segunda-feira, 23 de junho de 2008

Da grande necessidade

Hoje não vou falar nada. Quem vai falar por mim é a Katia. Não é um texto reflexivo ou filosófico. Na verdade é apenas meu agradecimento ao apoio que ando recebendo de uma das melhores pessoas que ainda moram na minha vida. A Katia é amiga de longa data, daquelas que eu não contava com tanta afinidade e carinho. São 8 anos juntas, conhecendo cada centímetro uma da outra e sabe exatamente onde dói. Quando ela escreveu isso pra mim, ela sabia onde doia e onde não doia. Não precisei dizer a ela; ela sabe.
Amigos são assim: eles erram e tentam se desculpar. Eles cuidam e te dão valor. Eles amam e fazem questão de mostrar que amam. Assim sou com eles: eu erro e tento me desculpar. Eu cuido e tento dar muito valor a eles. Eu amo e faço questão de amar e de mostrar isso.
Quero também agradecer todo o apoio das pessoas. Sei que vai dar tudo certo, e vocês adoram concordar comigo ^^


E sobre a sra, Dona Pat, tenho umas coisinhas pra fazer vc pensar:
1 - Eu sei que a coisa é muito mais difícil qdo acontece com a gente, vc nunca vai estar preparada, por isso, não perca nem o seu tempo tentando estar, se preocupando, se remoendo e descabelando, vc não vai estar preparada, então, simplesmente aceite e encare, vai acontecer, não tem jeito e se o mal é inevitável, relaxe goze. E vc deve estar se perguntando e o que pode haver de prazeroso nisso pra eu gozar? (tá meio pornográfico isso, mas se for capaz de te arrancar um sorriso, já me deixa contente) Já te explico, antes....
2 - Minimize as coisas ruins dando mais valor as boas. Nós temos a tendência a aumentar as coisas ruins na esperança de estarmos preparados pro que quer que possa acontecer. Besteira! já te disse, vc nunca estará preparada.

E não estará preparada pq ninguém tem a capacidade de prever o futuro. E o futuro é sempre uma surpresa. Podemos ter algumas intuições, e se vc quer saber, tenho uma boa intuição sobre a sua cirurgia, de verdade, eu estou até animada qto a isso, pq minha intuição não é boa no sentido, vai correr tudo bem, mais que isso, acho que vc vai ficar mesmo é muito satisfeita com o trabalho e consigo mesma por ter encarado, eu sei que isso tudo vai te fazer muito bem.E isso tem a ver com a parte boa de que falei.Vc está nas mãos dos melhores cirurgiões dentistas do Rio, graças a Deus seus pais tem condições de pagar plano de saúde pra vc e vc receberá toda a assistência. Vc vai sair mais bonita disso tudo, com um sorriso mais bonito e mesmo séria, vai ficar com um rostinho mais delicado, mais charmoso. Vc vai estar de folga uns dias, com toda a mordomia e todo o carinho de parentes e amigos do seu lado, todo mundo te paparicando (essa oportunidade é muito boa e rara, aproveite!).

Seu namorado vai ficar te achando ainda mais gostosa depois disso tudo, imagina só, uma mulher forte e decidida, que superou um desafio e que voltou ainda mais bonita pras mãos deles. Sem falar no tempo de abstinência que vai dar uma temperada no relacionamento depois que vc puder voltar as suas atividades rotineiras...Imagina a moral que vc vai ter com seus amigos depois tb.... e na faculdade! todo mundo vai te ajudar no que puder e no que não puder pra vc não precisar perder nada.E qdo tudo terminar vc vai poder voltar com todo gás pras aulas, pra trabalhar, sem precisar parar pra mais nada. E com uma fome, uma vontade insasiável de vencer, pq depois de passar por isso, nada mais pode te deter.Olha só qta coisa boa!E aí vc vai dizer que tudo isso tem um preço. E tá certa, tem um preço mesmo.E vc quer saber, na real, qto custa?

