quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Vinte e cinco

Algumas fases da vida são quase um marco pra nós, né? Quando a gente faz 12, por exemplo. Fica aquela contagem regressiva pra menarca e para o primeiro beijo. Não sei se pra vocês foi assim (meninas, ok?), mas pra mim foi mais ou menos isso. Fiz 12 e logo veio a menarca. Fui a segunda do grupinho a "virar mocinha", e eu mal sabia pra que eu tinha que ficar daquele jeito uma vez ao mês. As meninas ficam à espera do príncipe encantado, gritam quando aquele bonitão aparece na televisão cantando músicas melosas, enfim... Adolescencia.
Ai a gente faz 15 e tem toda aquela festa, com dois vestidos, valsa com o papai, bolo gigante e presentes maravilhosos. Eu ganhei uns 10 perfumes de aniversário! A partir dos 15, você passa a ser levado mais a sério. Você chega ao Ensino Médio, começa a pensar em vestibular, as matérias ficam puxadas e seu corpo entra mais em harmonia.
Os 18 são um marco, na verdade. Você sai da escola, entra na faculdade (não foi meu caso, já que entrei na UVA com 19/20 anos), arranja um emprego, pode ser preso, não pode pegar os (as) novinhos (as), alguns até saem de casa. Fazer 18 é um marco na história de alguém. Muitos chutam o balde pra vida, vestem o mochilão e exploram o mundo. Dizem que o indivíduo cresce com essa experiência.
Pois esse ano chego aos 25. É a idade da careta. Você diz que tem 25 ou mais e as pessoas falam:"nossa..." com uma careta; sinal de que você está ficando velho. Minha aparencia não denuncia minha idade; aliás, nunca denunciou. Isso, pra mim, é uma vantagem: não me sinto tão velha. Apesar de que não sou. Ter/fazer 25 anos é apenas chegar ao auge da juventude, se você pensa no geral. O que me mata é ainda estar fazendo coisas de adolescente aos 25 anos, e isso me faz sentir um pouco velha demais.
Essas fases de marco na nossa vida são essenciais pra você mudar de fase no seu jogo de plataforma, como se você entrentasse o chefe da fase ou algo do tipo (/nerd). Eu juro que não sei o que pensar sobre meus 25 anos. Já penso muito mal do orkut, que avisou minha data pra todo mundo, mas isso é o de menos. Sei que passei por tudo que eu podia passar de acordo com a idade que vivi: vi Xuxa, dancei ballet, cantei no coral da escola, paguei muito mico, perdi e ganhei muitas amizades, dividi garoto com amiga (Katia...?), quase fui reprovada, fiz 7 vestibulares, trabalhei mais de 12 horas por dia, dei aula pra 8 alunos de séries diferentes ao mesmo tempo, tive medo de entrar em sala de aula, vi alunos meus entrando na faculdade e nos concursos de admissão pra colégios tradicionais, já tentei me matar, cometi inúmeros erros, abri mão de namorado pra não ter dor de cabeça, tenho ex-namorados gays e costumo ser alvo de fofoca de gente desocupada.
Não sei mais o que falta pra eu viver, mas juro que estou super ansiosa pra saber. Só sei que, no último evento do ano antes do reveião, prefiro ficar quieta, vendo o sol brilhando na janela da minha avenida...


P.S.: na foto, Patinha com 15 anos =P

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

De geração em geração...

