinha comido um daqueles pastéis gordurosamente deliciosos na cantina e agora era isso: estava perdendo a aula de matemática pra cagar.

Ai, dor, ai, dor...

Mas fazer coco no banheiro público?E se ouvirem os puns?E se sair cheiro?Ah, nem dava mais pra pensar, foi logo entrando no amplo banheiro do segundo andar que, como era previsto, estava vazio.Todos estavam em aula.Menos ela, que estava forrando o acento do trono com milhões de papeis higiênicos.Não dá pra cagar abaixadinha!Não sou índia pra abaixar por ai!

E foi assim que se sentiu a vontade para passar por sua vida de rainha.Como queria sua casa, seu próprio banheiro e seu próprio Bom Ar.Estava sozinha, podia sentir aquelas dores borbulhantes à vontade.

Sabe quando dói mesmo sua barriga e voce se sente um copo de rexon?Fica tudo borbulhando dentro de voce e isso te provoca punzinhos bem fétidos?

Muito intimo, não acham?Pois é, não podia ser mais intimo do que ficar exposto a uma diarréia.Mas ela estava sozinha...não mais; agora ouvia a porta do banheiro se abrindo.Eram vozes conhecidas, eram meninas da sua turma.Umas três, pela voz.Ah, que vergonha.E la estava ela cagando dentro do reservado, cheia de papel higiênico no acento, com aquele fedor que nem Jesus aguenta.Duas meninas entraram no banheiro e aquela chatinha da sua turma ficou do lado de fora dos reservados.Eram três cabines e ela estava usando a ultima.Interditada pq o cheiro tava demais.E foi ai que ela ouviu:

O cheiro desse banheiro é absurdamente forte, né?
Forte nada...alguém se borrou todo por aqui!

Descobriram seu esconderijo, e o pior é que a dor ja passara, mas nao ia sair de la de dentro enquanto ouvia essas vozes.Ia sair do reservado e iam encontra-la, linda e fétida, com as maos amarelas.Quero só ver se voce iria...

Decidiu ficar no vaso, sentadinha.Mas por algum motivo, as meninas nao saiam do banheiro.Mas ela precisava dar descarga naquilo, estava fedendo muito?O mal estar voltara, mas agora era enjôo, o cheiro era fortíssimo!E o pior é que ela estava ao lado da obra de arte.Dá-se um jeito nisso!

A descarga!Mas a descarga é barulhenta, se ela puxar a cordinha, sua mascara cai de vez.Todos saberão quem está no reservado.Tudo bem, nao há problema nisso, sua reputaçao foi para a casa do caramba, entao vai a descarga...

Ela ouve mais vozes.Parecia ser a...perai...a professora de matemática, mas o que ela tava fazendo ali?ótimo, ela ouviu seu nome saindo da boca da professora.Ela estava no banheiro fazia mais de meia hora e a aula estava quase na metade!As meninas do banheiro alegaram que nao a viram, mas a professora, nao satisfeita, decidiu chamar a inspetora para saber se ela vira a pobre cagona.

E la estava ela sentada no vaso, em cima da obra cheirosa, as três meninas, a professora de matemática, a servente e a inspetora da escola discutindo sobre seu paradeiro.O cheiro aumentava mais e mais, ela nao dera a descarga!O cheiro virou comentário.Estava fazendo muito calor naquele banheiro tao pequeno, ela precisava sair dali!A descarga, pelo amor de Deus!!!!

Foi quando uma das mulheres percebeu a origem do cheiro: a ultima cabine do banheiro.Ja viram seus pézinhos, filha, era a hora de se entregar.Descarga...ultima conferida...nada havia descido!E a agua começou a subir e subir...e o cheiro estava muito mais forte...a privada entupiu!A menina la dentro do banheiro, com a porta que agora tinha trancado de vez (de tanto que apertara a tranca na hora da confecção da obra), com a agua da privada transbordando, jorrando merda pra todos os cantos, com metade da escola na porta do reservado (sim, porque nessa altura do campeonato, ja tinha até o inspetor dentro do banheiro feminino, depois que interditaram por mal cheiro).A porta nao abria, o coco saia pela privada, a ânsia de vomito, a professora batendo na porta...Bate de fora, bate de dentro, grita, berra, a porta soltou!E, junto com a porta, escorrega-se a azarada e todo seu conteúdo originário do intestino...