Custa algumas horinhas desacordada, não sentindo absolutamente nada, enqto grandes médicos trabalham pra te deixar linda e saudável. Imagina só, vc vai poder mastigar com toda a facilidade de novo, sem forçar seu maxilar e sem desgastar as juntas, o que poderia te causar sérias complicações na velhice!Aí vc vai dizer, é mas e o pós operatório? Amiga, vc vai dormir que é uma beleza, vai estar tão pra lá de Bagdá que não vai nem saber o que é esse tal de pós operatório, vai lembrar de quase nada depois.E ainda resta o argumento.... mas e eu? será que depois vou me reconhecer diante do espelho? e se eu não gostar do que eu vir?Olha só, vc não vai gostar do que vc vai ver não, vc va adorar! vc vai ver mais do que seu sorriso corrigido, vc vai ver uma mulher mais forte e um visual mais sereno, mais calmo, uma marquinha ou outra que vai sair com o tempo, pq vc é nova e ainda tem muito colágeno. E tem mais vc terá o visual que vc escolheu ter, dá pra uma pessoa ser mais autêntica que isso?

E o tempo que vc passará tomando coisas de canudinho? ah, vc vai ver como é pratico.... suas refeições não durarão nem meia-hora e vc terá mais tempo pra dormir (acredite, vc vai dormir loucamente e vai nem ver o tempo passar), pra ver tv, pra ler um livro, pra ouvir a gente falando merda.Vc vai voltar mais magra, pensa só, mais elegante, mais bonita, praticamente pronta para as passarelas da vida. Depois só vai receber elogios.Olha como tudo é rabatível. Percebe como tudo tem um lado positivo? então pra que realçar o negativo? já disse, não adianta, não é isso que vai te deixar preparada.

Ah mas e os riscos? ah, pode acontecer isso ou aquilo durante a cirurgia né, e aí babou Patrícia. Amiga, vc mora ao lado da praça da bandeira, qtos atrpoelamentos vc vê por dia? tanta coisa pode acontecer contigo nessa vida, que nem dentro de casa vc estará protegida. Não se apegue a isso, pq é mais fácil vc ser atropelada no caminho pra facul ou ser pega por uma bala perdida do que dar alguma merda incorrigível nessa cirurgia, principalmente pq os médicos estão equipados, atentos e concentrados pra te proteger do que puder te acontecer. Lembrando, de novo, são excelentes dentistas. E, portanto, isso é problema deles, vc estará apagada e não há nada que possa fazer, isso é problema deles pq é trabalho deles e eles estudam muito pra isso, não farão feio, te garanto.

Enfim, não estou dizendo que vc não possa estar ansiosa, pode sim, mas não fique preocupada. Pode ficar sensível, mas não fique alarmista, não perca seu bom humor, pq de verdade, bom-humor e energia positiva, tal qual pensamentos positivos são as melhores coisas que vc pode fazer por vc mesma pra se proteger. Tenha fé na vida, nos médicos, na sua saúde, em Deus, nos amigos, na sua família. Tudo isso é o que vai fazer dar certo, é nisso que vc deve gastar seus pensamentos, sua energia e seu tempo. O resto, é perda e vc não quer perder. Eu estou aqui pra se a energia baixar, pode contar comigo, minha fé não vai te perder de vista um minuto e vai ser tão forte que vc não vai estar sozinha momento algum. E nem adianta vir com mais argumentos pq eu quebro todos. Vai dar tudo certo! E sim, é com vc, com vc mesma, trate-se de se entender consigo mesma, pq não vem com essa de que eu não merecia isso. Merecia sim, pq vai te fazer bem e vc quer o melhor pra vc, ainda que seja entrando na faca.

Vc está tendo uma oportunidade que muitos não tiveram, vc conhece o tamanho da lista e mais, imaginem qtos nomes nem estão naquela lista.Sim, amiga, é com vc mesma, não é pra ter pena não, é motivo de alegria, pq vc está tendo o melhor. Vai sair disso muito melhor. Pois é, aconteceu com vc e que bom! pq vc está tendo oportunidade de corrigir e dar a volta por cima.Xô baixo astral hein!Quero te ver feliz!Feliz e esperançosa! E isso é só o começo, ainda não é nenhum parto..... hahahaImagina qdo for! Aí sim te dou todo o direito de ficar com medo, pq aí sim haverá vidas em jogo...rs

bjos superpoderosos!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Dos pensamentos brutos