Na mão dela, um símbolo da minha adolescência: revista Atrevida!
Quando eu falo "minha adolescência", parece que eu tenho uns 35 anos. Não, tenho 24. Mas quando você tem 24 anos, você não é mais uma menina de 14, certo? Então, há 10 anos atrás, eu estava no auge dos meus 14 anos (não sou de 85, mas de 84. Meu aniversário é no fim do ano, então em 1999 eu tinha 14 e fiz 15, entendeu?).
Quando eu tinha 14 anos, eu tinha mais ou menos o corpo que tenho hoje. Com a excessão de dois sisos, queixo grande e 7kg nos pneuzinhos. Tinha os cabelos meio alaranjados, por conta de uma friustrada experiência com tintura de cabelo, o dobro das espinhas que tenho hoje, mas os mesmos 176 cm que me matam e me perseguem até hoje. Vestia o mesmo número de calça jeans, sutiã, tinha o mesmo calinho no polegar direito e o mesmo apreço pelas aulas de ciências e geografia.
A grande diferença é que eu era mais dramática. O drama na minha vida era constante, mas depois o professor de biologia me explicou que isso se chamava puberdade. Achei interessante e, assim, pude entender que todos os dramas que fiz não tinham metade do tamanho que eu dava a eles. Adolescência é uma coisa engraçada, né? Eu andava com aquele mundaréu de gente, parecia um pelotão invadindo o Colégio Pedro II, no Centro. Éramos 8 pessoas, um deles era meu primeiro namorado. Infelizmente, nenhum deles está ao meu lado (e sinto mais saudade da única que eu sentia mais verdade na sua companhia, que me deixou sozinha nesse mundo há um ano) como há dez anos atrás, mas entendo que a vida os levou de mim por um bom motivo.
Pois era nessa época que eu lia Atrevida. Putz, eu morava na banca pra comprar Atrevida. Saía do colégio (e o Centro sempre é um ótimo lugar pra estudar. Saía da escola direto pro camelódromo, pra Avenida Central, pra Avenida Passos e para o McDonald's de Las Vegas, mas este último é para um outro momento...), atravessava a rua e comprava uma novinha, todo mês. Na capa, é claro, os gatos do momento: Kevin Richardson, Leonardo DiCaprio, Taylor Hanson, Rick Martin, entre outros. Dentro, os testes mais esclarecedores da minha vida: ela é sua verdadeira amiga? Ele está de olho em você? Você é uma boa namorada? Ele te trai? Seu pai é durão?
Isso sem esquecer da seção de cartas. Era minha parte favorita!!!! Sempre fui uma boa aluna de ciências (porque até a oitava série, a gente chama biologia de ciências. Doido, né?) e na sétima série a gente aprende sobre os funcionamentos do corpo humano. Claro que a gente aprende sobre aparelho reprodutor e DST's e eu, que sempre fui muito curiosa, passei a mão nos livros de biologia do papai, da época dele de faculdade, e lia tudo sobre patologia, inclusive sobre herpes, candidíase e gonorréia (essas DST's que ninguém se toca que se pega trepando). Aos 13 anos, já sabia o que era DIU, sífilis e Kama Sutra. E quem irá dizer que não tenho uma veia científica?
Enfim, eu, no auge dos meus 14 anos, julgava saber tudo de teoria sobre sexo. Porque há dez anos atrás nenhuma adolescente com o mínimo de instrução perdia a virgindade antes dos 16. Minhas coleguinhas (inclusive eu), conheceram o que era sexo (mal e porcamente falando, porque quando os meninos têm 16, mal sabem eles como se faz, né, rs) só depois dos 16. Hoje, as meninas de 12 estão grávidas do segundo filho, do segundo pai! E eu adorava rir das cartas que as meninas, cheias de dúvidas cretinas, mandavam pra Atrevida.
"Transei com meu namorado na banheira. Posso ficar grávida assim?"
"Meu namorado disse que eu só posso provar meu amor por ele se eu transar com ele. O que eu faço?"
"Minha melhor amiga disse que só sexo segura namorado. Tenho 12 anos e sou virgem. O que eu faço?"
"Estou sentindo uns enjoos. Não posso sentir cheiro de perfume que me dá vontade de vomitar. Tenho 11 anos e sou virgem. Posso estar grávida?"
"Eu não sou mais virgem e meu namorado é. Quero transar com ele, mas não sei se ele vai ficar assustado. Tenho 13 anos. Como eu faço para chegar nele?"
"Namoro há 3 meses, mas semana passada perdi a virgindade com meu primo. Isso é traição?"
Até uns anos atrás, tinha todas essas reportagens numa pasta rosa, junto com as letras traduzidas dos Backstreet Boys, Spice Girls e Britney Spears e as fotos sem camisa do Kevin e do Brian. Tive que jogá-las fora quando entrei na faculdade, para guardar a quantidade de folhas e apostilas de literatura e gramática.
Foi ontem que eu, voltando da aula de ballet, vi na mão da Kiowa, de 15 anos, um exemplar novíssimo de Atrevida. Meu Deus! Ainda fazem essa revista!!!! Quase chorei de emoção, todas as imagens vieram na minha cabeça naquele momento. Logo depois, pensei que, como o mundo estava muito mudado, hoje as meninas de 14 anos não são como as meninas que tinham 14 em 1999, a revista estava toda mudada, tratando de outros assuntos e abordando outros tipos de música. Pois aí eu vi que não.
Na capa, o ator de Crepúsculo (socaram na cabeça das meninas que ele é lindo. Eu acho ele meio gay, mas minhas amigas eram loucas no Leonardo DiCaprio - e ele é gay!). Matérias da capa:"Dicas dos meninos para a sua ficada virar namoro de vez!", "Postêr do lindíssimo Edward Cullen - Crepúsculo!", "Dicas de moda pra sair pro shopping, pra balada, etc", "Como preparar sua festa de 15 anos", "Saiba como pedir ao seu pai pra sair com os amigos" e "Os meninos dizem: não perdoam traição!". Caraca...não mudou NADA!!!!!! E levando em conta que a puberdade é dramática, a revista (agora vendo com o meu olhar de vinte e tantos anos) alimenta essa questão de drama das meninas, matando-as de agonia e depressão!!!!!
Virei pra Kiowa e disse que havia muito drama desnecessário na vida de uma adolescente e ela disse que a vida dela tem dramas cheios de fundamento. Minha professora de ballet riu e disse a ela que quando chegasse à nossa idade, ela ia perceber que fez uma tempestade em copo d'água.
E aí, entendi todos os meus dramas adolescentes. E dizia tanto que os mais velhos eram uns chatos metidos a sábios. Acho que ela voltou pra casa com essa ideia de nós...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O poder do etanol