E é assim que se fica exposto.Caga-se, limpa-se, descarga-se e paga-se vexame.

A menina nunca mais foi àquela escola.

P.S.:Reflexão originada enquanto eu curtia uma prisão de ventre no banheiro publico.Porque todos tem prisão de ventre.E porque todos ja passaram por um vexame semelhante.Em momento algum disse que seria um post limpo, a nao ser que vc já tenha visitado um banheiro publico limpo.Particularmente, nunca fui a um...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Do que a gente pensa sobre as pessoas

Pensam que eles vão embora pra sempre?
Não vão.
Eles sempre voltam em outras peles, em outros corpos.Eles estão sempre vivas.
Antes que pensem que estou pirando de vez, deixe-me explicar: estes ultimos dias estão me revelando coisas surpreendentes.Começo a entender o poder do adeus, sem que me digam que poder é esse.A tendência das pessoas é de sentir medo da solidão, mas eu achava que eu não tinha.Tenho mais medo do que pode voltar, de quem pode voltar.Encarnado em outra história, em outro corpo, em outra pele.As pessoas podem ser mais iguais do que a gente imagina.
Ando assustada com umas ou outras pessoas.Assustada com as reações, tão iguais, os olhares e as opiniões.Idênticas.É como se eu pudesse ver sua pele clareando, o nariz afinando, o cabelo crescendo...E isso me assusta.
Assustou também ler um livro cuja personagem é tão igual a mim.Alvo de fofocas, a menina grande que é alvo de todas as atenções perde sua melhor amiga por motivos tão banais que ela não consegue entender.Dor...as atitudes, os diálogos, as cenas...Iguais como naquela vez em que ela se foi sem dizer uma palavra, quando mais precisei.E o foda-se sonoro que consegui dar depois de tanta saudade.Mas não adianta o tamanho do foda-se; eles sempre voltam.
Mas nada me assusta mais, mas nada me apavora tanto quanto a volta destes fantasmas do que o monstro que se cria.O monstro que diz que não vale nada a pena, que nada adianta preservar e cuidar e se manter no mesmo lugar.
Porque se fantasmas chegam, o monstro pode muito bem me atacar...

...ainda bem que o monstro se esconde por algumas temporadas...

domingo, 16 de setembro de 2007

Poesia


    Memória

    Amar o perdido
    deixa confundido
    este coração.

    Nada pode o olvido
    contra o sem sentido
    apelo do Não.

    As coisas tangíveis
    tornam-se insensíveis
    à palma da mão

    Mas as coisas findas
    muito mais que lindas,
    essas ficarão.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Dos comentários

O que me deixa mais feliz não é a oportunidade de escrever minhas coisas no meu blog.É saber que tudo que eu escrevo é bem recebido.Considero a opinião de vcs muito importante pra mim, sem ela eu não vivo, é sério.Preciso muito de vcs, meus amigos, pra seguir em frente, tanto que quando estou longe de quem amo fico muito triste e ranzinza...

Piegas, né?

Então quero fazer comentários sobre os comentários que vcs fazem pra mim aqui, certo?
Poesia, Da lua - Van:
Vanzinha, minha lindona, é muito bom saber que estou na sua lista de favoritos^^.Saiba que adoro ler também o que vc escreve no seu blog (digna quente e letrista, ahauhauahau), porque é isso que temos em comum; somos muito cheias de alma pra nos expressar.Acho que vivemos muito intensamente...nossa conexão vai além da nossa força nas palavras, vc sabe disso, né?

Dele, Do cotidiano - manhã - Rony:
Ah, bebê gostoso de mãe!!!Sim, vc acabou de passar vergonha no meu blog, em rede mundial, ahuahauahauh!Vou te confessar uma coisinha, mas é segredo, não espalha: tenho 479 dementadores na minha cola, querendo acabar comigo, com as minhas idéias...Mas vc sabe que a mamãe aqui é mto forte, sabe lidar com todos eles com meu poderosíssimo expectum patronum!!!Ahuahauahuahauah!E sabe, a ausência dos meus amigos me deixa um pouco cabisbaixa, vc deve ter notado isso esse semestre.Ando um pouco mais melancólica porque estou sozinha.Port ferrou minha vida, se não fosse pelo Gostosão, estaria em várias turmas com vcs todos...E como eu escrevo com a alma, é realmente como se eu tivesse contando algo muito importante pra vcs, meus amigos...Acho que um segredo é mais intenso quando vc conta para um amigo que vc confia...