Já era a quarta noite que acordava no meio da madrugada para ir ao banheiro. Sabia que aquilo não era um aperto qualquer, pois desde pequena tem ataques urinários de madrugada quando está frente a um momento de tensão. E, na verdade, amanhã a vida dela mudará de forma muito abrupta.
Não era bem nisso que ela pensava antes de pegar no sono leve e cansado, mas, sim, nas coisas que aconteceram desde o início desafio de uma nova fase na vida. Já se via adulta, pensava por conta própria, sabia tomar as próprias decisões. Sabia exatamente sobre seu ambiente de trabalho e como agirá daqui a alguns anos, com o diploma na mão. Sabia dizer sim ou não no momento que melhor lhe conviesse, e já fazia algum tempo que havia descoberto o amor e o ódio. Sentia que, em alguns momentos, podia voltar a ser criança, no modo mais pejorativo que existe. Na verdade, tinha muito medo de se ver sozinha. Ou de pensar sobre a morte. Há alguns dias ela se perguntava muito sobre sua funçao na terra, e alguns filmes que vira nos últimos momentos fizeram-na se perguntar sobre essa questão cada vez mais. Ela podia morrer amanhã.
E com a morte tão próxima à sua realidade, o que teria ela feito de bom para quem ficasse? Será que ela conseguiu deixar a mensagem que ela tanto buscou passar, ou apenas fez diferença na vida de alguém? Teria ela conseguido dizer a todos o quanto ela os amava? Teria ela dado o valor necessário a cada coisa que fizera?
Lembrou-se das últimas brigas que tivera com pessoas próximas. Faz cinco anos que não fala com o pai da maneira que gostaria. Moram na mesma casa, dividem o mesmo conteúdo da panela na hora do jantar. Não se falam. Nunca mais tentaram falar-se. Ficou nisso. O quanto admirou o pai em silêncio nas suas grandes conquistas e premios nos últimos cinco anos. O quanto achava incrivel o fato de ele saber tantas coisas, e ser alguém que todos confiavam. Não se falam, e ela nada fez para a situação mudar. Acostumou-se com o silêncio. Ás vezes, tem a impressão de que ele desistiu de gostar dela.
Em poucos meses, seu círculo de amizade se transformara. Um milhão de amigos que sabiam faze-la rir, mas apenas um sabia acolher em sua dor. Este um não estava mais consigo para acolher essa dor que lhe matava o peito. Estava ali, ela, apagando a luz do quarto para voltar a dormir e toda a sua dor sempre a levava ao banheiro nas mesmas 4 horas da madrugada. Não sabia em quem poderia confiar essa dor, como se esta fosse um pão amargo que teria, agora, que tragar sozinha. Não sabia em quem confiar. Pobre namorado, que tanto tenta mostrar-lhe alguém confiável e interessado, mas que não é bem sucedido! Ela não sabe mais para onde correr, e fazia um tempo que sentia cada vez mais prazer em deitar na cama e admirar as estrelas florescentes do seu quarto apagado. Não fazia mais isso, a vida adulta havia lhe tomado todo o tempo que tinha para pensar sobre si, sobre suas atitudes e opiniões.
Fazia um tempo que mal sabia quem era ela mesma, quantos anos tinha (certa vez, ao perguntarem sua idade, teve que fazer as contas...2008-1984...?); mal sabia o que queria no futuro. Pouco pensava no quanto amava sua mãe, seu irmão, o seu namorado. Quase não conseguia dizer a eles o quanto ela os amava. Seus amigos ficavam pelos corredores da faculdade, entre mil ois e tchaus que saia distribuindo por ai sem saber direito com quem falava. Pensava em trabalhos de grupo, provas, livros da biblioteca. Radiografias, obturações, anestesias. Não sabia mais quem era ela mesma.
Os pensamentos brutos invadem-lhe a cabeça, às 4 horas da madrugada. Vontade de matar, de morrer. Deixar todas as lembranças do passado fugirem da cabeça atormentada com tantos choques. Queria gritar com o mundo, morrer de berrar com a vida. Dizer o quão medíocre era tudo aquilo, toda a sua genética, toda a sua vida. Nascer assim, tão cheia de peculiaridades.
Se a gente vive para morrer, por que haveríamos nós de vivermos?