Não sou de beber.
...
Juro! Minha história com o etanol começou tarde. Eu tinha 21 anos quando o Laio, grande amigo da faculdade, me levou à Reitoria. A Reitoria foi, por muito tempo, um célebre lugar de encontro dos boêmios do Fundão. Foi lá que bebi minha primeira Itaipava.
De experiência com pessoas bêbadas, já sabia como se bebe. Almocei bacanamente e fui beber com os amigos. Chupava uma Halls de menta a caminho de casa e pronto: já estava tudo bem. Não que o segredo fosse somente esse, mas nunca passara dos 2 copos até o dia em que eu inventei de conhecer as saudosas choppadas da pista de aeromodelismo. Quem entrou no Fundão antes de 2007 sabe como era legal sair de uma aula caspulenta de sexta e se perder naquele mato com a cara cheia de birita. Bem, foi lá meu primeiro pilequinho. Estava solteira na época, então era divertido virar Gummy e rir da cara dos amigos. Naquele dia, foi um festival de chifre da parte dos amigos...
...
Na verdade, estou contando sobre minhas experiencias etílicas porque lembrei de uma antiga colega minha da escola que, bêbada, pediu pra que eu lhe desse um soco na sua cara. Na hora, não entendi nada, mas depois meu pai me explicou que ela estava bêbada seriamente. Eu tinha 14 anos.
Quando você bebe, meio que você perde o medo, perde a noção, perde a sensibilidade. Você é capaz de falar coisas e fazer coisas e eu, que sempre achei que era psicológico, me surpreendi quando, ao levantar da mesa de plástico do barzinho da Reitoria, não achei o chão e caí. Como uma profunda admiradora das ciências biológicas, como todo mundo sabe, logo fui investigando os processos alcoólicos e do porquê que a Lei Seca é tão importante na nossa vida de trânsito.
Foi em São Paulo que senti medo de morrer pela primeira vez. Bebi além da conta, mas ainda era a mais sóbria do grupo que tinha ido a uma baladinha supimpa de Vila Madalena. Porém, não sei dirigir. Com toda aquela vodka na cabeça, eu mal sabia o que podia acontecer comigo. O som alto dentro do carro, minhas primas cantando. Fiquei com muito medo e achei que aquele carro ia entrar num poste paulista.
Tirando essa aventura tão arriscada, ultimamente venho sentindo essa vontade extravagante de sair fora do mundo. Assim, no pleonasmo mesmo. A vida anda tão puxada pra todos; olho para os lados e todos os caminhos são difíceis. Tem vezes que entendo como alguém começa a beber. Às vezes, entendo porque algumas delas não conseguem parar. Se a tendencia ao vício do álcool for realmente genética, como estudam há bastante tempo, tenho tudo pra ser alcoólatra.
Na numa festinha dos amigos da faculdade que descobri o que é sair do mundo. Depois do sexto copo de vodka (a quantidade importa menos do que as condições na qual você bebe, lembre-se disso), senti que tinha o poder de fazer qualquer coisa naquela festa. Tinha o poder de dançar, de cantar, de pular, de fazer spacatto, de falar o que eu bem entendesse. Não era eu. Tudo que eu não queria era ficar de porre, mas tudo que eu mais pedia aos amigos era que enchesse meu copo. Foi tenso, angustiante e, ao mesmo tempo, libertário, porque eu sentia que tinha o poder. De quê, eu não sei.
Depois de um tempo, olhando nos olhos das pessoas que sempre amei, me cercando numa mesa do shopping, que entendi que não podia nada. Quando voltei a si, entendi que podia fazer uma coisa inclusive sóbria: fazer com que rissem de mim, de maneira positiva. Dizem que sou bêbada sem álcool. E sou mesmo.
Mas juro pra vocês que eu não sou de beber...