Do cotidiano - manhã - Barbara:
Grego tá legal, eu juroooooooooo!!!A professora é super bacana, a Alessandra...a voz dela é bem fina, então é engraçado quando ela chama atenção da turma com seu então estridente...hauahauhauahauahu!Alias, o que são nossas aulas de latim, aff, Maria!!!!Haja muita paciência pra aturar aqueles verbos gigantescos e tals...Aliás, vc anda faltando muita aula, hein?Vou te dar um puxão de orelha, digno de mãe!!!!Seu blog vermelho também está muito Barbie, Barbara, ahuahauahuaha...bobona!

Do cotidiano - manhã, Da lua - Lucas:
Irmão de longe, Luquinhas...Fico muito feliz que tudo está te agradando na faculdade.Te disse que ela tem um ambiente inigualável, principalmente quando vc faz o que vc ama, o que vc sabe fazer.Amo a minha, cercada de bosta por todos os lados, não reclamo de ter que ficar por lá o dia todo, e eu ficaria se pudesse.Curta essa fase, Lucas, mas deguste o álcool etílico com parcimônia, hein?E quanto à lua, a gente vive de saudosismo, né?Nosso passado faz o que somos no nosso presente...E essa coisa toda é profunda...a bosta cai na agua e a agua bate na bunda!!!!

Do cotidiano - tarde - Debora:
Não vou de metro pra Tijuca pq demoro eras pra chegar lá.de 634 vou "rapidinho".E as vezes eu tenho que fazer o dever dos outros lá no trampo.É um absurdo, não concordo, mas sou paga pra isso, né?Se o pirra não quer aprender, ele que se dane!!!!Azar o dele!!!!Ah, Debora, fico muito boba com seu elogio, que bom que vc gosta de tudo que eu escrevo...Muito obrigada.Passei no seu blog, vi um lance de papel higiênico, me amarrei muito no seu post e tentei comentar...mas o blogger não aceitou meu post, fiquei bolada e desisti de postar...Vou aparecer lá mais vezes pra conferir sua veia literária, que por sinal é bastante evidente...^^

Do cotidiano - tarde, Do cotidiano - noite, Da lua - Rogério:
Constante visitante do meu blog!!!Fico feliz em saber que realmente estou agradando meus amigos com meus textos tão simples e humildes, ahuahuahau!Sobre a dor clariceana, rola um pouco disso...Clarice transforma as pessoas...Uma Aprendizagem foi um dos livros da minha vida, devorei aquele livro louca pra chegar num final de dois pontos...Ela é o máximo, e tento chegar um pouco pertinho do que ela fez...a gente tem que se inspirar em modelos, né?Hehehe...A biologia ta sumindo um pouco da minha vida quente e letrista, e a arte e a cultura estão me encantando...O TKD me encanta porque ele é rico em cultura, e eu acho isso o máximo...Aliás, meu exame é dia 29 de setembro^^.E outra coisa: vc é bom com as palavras, vc pode voltar a postar no seu blog!Por que não?Copia do seu blog antigo os post de lá e cola no novo, oras...eu fiz com meu post Da camiseta...isso é valido, hehehe!

Para os que leram e não postaram, muito obrigada pela visita.Para os que leram e postaram, muito obrigada também.Para os que tentam entrar no blog e a página cai, muito obrigada por tentar (tadinho do Michel, tenta e não consegue - é o que ele me diz...O.O...ahuahuahau).E é isso ai, minha gente.Beijos!o/

P.S.:não posso terminar assim!Entre um diálogo de teor interessante na xerox do CA, eis que surge o assunto de grandeza entre Bruna, Bianca Regina e Gabi (não vou omitir nomes pq a vida é feita de micos):
Bruna:-Ah, eu gosto de homens com a mão grande...
Bianca:-E eu gosto dos de nariz e cabelos grandes...
Gabi:-Ah, gente, por favor, né?Eu gosto dos que tem p*** grande!!!!!!
Gabi, fato, vc não se controla...auahuahauahauahauhauah

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Da lua

Li esse post e me inspirei...

http://quenteeletrista.blogspot.com/

A lua, ah a lua...Ela sempre vem acompanhada de estrelas e de um céu negro a sua volta.Pois é, para mim, ela sempre vem acompanhada de lembranças.Sejam elas boas ou ruins, ela sempre vem com as minhas lembranças de seja lá o que pintar.

