quarta-feira, 28 de novembro de 2007

De dezembro - Poesia

Nao dá pra ficar longe do papel e da caneta...e nem no caso ficar longe do meu pc, maior confidente de todos os meus segredos.

Depois de alguns comentários sobre meu ultimo post, percebi que eu nao devo escrever para os outros.Eu escrevo porque amo, porque preciso.

Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso frequento os jornais, me exponho
cruamente nas livrarias:preciso de todos.

Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.

Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros,
carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem...sem que ele estale.

Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma. Não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! Vai inundando tudo...

Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos-voltarão?
Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam).

Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.

Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar,
ilhas sem problemas, não obstante
exaustivas e convocando ao suicídio.

Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
que o mundo, o grande mundo está
crescendo todos os dias,
entre o fogo e o amor.

Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
-ó, vida futura! Nós te criaremos.

Carlos Drummond de Andrade


Estou para montar textos novos...


Bjus

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Da Capo

Da capo.
Expressão do latim que significa do começo.
O início das coisas é sempre muito divertido.É, isso ai, divertido e confuso.Ou divertido e estranho.Ou divertido e inaceitável.Mas sempre divertido.
É interessante quando vc inicia uma coisa.Tem aquela fase de adaptação, aquele estranhamento.Um primeiro dia de aula, primeiro dia morando fora de casa, primeiro dia de viagem, primeiro dia de namoro, primeiro dia de fim de namoro, enfim.
A adaptação sempre é meio estranha.Vc tá lá, vivendo sua vida, bem quietinho, na sua, quando vem aquele turbilhão de informações lhe dizendo que a partir de agora tudo será diferente.Pra se adaptar com esse novo ritmo, pode demorar dias.Meses.Pode nunca acontecer.
Digo isso porque eu tenho uma capacidade muito rápida pra se adaptar ao meio.Engraçado, meu elemento do signo do zodíaco não é agua, mas eu tenho uma facilidade de cagar pras mudanças e fazer tudo do jeito que a própria vida manda.
Sei agir num primeiro dia de aula, de emprego, de qualquer coisa.Mas parece que a gente perde o talento quando a gente fica muito tempo sem praticar uma coisa.
Acordar de manhã não é mais a mesma coisa.O telefone não é mais o mesmo, e já me adaptei ao telefone novo e a idéia de que o antigo fora roubado.As idéias da cabeça não são mais as mesmas, e os planos para passear não são iguais.Não é tão complicado a ponto de virar um post de fotolog, mas pra mim é tão difícil me adaptar a essa nova rotina...
O começo das coisas sempre são fáceis pra mim, mas ainda não me acostumei com o status novo do orkut.Com a pessoa nova, com as coisas novas, com a rotina nova.Depois que minha vida passou por uma bagunça frenética e gostosa de informações a todo instante, nada ficou igual.Tudo pode mudar a qualquer momento; minhas idéias, minha vida.Meus dias são sempre diferentes, mesmo que eu faça a mesma coisa sempre.Os caminhos, os trajetos são iguais, mas não são a mesma coisa.Fechar o portão do prédio e virar as costas não é mais a mesma coisa.A força não é mais a mesma e eu sinto que esse começo promete história.
E ai, da capo!

30/04/2007

P.S.:To mto chateada, nem to com mais empolgaçao de escrever.Ngm entra no meu blog, e eu tenho que ficar mendigando atençao.Este será meu ultimo postl, escolhido com carinho pra refletir o fim do começo.

Bjus

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

De tudo

...e foi ai que sentiu medo...
Parecia tao facil para quem já estava acostumado a viver assim.Era tao mais facil do jeito antigo, mas a vida resolveu virar de cabeça pra baixo, como nos romances que costuma ler.Aqueles em que tira toda a expectativa de um determinado final e te direciona a outro.Mas a sua vida nunca foi um romance.Ninguém ousaria publicá-la em um livro, para todos lerem e fazer comentários.Não, não...
Se fosse explicar tudo, mas tudo que pode ser mudado numa vida só, talvez um pequeno espaço da internet nao seria suficiente.
O medo sempre vem pra fazer com que criemos coragem.Mas quando a coragem demora a surgir, o medo consome mais e mais...
Viu a coisa evoluindo, a vontade crescendo, o coraçao batendo...Não soube mais o que fazer ou como agir.Os olhos não fizavam mais o mesmo ponto e nao sabia mais pra onde correr.Parecia tão ridiculo aos olhos dos outros, mas era muito grande.Maior do que pode ser, do que deve ser.Por isso sentiu medo.
Medo de que houvesse uma grande explosão, que nenhuma metáfora seria capaz de explicar.Medo de falar, de agir.De ser.
Ser como uma pessoa idiota, uma grande idiota que age como se avida conspirasse a seu favor.Algumas coisas podem ir do jeito que você quer, mas não significa que a vida é o que você quer.É como se esperasse uma surpresa ruim sempre, como se um dia pudesse acordar, levantar da cama e tomar seu café.
Seria um sonho apenas?Mas não tem como explicar os sonhos em que sentem-se cheiro, gosto e dor.Mãos geladas e vontade de voar, elas fazem parte da realidade?
...sentiu medo de tudo, de tudo não ser mais nada...

07/05/2007

P.S.:Com esse post inicio uma série de textos que escrevi por esses últimos dias.No blog http://afundonasletras.blogspot.com tem nao só meus textos, mas tambem textos dos meus "filhos", que são otimos escritores.Vale a pena conferir.
Quero comentários, quero saber quem me visita.Porra!