domingo, 19 de abril de 2009

"Isso não é aula!"

É mais pra desabafo. E ainda estou mau humorada.

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Outra vez ouvi essa frase. Desta vez, não fiquei chateada, mas a frustração tomou conta de mim. Michel disse que por mais que montemos aulas geniais e alternativas, pra sairmos da rotina e rendermos mais, os alunos nunca aceitarão coisas novas.
Em parte, ele tem razão. Por outra, acho que o conceito de didática anda muito retorcido. Assisto as aulas de Psicologia da Educação I e saio revoltadíssima de lá. Como "boas alternativas didáticas"? Como "aprovação automática para não desestimular o aluno"? Como "cotas pra inclusão social"?
Tudo isso me revolta e não sei qual caminho seguir. Se sou boa ou má professora, já sei o que sou (e não convém ao assunto). Mas se o ensino é bom ou ruim, já não sei mais. Não sei mais se é um lance hoje em dia que pode avançar, progredir. A escola torna-se um instrumento de comércio, um instrumento de vantagens, mas nunca beneficia o aluno. E de que aluno estamos falando? Daquele que é capaz de aceitar formas alternativas de aprendizado? O aprender por aprender? O que me espera(ria) nessa vida? O que está guardado pra mim?
Como eu faço pra sair dessa sinuca de bico? Cada vez menos amo a Letras, amo menos a licenciatura, amo menos o ensino, seja lá de que jeito for, público ou privado. Não quero viver essa vida e essa é uma angústia que me acompanhou por esse dia todinho, preso em minha garganta ao lado de quem mais entende do assunto (e que nunca poderá me ajudar ou entender).

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É uma sensação de sufoco, mas eu precisava falar. Desculpa. O próximo post será mais alegrinho, juro =P

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um dia

Andei meio afastada do blog. Simplesmente, andei meio mau humorada demais pra escrever algo que fosse bacana ou engraçadinho. Na verdade, ando de mau humor até hoje, o que é normal. Normal pra quem vem aguentando uma TPM pura, ou, pra quem sabe a minha rotina atual.
Dae aulas está sendo uma atividade frustrante. O que é assustador, porque com o diploma que terei daqui a um ano, só poderei fazer isso: dar aula. Isso não é assustador? Você se forma pra fazer apenas uma coisa. Você não tem opções e talvez nunca terá. Se você não gosta do que faz, azar o teu!

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As borboletas vivem só um dia.
Essa foi a filosofia que apliquei durante uma conversa despreocupada com a Jaque, lá na faculdade. É estranho pensar no futuro, porque é esquisito saber que, mais cedo ou mais tarde, você não está com os amigos, com o namorado (ou namorada, ou esposa, ou lanchinho da madrugada), com a família. É assustador pensar que você só pode ser jovem uma vez. E as borboletas vivem toda a sua vida durante esse um dia. Elas voam de flor em flor durante um dia. Elas namoram e copulam nesse um dia de vida, porque não haverá outro...
Clichê? Talvez. Até o ponto em que eu paro e penso: por que a gente toma essas decisões que não dão mais pra voltar atras? Fazemos e dizemos coisas que não eram pra serem feitas ou ditas. E achamos que temos ainda muito tempo pra refaze-las.
Acho que nosso tempo na vida é tão curto quanto o das borboletas. O lance é que, pra elas, é o suficiente, porque elas não precisam pensar em voltar atras. E a gente tem essa necessidade de se arrepender de tudo que decidimos fazer, não sei como eu posso explicar.
Só sei que eu me arrependi de uma escolha que fiz de cabeça quente. Escolha essa que terei que arcar com ela pelo resto da minha vida.

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Eram duas borboletas amarelas se acasalando...tão lindo!