sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Das pessoas na nossa vida

Cansei de falar mal das pessoas.Hoje quero cultuá-las, dizer o quão bem elas são capazes de fazer e ser.
Vou falar das minhas pessoas e do meu mundo egoísta e capricorniano.
Se não fosse minha avó e suas idéias de jirico, mamãe nao viria pro RJ e não mudaria de faculdade.
Se ela não tivesse vindo, não saberia da existência do Rondon.
Se não soubesse, não teria ido pro Mato Grosso.
Se ela não tivesse ido pro Mato Grosso, não teria conhecido papai.
Se ninguém tivesse importunado a vida dela na viagem, papai nunca se aproximaria dela.
Se papai não tivesse uma namorada no RJ, ele nunca ia perder contato com a mamãe.
Se papai não tivesse terminado com a namorada, ele nunca ficaria com a mamãe.
Se ele nunca tivesse ficado com ela, eles nunca se casariam.
Se eles não se casassem, ela não teria engravidado.
Se ela não tivesse engravidado no início de 84, eu não teria nascido no final daquele ano...
***
Se eu não tivesse estudado no CPII, nunca teria passado pelas coisas que passei.Não amadureceria, não teria as visões de futuro que eu tenho hoje.Não conheceria pessoas que mudaram minha vida.Não teria passado 4 anos lutando por um sonho.Não teria tentado me matar.Não teria trabalhado em loja e não teria feito uma faculdade particular.Não estou triste.
Nada disso teria me levado ao meu presente.Não teria sonhos que eu tenho.Não teria sido levada a uma igreja do suburbio procurando uma chance de ser professora.Não teria passado pelo que eu passei e não teria aprendido nada que eu aprendi.Nada seria como é hoje e não me arrependo.
A gente acaba desenhando nosso destino e o destino dos outros sem querer.As pessoas morrem porque elas têm que morrer e as pessoas surgem na nossa vida porque elas têm que surgir.Somos o que somos não só por nossa causa, mas também porque pra alguém a gente faz a diferença.Tenho certeza que você lembra de alguém que pouco participou da sua vida mas muito fez naquele curto periodo de tempo.A gente lembra de algum antigo amor que nos fez enxergar a vida de outra forma.Alguém que nos magoou muito, ensinando-nos que a vida nao é um mar de rosas.Pessoas que acabam te levando para lugares melhores.Pessoas que só aparecem pra isso.
E minha mãe protestou tanto contra a ida da minha avó para o RJ...e se ela estivesse lá ainda, estaria formada pela Católica de Pelotas, provavelmente com um emprego bacana, casada com outra pessoa e eu nao estaria aqui no meu blog pra mostrar a vocês o quão importante são as pessoas.
Elas mudam nossa vida.
P.S.:Para o Michel, que se não tivesse passado pelo que passou, não seria o grande homem que ele é hoje.
Para a Dani, que me ensinou a força e a tolerância em frases tão breves.
Para a Odete, que pensa junto comigo e me ajuda a chegar nessas epifanias.
Para a Diana, Vanessa, Ricardo, Davi, Rodrigo, e tantas pessoas que não estao mais tão perto como eu gostaria (ou nao estao mais longe, no caso de uma delas) mas esteve tão perto a ponto de me ensinar muitas coisas boas para o resto da minha vida.
Para a minha mãe, que nunca vai ler esse texto, mas foi ela que me colocou aqui, né?
Para tantas outras pessoas que colaboraram no meu caminho.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Do destino

É sempre assim.
Fico com a janela aberta no computador e eu fico de frente pra ela.O msn apitando e o Akon (caralho O.O) cantando no rádio, bem baixinho.E eu olhando pra ela e ela olhando pra mim.Tal qual dois adolescentes prestes a dar seu primeiro beijo.
(nao, meu primeiro beijo nao teve nada de romantico.Nao acho que um selinho violento contra a parede tenha sido romantico)
Frio na barriga e aquele medo bem comum.Talvez seja pela grande expectativa de querer ser, de querer estar, de querer fazer.A gente fica sonhando que nem boba, né?Com como vai ser, como toda a minha vida vai mudar assim que tal coisa acontecer.
Mal comparando, senti-me assim há dez meses atrás.Tive que tomar uma decisao importante, que hoje sei que ela é certa e real.Há dez meses atras eu não sabia.
Mal comparando, senti-me assim há quase dois anos atrás.Estava de frente pra ele e eu precisava dizer adeus.Era adeus ou o tormento da depressão pro resto da minha vida.
Mal comparando, senti-me assim em todas as vezes que senti que meu futuro ia sair do eixo do presente.Senti-me assim ao sentir os primeiros fios de metal em minha boca, assim como uma boca amiga junto da minha.Senti-me assim ao comprar o jornal rosa na banca e ter medo de abri-lo.Senti-me assim ao digitar os numeros de inscriçao da UFRJ no site, nos 4 anos de tentativa e erro.Senti-me assim em todos os resultados de provas e mais ainda quando vi meu CR caindo depois de receber minha nota do Carlos Alexandre.Senti-me assim ao terminar relacionamentos, ao iniciar outros.Ao perder amigos.Senti-me assim ao comprar a passagem pra São Paulo.Na ida e na volta.Ao tomar decisoes de cabeça quente, fria.Ao protestar no shopping contra a suposta cafajestagem de um ex-casinho.Ao aceitar oportunidades de emprego e ao dispensá-las.
Sempre.
São momentos que eu aprendi a sentir frio na barriga.Ótimo, minha vida vai mudar agora.Ou não.
Meu medo agora, às 23:37 do dia 20/02, é que minha vida não mude.Que ela continue sempre essa mesma batalha contra o vento, ou a favor da insistencia que eu tenho em acreditar que eu sou boa em alguma coisa o suficiente pra fazer bonito em algum chute a gol.
Eu posso abrir o link da janela do computador e ver uma coisa que mudará meu modo de ver a vida.
Ou eu posso abrir o link da janela do computador e não ver nada de diferente.E por mais que haja pensamento positivo e boas energias, tem horas que eu não consigo mentir pra mim.
Fechar os olhos.Chorar.Salvar o post.Abrir o link.
E ver.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Das explicações - Regurgitando