Lembro que com a lua redonda e amarela no céu me apaixonei de verdade uma vez.Uma vez que me trouxe muita tristeza e lágrima, mas essa lua me traz tanta paz, como se eu tivesse me apaixonando como naquele dia.Um beijo doce pela manhã, talvez o melhor dos meus 17 anos, um cochilo merecido à tarde, de quem não aguenta o peso da segunda-feira.E, ao acordar, de frente para a grande janela da sala, a lua grande e redonda num céu ainda claro, ainda verão.Tinha certeza que não muito longe dali alguém andava pelas ruas da Tijuca com o olhar fixo na bola branca que flutuava no céu.Depois desse dia, muitas coisas aconteceram e eu chorei.Mas a lembrança que eu tenho é da doçura da manhã daquele verão de fevereiro.

A lua também me lembra coisas que carrego de bom hoje.Festas, amigos, cansaço.Esparramada no chão da Lapa, ao olhar para o céu, lá, tão distante, numa distancia inalcançavel, estava a lua sorrindo e olhando para mim.Olhando para uma Pat com medo de viver, uma Pat com receio de uma vida que vinha vindo com tanta velocidade que dava até um frio na espinha.E a lua olhava sorrindo como se quando cresce.E eu, com a cabeça encostada no peito de um amigo.

As noites fechadas da Praça Saenz Peña dos invernos de 2005, que eu pegava o ônibus direto para casa, com a certeza de que no dia seguinte a maratona seria a mesma: acordaria cedo, estudaria o dia inteiro no curso e, quem sabe, conseguiria ser a tão sonhada cientista que sempre sonhou criança.E a lua irônica, me iluminava para outros caminhos que não eram científicos.Eram caminhos gramaticais, morfológicos, literários.Tão literários que me fazem escrever sobre ela.

A lua...a lua que me iluminou no dia em que fui feliz depois de tanto tempo.Depois de um cansativo dia na companhia dos amigos e deuses gregos em Niterói.Depois de um dia tão cheio de informações, que iniciara as oito da manhã e que, ali, naquela noite pesada das doze badaladas, ainda nao se encerrara.E essa noite, que hoje virou dia, é que me faz lembrar da decisão de largar o que eu tinha de mais precioso pra poder sonhar outra vez com um beijo doce pela manhã...um cochilo à tarde...e a lua me iluminando atravéz da grande janela da sala, mas, dessa vez, nao é o mesmo que anda pelas ruas da Tijuca com o olhar fixo na bola branca que flutua no céu.Dessa vez, estou bem.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Do cotidiano - noite


Tchariot, Sabumnim Ke, kyon gye!
Tae kwon!

Começou o treino.Puxa, uma perna, puxa outra outra perna.Pula pula pula, polichinelo.Um conta...2..3..4..5..6...corre em volta do do jang.Uma volta...2..3..4..5..6...poe o pé na barra...estiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiica...troca de pé...estiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiica.O alongamento vai melhorando a medida que treina.Leva a perna pro alto e conta os segundos...2..3..4..5..6...a outra perna...2..3..4..5..6...formam-se duplas.Agora chutes..2..3..4..5..6...faca do pé, peito do pé, planta do pé, calcanhar...agora socos...direita..esquerda..direita..esquerda...