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Do amor

Ando meio sensível. Irritantemente sensível.
É como se as luzes escurecessem e o quarto virasse um breu tão profundo quanto a morte. Sinto, às vezes, ela tão perto de mim que sinto, do nada, sem motivo algum, vontade de chorar baixinho.
Às vezes, quando estou em casa, consigo ouvir os murmúros do passado. Talvez até do presente. Na verdade, consigo ouvir pensamentos. Vida boa seria se eu estivesse aceitando o lugar onde meu corpo se encontra, mas essa não é a verdade.
Tudo que quero é sentir meu corpo se esvaindo de mim.
***
Carta 1
Por favor, tudo que lhe peço é um pouco de olhar. Um olhar diferente sobre mim e sobre o que seremos no futuro. Que todo esse amor um pelo outro seja assim, desse jeito, até o fim deste. E quando o fim chegar, quero a distancia de um sofrimento desnecessário de sentir.
Por favor, tudo que lhe peço é que não seja como ele.
***
Carta 2
Espero que lembres um dia de toda a questão que fiz por ti. Espero que lembres um dia que eu fiz a minha parte, mais do que deveria e do que merecias. Espero que saibas um dia o quanto sentí tua falta, pois hoje aprendí a não sentir mais nada. Já sei a pouca questão que fazes, camuflada num medo que talvez não exista. Espero que saibas o quão tento não falar demais.
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Carta 3
As pessoas são o que elas viveram um dia. Tudo que tenho a fazer é agradecer a você por me ensinar a ser a pessoa que sou. Isso não é uma declaração de amor, mas de libertação.
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Ao gato
Gatinho que chega nos meus pés e se esfrega todo, porque escolheste a mim para se esfregar?
Obrigada por me arrancar um sorriso...
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As coisas vêm vindo e eu não sei mais pará-las. Tudo que eu quero é que elas não venham mais.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Da segunda-feira

O relógio marca 23:59. Tristeza.
É tão clássico dizer que a segunda-feira é ruim, que ninguém merece a segunda-feira, mas pra mim é muito mais do que isso. Acho que a síndrome de Garfield me atacou outra vez. Ou seriam os resquicios da depressão que deixei pra trás sem tratamento algum?
A semana é cada vez mais pesada e estressante: tudo me persegue a semana toda. Todas as provas, todos os problemas, todas as pessoas. Pouco durmo, pouco como, pouco sorrio. É difícil me ver feliz numa quarta-feira ensolarada, e não há borboleta amarela naquela ilha de Lost-Fundão que me faça persegui-la. Para mim, todas elas são marimbondos.
Nem tanto a magia da genética das quintas-feiras, ou das análises do discurso de terças me fazem feliz. O onibus em alta velocidade, rumo à minha casa, não me deixa aliviada. Meus olhos não se fecham mais com gosto e prazer numa acabada noite de segunda-feira. Não. Tudo que sei fazer e pensar é no quanto de coisa que eu tenho que resolver, no quanto de coisa que eu tenho que conversar com colegas e professores, no quanto de exame que eu tenho que fazer para a cirurgia que nunca vem.
(Quanto a ela, sinto-me como uma criança a espera do seu Papai Noel na noite de Natal. Não adianta, ele nunca virá)
A segunda-feira pesada, a terça-feira indesejada, a quarta-feira cansativa, a loooooooooooooooooonga quinta-feira e a rendiçao de sexta-feira. As semanas se arrastam cada vez mais, como se eu tivesse perdida num Saara sem fim, sem agua, sem nada. O sol forte em minha cabeça, o cheiro de merda nas narinas. O barro molhado na sandalia nova, a picada de marimbondo no meio da prova de Latim. O sono caído entre as folhas de português, este mesmo que me amaldiçoou com 6 semestres de castigo e atraso. A abelha entre os salgados à venda. A lacraia que quase queima meus dedos dos pés. Os inúmeros Aedes que circundam as poças de barro, à procura de carne humana e suculenta. Os filmes malditos do cinema novo às sete da manhã de uma quinta-feira de frio. Três horas de neurulação ininterruptas, nada divertido. Mil declinações latinas, mil símbolos do alfabeto fonético, mil letras do alfabeto grego, mil definiçoes literárias, mil histórias do Brasil, mil células e neuronios e ovócitos e epsermatozóides...
A loucura pede um arrego final na libertação do final de semana. E enquanto sou acalentada pelos beijos de namorado, e enquanto sinto a música entrar em meus ouvidos, enquanto acho graça de meus amigos, enquanto eu tent sentir a mim mesma, a minha cama, o meu corpo, as minhas coisas, elas vêem. Todas as mil declinações e fonéticas e gregas e latinas e cinemas novos e imagens no discurso e questõs literárias e...
Não existe um momento de descanso. O fim de semana acaba tão rápido que não senti meu tempo de sentir. Não sei mais o que é se entregar a alguém na solidão de um quarto, não sei mais o que é o corpo relaxado numa cama macia, não sei mais o que é rir sem olhar para o relógio e fazer as contas: faltam quantos minutos para a segunda-feira? E resolver as tantas mil coisas?
Por que esse circulo vicioso de stress e rotina podem matar uma vida?
Canso, demais, de viver.