1) Estou arrumando meu quarto.Você sabe que quando se arruma um quarto, cobras e lagartos saem de suas gavetas.E foi o que aconteceu.Caiu em cima da minha cabeça uma caixa amarela com os dizeres "nao abra".Eu abri, porque podia ser coisas inuteis que mereciam a lata de lixo.Ao abrir, achei névoa de passado.O ano de 2002 cobriu o meu quarto e o cheiro das pétalas velhas chegaram às minhas narinas.Li cartas ofensivas e tristes.Coloridas, falando de amor.Um amor dolorido, que atingira minha alma, sem me deixar respirar por tantos anos.Lembrei que na segunda 25 faria 6 anos e pensei em como tudo estaria se estivessemos juntos.E, ao pensar, o telefone tocou.Era o dia que eu comemorava outro aniversario, com outra pessoa.E brigamos.Hoje nós resolvemos tudo e está tudo bem.E entendi que se eu ainda estivesse com aquele passado, ele teria sugado minhas forças e hoje eu nao estaria viva.
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2)Entre as arrumações decidi pegar minhas fotos do computador pra trocar meu mural.Fitei longamente a foto que posiciona-se no centro do quadro de metal.Era dia de prova na Uerj e o dia estava ensolarado.Eu não usava aparelho, era 2005, e minha cara era de morta.No dia anterior eu tive uma crise inexplicavel no estomago e passei o dia no hospital no soro.Dois litros de soro e eu nao aguentava mais.Era vestibular.E aquela fase foi decisiva na minha vida.Foi antes de decidir entrar na faculdade de letras.E eu tinha o apoio e suporte necessario pra seguir em frente.E graças ao meu apoio, fui em frente,e tornei-me forte.Essa fonte de força não está mais comigo e bateu-me tristeza.As lágrimas não vieram, nem conseguiria chorar.A força acabou e afonte secou.


Um beijo pra nova professora de gramática e pra nova professora de filosofia, Odete e Christianne.
Um beijo praqueles que se foram.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Das explicações

Você abriria mão?
***
Acho que eu não esperei essa pergunta quando o destino veio me desafiar.Ele costuma fazer essas coisas, me desafia, me põe em dúvida, me deixa agir, vai entender...
Juro que não tenho mais explicações.A gente tenta se proteger, fazer o melhor pras pessoas, tenta ser a melhor de todas as pessoas e tudo que passei durante meus 23 aninhos de vida foi resumida em uma frase por alguém tão humana quanto eu.
"Eu sei, eu sempre fui deixada de lado pelos meus amigos."
E ai?Ela tenta e eu não.Eles tentam e eu não.É isso que acontece.Não espero que chegue mastigado, mas espero uma resposta.Se ela não vem, eu não tento mais.Eles tentam, todos eles.Pra quê?, um dia perguntei a outro humano.Ele me disse que gostava de tentar, gostava de sentir que fazia algo por alguém, mesmo que esse alguém não mereça.E ai?
Ai que eu um dia fui uma criança em um grupo ímpar.Grupo esse que nunca me deu espaço.E eu sempre tentei.Toda a minha infãncia.Até o dia em que tive que ir embora.
E quando fui embora e me vi com outras pessoas, formando outros grupo, tentei.Tentei minha adolescencia inteira e, dessa vez, tive mais lucro.De tantos, numerosos, restaram-me três.E dessa vez, aprendi.
Muitos não merecem.Merecem?
É difícil a gente apanhar demais e deixar da forma que está.Nada mudou.Nunca foi fácil para mim aceitar desculpas, ou aceitar o perdão.É claro que me dói, não há explicações.E não há porque quando elas existiam, elas me machucaram muito.E é por isso que dói.
O mundo conspira contra e a favor de algumas pessoas.Isso, todo mundo já sabe.Tem uns que acham que não deveriam nem ter nascido.Tem outros que se vangloriam pela vida tranquila que levam.Quem nunca se sentiu assim, de uma ou de outra forma?Sei lá, as vezes eu tento explicar todas essas conspirações do destino e, de uma forma ou de outra, acabo sempre perdendo.E sem explicações.
E ai abri mão, abri pra me proteger, por acha que sempre seria assim, acho que eu estou numa posição justa porque quando voce tem um amigo você confia nele e, na verdade, o que aconteceu foi porque...porque...
P.S.:Um beijo pra Odete e pra Debora, que sempre estão lendo ^^;
Pra Dani, Michel, por admirá-los absurdamente.