Depois de uma maratona de exercicios, alongamentos e tals, a gente pode sentar para assistir o tul dos 1o DAN.E é assim que a gente tenta entender a cultura, a arte de uma sociedade.Lidando com a cultura literária de manhã, a arte da licenciatura à tarde, e agora diante de uma belíssima arte marcial coreana.No final de um dia tao cansativo, o que pode me levar a fazer uma atividade física as oito da noite?Simples; a necessidade de sentir uma arte diferente.Parece piegas?Ah, parece e é.Tenta entender porque um monte de olhinhos puxados desenvolveram a tecnica de chutes e socos e denominaram "o caminho das mãos e dos pés".Defesa.Arte.Cultura.Necessidade de ter um registro seu, se seu povo, de sua historia.Os tuls nos contam a história deles, os sites especializados nos contam como se chegar ao caminho da planta, que é semeada na terra, crecse em direçao ao céu, alerta perigo ao oponente e depois ai está toda a arte passada para um futuro mestre.Nao é bonito?A intenção não é fazer uma crônica sobre as minhas noites, mas, sim, um post de admiração.Admiro qualquer manifestação de cultura, e é tão bonito ver os pretas desenhando diagramas no chão com pés e mãos em passos ritmados.Incrível a memorização de todos os passos e posições.Poucas coisas já sei.Apenas represento a inocência à arte, nada posso dizer sobre o que sei, pois nem sei de muita coisa.

Tchariot.Posição de luta.Si jak!

Começou a luta.É legal você querer tentar vencer seus limites e se prepara para um exame que dará cor a sua faixa.A minha será amarela em breve.Os socos e chutes que levamos são tao recebidos como ensinamentos, pois pára pra pensar: na vida a gente cai pra se levantar.Ai a gente levanta e continua chutando e socando.

Guman.Entrem em forma, todos!

Todos se levantam.É hora do cumprimento final.Todos em ordem, do mais graduado até os branquinhas, seguidos dos sem do-bok.

Tchariot, Sabumnim Ke, kyon gye!
Tae kwon!

Batem palmas.Apertos de mãos.Agora sim, vou pra casa dormir.Amanhã é tudo de novo...

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Do cotidiano - tarde

Corre-corre.
Acabou a aula eu tenho que sair correndo olha o ônibus passando, tenho que correr que bom ele parou sobe todo mundo o buzão tá lotado vai cair o sanduiche argh que salgado horroroso vai assim mesmo um gole de guaraná que sede que calor que vento na janela olha a curva outra curva o buzão voa pelo Fundão que loucura em cinco min to chegando na linha vermelha...
Espera.
915..326...outro 915...13h...13:05...13:10...mais um 915...uma van...outra van...não, moço, não vou pra Bananal...cadê meu ônibus...13:20...634!Ufa, até que enfim!
Buzão lotado tudo balança Av Brasil tá um calor do cão quanta gente estranha sentou um bêbado do meu lado puxa ele tá bêbado na hora do almoço que fedor de sovaco quanta poeira entrando pela janela olha a curva outra curva arremessa todos os passageiros pra direita e pra esquerda esse ônibus vai quebrar no meio da Praça das Nações olha o engarrafamento não chego hoje na Tijuca Av Brasil parada buzina buzina anda freia anda freia Leopoldina meio do caminho são quase duas da tarde agora ele vai que não para em nenhum ponto curva pra direita curva pra esquerda Mariz e Barros velocidade esse ônibus vai bater o motorista tá ficando doido atenção passageiros desculpe incomodar o silencio da viagem de vocês não moço não quero balinha mastigável não tenho moeda olha o Mundial tenho que descer puxa a cordinha.
Atravessa a rua...outra rua...elevador...5o andar...boa tarde...mochila pesada...
Patricia esse aluno que estudar português...Patricia essa menina veio ter duas horas de historia...Patricia esse garoto aqui vai estudar verbos, duas horas com ele, ok...Patricia, essa menina quer que você faça uma redação...o trabalho dela vale pra recuperação...esse garoto é geografia...
surtosurtosurtosurto...
Sete horas.Nenhum aluno.A paz instala no meu peito.Posso ir embora?Mas é claro, até amanhã!Nenhum aluno até as oito, que delicia.Agora é só chegar em casa e dormir...toca o telefone.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Do cotidiano - manhã


