domingo, 28 de dezembro de 2008

24 anos

Hoje você faria 24 anos, e se você não tivesse sido importante pra mim, não lembraria nunca.

Normalmente, eu acordaria com um sorriso e diria que eu não podia esquecer de te ligar. Ficaríamos horas ao telefone, falando das pessoas e das coisas. Te contaria que encontrei o Paolo no meio da rua, cheio de sacolas de supermercado e que ele estava muito diferente daquele tempo de quinta série, de camisa branca e calças azuis. Diria que não namoro mais o Davi, e que agora eu estou muito feliz com um cara que você precisaria conhecer, o Michel. Marcaria com você um dia de sol (porque anda chovendo muito, não é?) para que você o conhecesse e risse da sua simpatia. Você me diria que a faculdade de matemática é muito dificil e que ainda pensa em mudar para informatica e que, nossa, o Fundão é muito longe! E você reclamaria da violência do onibus do metrô e de como é um absurdo levar tanto tempo para chegar até lá. Eu te diria que também estou estudando no Fundão, mas no prédio atrás do seu. E diríamos que precisaríamos marcar um dia para almoçar juntas no CT (lá tem uns traillers que servem uns PF bem gostosos) e eu responderia que tínhamos que fazer isso sempre. Te confidenciaria que não gosto da faculdade que eu faço e você, com toda a sua prática capricorniana que eu sempre admirei, diria:"po, então muda, sai de lá!". E eu diria que se eu tivesse a metade da sua inteligência, faria até medicina! E ririamos juntas, entre humildade e simplicidade.

Perguntaria pelos seus pais e você me diria o quão bem eles estão. Você perguntaria pelos meus e eu te diria como o Pedro está bonito com 18 anos; você, que o viu tão garotinho nos meus aniversários de 12, 13 anos. Lembraria dos meus 15 anos, que você estava tão bonitinha com aquele vestido marrom. E ririamos muito com as lembranças da oitava série, do Victor, Ricardo, Diana, Marzollo (caraca, você se lembra dele?)...

E depois de quase duas horas ao telefone, você me diria que o lugar que você está é lindo, cheio de anjos e nuvens. E que sente muito a minha falta. Eu te diria que eu sinto muito mais a sua falta, você, que foi tão amiga durante os 7 anos de CPII, que esteve comigo, mesmo em turmas separadas. Diria que eu sempre te admirei com seus trabalhos impecáveis e com sua disciplina de moça capricorniana.

Te daria os parabéns pelos 24 anos e você me diria:"Parabéns você também pelos seus 24 anos". E gargalharíamos como se ainda tivéssemos 11.

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A Dani pediu para que eu fizesse um post sobre o dia 20, e ele está tomando forma. Talvez eu escreva sobre como esse dia foi iluminado =P

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Férias

Puxa, 2008 está acabando, e todos falam da mesma coisa: planos, metas, projetos, este ano foi asiim, mas o que vem será melhor...Acho que não fugirei disso, rs.
Foi neste ano que eu nasci, o que, talvez, tenha sido uma coisa muito boa este ano. Ela esperou muito por esse dia e quando o espelho não refletiu o rosto dela, mas o meu, nós ficamos muito realizadas. Sinto-me feliz, bonita, mas ainda não me reconheço.
Foi neste ano que consegui abrir os olhos e desvendar muitas pessoas ruins. Foi um período triste; descobri que o que eu fiz e o que ela fazia não era retribuido com carinho. Todos nós esperamos algo em troca quando oferecemos ajuda. Um carinho, um apoio, um agradecimento. Hipócrita é aquele que diz que não espera. Espera, sim. E descobri que muitos que ela considerava fieis amigos não eram tão amigos assim.
Foi neste ano que a longa espera mais uma vez se transformou em frustração. Foi neste ano que tudo se transformou em cinzas, em pó, em nada. Neste ano, que determinei para que fosse o de mudanças boas, quase não saí do lugar.
Foi neste ano que esqueci de mim e da minha vida. Esqueci dos amigos, do namorado, da família, de mim. Foi mais um ano cansativo por nada. Foi um ano de muito choque, de indagações. Perguntei-me muito o que fazia na Letras, dando aulas de português, seguindo uma vida que ñunca foi pra ser minha, se pouco talento tenho. Perguntei-me muito porque não estava longe das gramáticas e perto das patologias e imunilogias e biologias. Perguntei-me porque longos projetos transformam-se em ruínas.
Foi neste ano que ela largou o TKD. Neste ano, ela entrou no New Dance e eu continuei seu projeto. O espetáculo, que tanto ensaiamos, é amanhã. Depois de 14 anos fora dos palcos, uma apresentação de dança. Pretendo, ano que vem, reiniciar o TKD e lutar, ter mais resistencia física, mental.
Foi neste ano que quase saí de casa. Com as malas quase prontas, tudo caiu por terra. Confesso que ainda não me recuperei da desilusão, mas ainda me esforço. Ano que vem tenho fé em concretizar o que ela tanto queria: ser.
Foi neste ano que conquistei pessoas de ouro na minha vida. Pessoas que estavam do meu lado mas que ela nunca tinha dado a devida atenção pra elas. Foi neste ano que descobri o que é o amor, o que é o "respirar fundo". Passei por apuros essa semana e fui socorrida de forma inesperada.
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Passei por uma breve confusão essa semana. Por causa de homem, umas mulheres brigaram num happy hour onde eu comemorava o aniversário de uma amiga. Escorreguei, quebrei a unha no sabugo. Saiu muito sangue e, no escuro, achei que tinha quebrado o dedo. Michel atendeu o telefonema desesperado e saiu da Taquara para me socorrer. Acredito que tenha sido a coisa mais nobre que ele fez e, para mim, ele se tornou um super-herói, com a ajuda do seu fiel escudeiro Diego. Esse parágrafo é pra vocês dois, obrigada.
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Um agradecimento especial à Dani, uma das poucas pessoas que tive a oportunidade feliz de cultivar do meu lado. Você estava do meu lado o tempo todo e eu nunca parei pra olhar pra você. Dani, quando crescer, quero ser igual a você *.*
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Agora estou de férias e, juro, não farei mais o pecado que cometi a mim mesma durante essa semana. Fica aqui registrado, eu juro que me amo!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