domingo, 1 de junho de 2008

Das pessoas em geral - amigas

Amizade, do latim amicitia, do grego filia...

Elas são legais e engraçadas. Se você for observar com cautela o comportamento de seus amigos mais curiosos, você pode notar uma ponta de graça naquele comportamento tão dedicado a você.
Pois eu não posso reclamar de amigos. Tenho muitos. Os que ouvem, os que apertam, os que divertem, os que compartilham histórias. Alguns de longa data, outros de relógio tão recente. Todos, cada um deles, tem sua particularidade, sua história. Você, eu, nós todos somos uma espécie única de amigo. Acontece é que varia de acordo com a nossa tolerância, personalidade, signo solar, lunar, ascendente e chines...
Acredito que eu sou a amiga que ouve. Nossa, curto as mil histórias dos meus amigos, até das pessoas na rua dividindo suas angustias com outros amigos. Não deixo de contar minhas peripécias. Ando evitando expor minhas inúmeras questões, por saber que elas são complexas até para mim. Entao ouço mais, para entender a mente humana, para curtir cada conto, cada história.
Como viajar num bom livro de literatura...
Vim falar hoje de alguns dos meus amigos. Todos são tão curiosos e singulares, quase um caso para Freud. Ao deparar-me com a boa notícia do texto anterior, tratei de enviar um scrap para uma amiga de longos 8 anos de convivencia. Ela passou comigo, vivenciou cada dia de tristeza e tormenta e achei que ela gostaria de saber da boa notícia que me fez escrever um texto (que, segundo a Dani, dá pra entender e nao enteder, mas é compreensivel). Pois foi que ela investigou toda a fonte da notícia. Fuxicou cada detalhe minucioso da história. Mergulhou de cara em cada detalhe, em cada rosto, em cada notícia, como uma boa jornalista que é. No final de tudo, disse que eu estava por cima, e tudo que eu precisava fazer era acreditar que cada um tem o que merece, e eu merecia as coisas boas que eu havia conquistado.
Ri.
A notícia, para mim, foi boa, mas talvez seja, para os personagens envolvidos, a melhor coisa que aconteceu na vida deles. Talvez eles sejam feitos para viver aquela história, mas, para a boa amiga de verdade, aquilo não é nada perto do que a melhor amiga dela tem na sua vida atualmente.
Minhas amigas de longos 8 anos são engraçadas. Elas me apoiam quase como uma questão de honra. Como reinasse sobre nós uma lei mosqueteira. Como se cada uma de nós não tivessemos o direito de sofrer, e que os homens são uns "bobões", como diria uma delas. Ao terminar um longo relacionamento amoroso e ter sumido por uns seis meses para me recuperar daquela avalanche de emoções, ouvi de uma delas que "ele, na verdade era um bobão, por perder a mulher da vida dele". Reparei que dissemos o mesmos para nós todas. Eu digo, elas dizem. É engraçado ouvir uma falando isso para outra e duas semanas depois a menina e o cara estão juntos novamente. E as amigas sempre apoiando. Mesmo que tenham xingado o pobre de todos os nomes.
Amigas são engraçadas. As de longa data, são muito interessantes.
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P.S.:Para todas as superpoderosas da minha vida, quase D´Artagnan e as três mosqueteiras.