Acordar as seis da manhã não é nada legal.Principalmente quando se está cansada.É mais prazeroso acordar as sete e meia, mas lembrar que a primeira aula é de português logo me deixa desanimada.Este é meu primeiro periodo que eu posso me dar o luxo de dormir um pouco mais, mas não posso me dar o luxo de estudar menos.As segundas são muito tristes e sinto-me sozinha naquela faculdade tão grande.Gosto do calor das quintas e da felicidade das sextas.As quintas estão todos juntos, ou uma boa parte deles.A segundas sinto-me só.Aquela sala tao grande, sinto-me tão pequena.Aquela turma tao grande, sinto-me tão impotente e, ao mesmo tempo, tão sábia.No início, eramos todos e todos eramos um só.E quando nos unimos nos corredores entendo que nada disso é em vão.Admiro o prazer que cada um tem de expressar seu amor pela prosódia, morfologia, literatura, Clarisses, Drummonds e Machados, Mattosos, Saussurres e Chomskys da biblioteca.Gosto de ver a felicidade de cada um numa promoçao de livros a um real e cada um com sua camiseta.Gosto das nossas histórias, que não são poucas.Um ano de faculdade parece tão pouco comparado ao que nos espera.Uma pós, um mestrado, uma simples iniciaçao científica.Os interesses, todos comuns, os amores, todos comuns.Diversidades mil.Acordar as segundas nebulosas e as quintas ensolaradas.Mensagem do namorado no meio da aula de Latim.Mil calouros perdidos pelos corredores.Protestos ilegíveis de política e sociologia.Cartazes de centros academicos...poesias!Tenho tantas em casa, ainda tenho que pendurar uma por lá!Pessoas criativas vão para a literatura, pessoas sitemáticas vão para a gramática.Quase uma divisão de escola.Quem gosta dos números, exatas, quem ama a vida, biológicas, quem ama a leitura, humanas.Idéias soltas são mais gostosas de escrever.Montar textos complicados como Mattoso fazia, sem um resumo no final, à excessao de Análise do Vocábulo Formal, que, aliás, é um saco!Sono na aula de Linguistica?Ah, natural, nada pior do que ouvir sobre gerativismo as sete da manhã!Gostosa é a aula de Grego, ou lembrar de como era bom os tempos de Katia Teônia no Latim.Ou a Teoria Literária cheia de filosofia e a Literatura Comparada cheia de textos.Os Fundamentos da Cultura com cinco alunos e o Portugues com 51.Todos desistiram de mim, disse o professor.Claro, Palladino, Ao Palladino, aqueles que vão morrer te saudam!, é o que a LEF/LEG te diz, cheia de medo.Mal sabem o que poderia ser pior.E, pensando bem, é bom acordar as sete e meia e assitir o primeiro tempo de Português.Pode ser bom o prazer de fazer tudo outra vez, agora da maneira que deve ser feita.Ou talvez eu aprenda a gostar de morfologia...

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Daquele

E de repente, tudo mudou.
Foi uma mudança que eu nao esperava, que eu nao queria, mas ela veio em boa hora.Era para aquela mesma que aprendera a valorizar a liberdade e a vontade de ser sem precisar se preocupar.Era, definitivamente, uma delicia ser o que quisesse.Vestir as roupas que queria, as blusas que queria, as saias, poder sair com quem quisesse e sentir-se livre para dizer sim ou nao da forma que melhor cabia.Mas nao; ainda nao era hora de se amarrar, de se envolver.Amigos, milhoes deles, eram bens unicos e preciosos; eles devem ser supervalorizados, eles cuidam e se importam mais do que um namoradinho qualquer.Uma chance sempre poderia ser bem vinda, de acordo com a situação, ocasião, perfil, status, enfim.Nada tão serio; nada tão leviano.Apenas o poder de decisão pulsando na palma da mão, coisa tão tentadora e gostosa de curtir: o poder de decisão..."SIM!" "NÃO!" Isso era bom.
Mas de repente, não mais que de repente, um céu azul marinho brilhou na minha cabeça.De repente, o que poderia ser um refugio da solidão que ameaçava as noites de verão transformou-se em lembranças ásperas da ultima experiência.
E, de repente, ouve-se o não...
Sim, foi a melhor decisão que havia tomado, desde aquele que decidi camuflar todos os registros de viva ativa daquele tempo tão sombrio...Sentia-me livre, leve, potente.Tinha a devida força.Podia ter quem eu quiser, fazer o que eu quiser mais uma vez.Se o telefone havia se silenciado, não tinha tanta importância.Acabou-se o carinho, não havia importância.Se fazia falta, não fazia importância.
E de repente, tudo mudou.E graças a toda essa mudança, sinto-me completa.Mesmo com tantos fantasmas me assombrando, sei que agora encontrei meu encaixe...