You and Me - Lifehouse

Que dia é hoje e de que mês?
O relógio nunca pareceu tão vivo
Eu não posso prosseguir
E eu não posso desistir
Tenho perdido tempo demais
Porque é você e eu e todas as pessoas
Com nada para fazer
Nada para perder
E é você e eu e todas as pessoas
E eu não sei por quê
Não consigo tirar meus olhos de você
Todas as coisas que quero dizer
Não estão saindo direito
Viajando em mim mesmo
Você deixou minha mente girando
Eu não sei pra onde ir daqui
Porque é você e eu e todas as pessoas
Com nada para fazer
Nada para provar
E é você e eu e todas as pessoas
E eu não sei por quê
Não consigo tirar meus olhos de você
Existe algo sobre você agora
Que não consigo compreender completamente
Tudo o que ela faz é bonito
Tudo o que ela faz é certo
Você e eu e todas as pessoas
Com nada para fazer
Nada para perder
E é você e eu e todas as pessoas
E eu não sei por quê
Não consigo tirar meus olhos de você
Você e eu e todas as pessoas
Com nada para fazer
Nada para provar
E é você e eu e todas as pessoas
E eu não sei por quê
Não consigo tirar meus olhos de você
Que dia é
e em que mês
Este relógio nunca pareceu tão vivo!
***
Essa prova está consumindo minha vida toda. E essa música reflete exatamente o que eu sinto por ela.
Ando muito profunda, não dá pra escrever.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dezembro

Novembro acabou, november rain também (viu o sol que tá la fora?), e chega aquela época do ano que ela nunca foi feliz: dezembro. Sejam por motivos óbvios ou não, ainda vou descobrir. Farei uma coisa que ela não fez nos últimos anos de vida. Vou descobrir porque nunca mais ela fez.
Chegamos em dezembro querendo falar do ano que está acabando. Na verdade, pouco tenho a dizer deste ano, já que estou na área só desde julho. Foi bom nascer, está sendo muito legal viver assim, provocar polêmica na própria vida está sendo gostoso. Depois que ela se foi, decidi questionar tudo que ela fez: cortei seus longos cabelos (ela parou de cortar em 2006), retomei alguns contatos, mudei o dia-a-dia e o modo de fazê-lo...Muito ainda está por esperar, o que causa angústia. Muito ainda está para ser descoberto, está para ser feito.
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Me olho nas fotos e não a vejo. Me olho no espelho e não me vejo. Isso é definitivamente estranho. Não nos reconheço. Tão iguais, tão confusas, tão diferentes.
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Fiz algo que ela me mataria: parei de pensar e comecei a sentir. O moço da música quem me disse. Fiz, senti, e, até agora, não me arrependi. Deus queira que tudo volte a como era, e descobrir sentir o gosto de um colo sincero num domingo outra vez.
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De repente, comecei a chorar no meio da rua. Isso foi assutador. Não entendi o porquê, fiz as contas e não estava na TPM. Simplesmente chorei sorrindo o céu de dezembro que me abriu a cabeça. 2008 foi um ano de espera; 2009 será o de conquistas (?).