P.S.:Beijo pro Rony e pra Van^^
P.S.:nhá...ù.ú

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Dele

Por mais que eu tente, ele ainda não se foi.
É meio assustador andar com um fantasma do seu passado por ai, te lembrando de tudo que você fez e de tudo que você disse.Acordar cedo, tomar banho, ir para a faculdade e lembrar que um dia o mesmo que me deu apoio me disse que não conseguiria estar onde estou.Pegar um ônibus qualquer para determinadas áreas da cidade e lembrar que foi aqui, ali ou lá por perto que eu fui, falei tal coisa com ou sobre ele.É não conseguir ainda pisar em determinados locais por saber que posso, um dia, esbarrar com a figura física.
Me acostumei a conviver com seu espectro.Minha cabeça desenhou a lembrança dele na minha frente, com seus 17 anos, por mais que eu saiba que ele envelheceu.Por mais que eu abane a fumaça da lembrança pra longe de mim, ele sempre volta dentro dos meus sonhos, vestido de passado ou pior: fantasiado de presente e futuro.E quando ele vem fantasiado, é a minha pior lembrança, porque ele se funde com tudo que conquistei sem ele.Ele se mistura com as coisas que eu não teria se ele estivesse vivo na minha vida.Ele se transforma no que eu tenho de mais importante hoje e me amedronta e me ameaça, dizendo que vai destruir meus sonhos, minha vida, minha esperança.
Meu comportamento atual revela a passagem dele na minha vida, na minha história.Os anos de solidão, as noites de tortura, tudo isso revela a qualquer um que ele, sim, logo aquele que parecia tão normal, passou na minha vida.
Ele ainda é vivo, mas não porque eu quero.É porque ele é um fantasma vivo, que me amedronta só com a idéia de que posso encontrar seu corpo na rua um dia.Fico com medo de citar seu nome, lembrar por conta própria do seu semblante bonito e sorriso doce.Tenho medo de enfrentar a parte boa do passado, músicas e lugares recheados de história.
E, por mais que eu tente, ele ainda não se foi.E eu acordo.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Poesia

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco brevíssimo — que foi? passou — de tantas estrelas cadentes.

A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.

O dia vem, e dia adentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.

As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.

— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.

(Manuel Bandeira)

domingo, 12 de agosto de 2007

Da emoçao


Fui assistir meu time do coração no Maracanã.Todo aquele arrepio pode ser resumido com uma foto.Você não precisa ser flamenguista pra entender o que é um jogo no Maracanã.Basta apenas apreciar a arte do esporte e curtir a torcida.A torcida é um espetáculo à parte.Gritos de guerra e provocaçoes e bandeiras e a arquibancada toda da cor do seu time.No meu caso, vermelha.Você nao precisa ser expert em futebol, basta saber o que é um impedimento e a diferença entre falta e penalti.Basta sentir vontade de nao ligar a televisão no Faustão.Basta voce querer se divertir.Nao precisa nem de muito amor ao time ou uma camiseta com o escudo.É muito bonito e poético acompanhar o jogo do inicio ao fim, gritar e torcer junto.
Na verdade, a vida é feita de pequenas coisas que nos arrepiam de primeira.Na rampa de entrada, eu só ouvia aquela massa de gente cantando"Flamengo, eu gosto de você" e aquilo me arrepiou.A diversão da alegria e alienaçao do povo brasileiro.Nao deixa de ser alienaçao e nao deixa de ser divertido.
Sei lá, eu gostei.Meio sem nexo explicar, mas eu gostei.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Da camiseta

Ela já estava de pijama, estava perto da hora de dormir.O dia havia sido cansativo e ela já estava quase com os olhos fechados, mesmo ainda de pé, andando por todo o quarto.
Algo estava estranho no ar, e ela não conseguia identificar o que.Talvez a tonteira, talvez o gosto das coisas.O dia foi todo diferente pra ela e tudo ainda rodava na sua cabeça.Achou que estar adulta era fazer o que quisesse, mas não era exatamente assim.Agora sabe como funciona.
Ou não.Na verdade, nem sabia direito porque fez o que fez.Só sabe que falou, falou um monte de coisas, gaguejou, enfim...Fez papel de palhaça mais uma vez.Se ela tivesse ficado quieta, se ela não tivesse se manifestado.Mas será que foi só ela que se manifestou?
Ela tinha a sensaçao de que podia sentir na própria superfície da pele o que acabara de fazer.Não tão grave que pudesse se arrepender, mas grande o suficiente pra mudar o rumo das coisas que havia traçado para si.
Talvez uns dias lhe bastassem para recolocar a vida nos eixos.
Mas nem adiantava mais.Já havia feito, havia deixado, havia se entregado.Arrependeu-se por ter deixado.Logo depois, pensou que a culpa não era só dela.
Pegou de cima da cama a pequena pilha das roupas utilizadas no dia: uma calça jeans, um par de meias brancas, roupas de baixo e uma camiseta preta.Como se não lembrasse de nada, levou a manga da camiseta ao nariz para certificar-se do cheiro de desodorante (quase não suava, mas deixava cheiro de Rexona nas mangas das camisetas).Foi ali que ela sentiu aquele cheiro.Na gola.Na outra manga.Nas costas.Na barra.Nas suas mãos aquele cheiro já lhe havia dominado.Cheirou seus braços e lá estava ele.No cabelo.No pijama.Nos ombros.
Sabia de onde vinha aquele cheiro e foi tirá-lo de si debaixo do chuveiro.Pouco se importou com a hora tardia e enfiou a cabeça na água.Sabonete por todo o corpo, por todo o box.Irritada, esfregou o xampu na cabeça, como se arrancasse piolhos inexistentes dos longos cabelos castanhos.Não queria aquele cheiro delicioso para si, não queria ter lembrança de mais nada.
Saiu do banho, enrolou-se na toalha verde, voltou para o quarto.Vestiu outro pijama, secou os cabelos longos, sentou-se na cama.
Respirou aliviada, como se tivesse arrancado quilos de cheiro do seu corpo.Sorriu, pois sabia que a noite poderia ser menos dificil.Talvez a semana fosse um pouco mais, nunca é facil enfrentar a luta diária entre vc e vc mesmo.
Como numa inércia de sono, jogou-se na cama, com os pés ainda pro chão.Mas quando levou as mãos ao rosto, com o intuito de esfregar os olhos, sentiu...
...o cheiro ainda não havia saido.Pior; a camiseta preta estava em cima do travesseiro, que agora estava totalmente embebido daquele cheiro tão bom e tão cruel...

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Pra começar

Porque é certo que fotolog serve pra exibir fotos.

Eu nao quero exibir fotos!

Tem muito a ser dito, muito a ser pensado.Sou um ser pensante e por isso sou composta de erros.Sou humana, e sou passivel de erros.Meu titulo inicial desse blog tao novo quanto as minhas ideias.

Por esses dias eu venho filosofando com tudo a minha volta.Talvez seja porque estou entrando em uma fase nova mais uma vez.Quero o sentido das coisas, o gosto, o cheiro, o tato, o desejo das coisas.Quase um dejeso ardente por tudo que é meu.Um sentimento de sentir a minha posse.Quieta, mas querendo gritar pros quatro ventos que não estou quieta.

Não cuido dos problemas do país, da cidade ou do meu bairro.Até estou cagando pras coisas do meu condomínio.Vivo num mundo só meu e sou extremamente egoísta neste ponto.Sei que estou errada, sei que minha aversão a politica nao deveria de existir.Mas existe porque não tenho paciencia com presidentes e ministros e prefeitos.Odeio César, Cabral, mas gosto do Lula.Ele é tão humano quanto eu.Ele luta, mas erra.E seus erros são mais valorizados.Como eu.

Minha vida é meu mundo, meus amigos são habitantes dele.Amigos, familia, namorado, os lugares que frequento.Pessoas que amo, nem tanto e os que odeio.Odeio pessoas porque sou humana.Há pessoas que me odeiam, mas elas nunca me disseram isso.Mas eu sei de alguns.Por saber, pois não me importa.

Traí, fui traída, menti, mentiram pra mim, fui péssima amiga, fui melhor amiga.Fui anjo, fui capeta.Tudo isso porque sou humana.E todos são assim.Gosto de falar sobre essa necessidade de ser quem sou.Eu sou assim e ponto final.Já fui muito mais...muito menos...um tanto quanto...mas ainda sim, continuo sendo dentes tortos, órgãos em funcionamento, dejesos à flor da pele, fome, sono, ódio, amor.

Humana, que nasceu pra cometer erros.