domingo, 6 de setembro de 2009

O segredo do casamento feliz

Todo fim de semana a gente vê filme ruim na casa do Michel e, dessa vez, decidimos ver Divã. Os meninos protestaram, mas as meninas queríamos ver e decidimos que assim o faríamos. Éramos Carol, Marcela e eu na sala da casa do Michel diante da TV de mil polegadas de 17 mil reais (rs) vendo Divã com Lilia Cabral.
Quando eu era mais nova, queria ficar bonitinha que nem Lilia Cabral quando eu tivesse 45 anos. Ela é uma senhora bonitinha de olhos azuis e sorriso fofinho. Não parece ter 45 anos. No filme, ela realmente tinha 45, e realmente fez papel de mulher que nem eu, Carol e Marcela (cada uma com suas diferenças e gostos). Na verdade, o que mais me tocou não foi ela ser tão bonitinha e fofinha como uma criancinha, mas sim o enredo do filme. Como uma amante frustrada da Análise do Discurso (matéria essa que me deu profundo gosto pela Letras, mas que, quando eu fui aprovada com 10 e ela acabou, meu gosto pela faculdade diminuiu violentamente, principalmente porque não tem mercado para esse tipo de pesquisa), identifiquei vários elementos discursivos que codificamos como o bem, o mal, a felicidade e a tristeza. Como na cena em que ela dá uns pegas no Reinaldo Giannecchini (deixando as três meninas do sofá babando de inveja), cujas cenas são iluminadas de uma maneira que passe a sensação de aventura extra-conjugal (a cena é meio avermelhada, o motel é provocante, enfim). O fim do relacionamento dos dois é bastante esperado sem que haja nenhuma fala, na cena em que arma uma chuva daquelas e os dois estão admirando as nuvens negras que se aproximam. Naquela cena, comentei com as meninas que as cenas seguinte seria a do fim do casamento dela com o José Mayer. Enfim, não quero ficar debatendo AD com vocês, mas, sim, no conteúdo das cenas seguintes a do fim do relacionamento extra-conjugal da personagem de Lilia Cabral.
A gente se apaixona naquela esperança tão medieval de ser feliz para sempre. A vida pós cerimônia não é tão bonita como a de Cinderella ou de Bela (de A Bela e a Fera). Machado tentou nos avisar, mas acho que a ideia de grande amor ainda se perpetuou pelos anos. Pobre Machado, e eu li tantas vezes o Dom Casmurro e as Memórias Póstumas de Brás Cubas. A gente não aprende.
Mas, na verdade, o que era pra gente aprender? Que não devemos casar nunca? Logo imaginei que talvez fosse essa a mensagem que o diretor do filme Divã queria passar pra mim. Passei por relacionamentos difíceis antes de encontrar o Michel. E mesmo dizendo aqui que ele é ótimo, ele é tão humano quanto eu. E humanos são feitos para cometer erros. Não estou livre disso e nunca estarei.
Decidi esquecer esse assunto e fui viver a minha semana sempre turbulenta de aulas na casa dos meus queridos pestinhas. Foi quinta última o aniversário de uma grande amiga minha. Tenho ela na minha vida desde quando nos entendemos por gente. Eu tinha 6 anos, ela 5, quando brincamos com as nossas Barbies juntas pela primeira vez. E quando éramos crianças (fofinhas, bochechudinhas e engraçadinhas), sonhávamos em crescer, trabalhar, casar com um cara muito bacana e ter uma penca de pirralhinhos correndo pela casa. Coitada de mim, ainda não tinha estudado biologia pra saber como nascem os bebês, rs. Crescemos juntas sempre com esse ideal de vida. Ela não sabia bem no que queria fazer da sua vida, mas eu sempre quis ser ou professora, ou cientista (que merda, nasci pra ser pobre). E como ainda não tinha ganhado meu conjuntinho de laboratório do meu pai, gostava de brincar que eu era professora de portugês com ela. Aquilo era engraçado e ficamos lembrando desse tempo na visita que fiz a ela por conta do seu aniversário. Ela completou 24 anos. Casou-se ano passado (chorei e me rasguei toda nesse dia), grávida de 5 meses, não por conta da sua condição de gestante, mas, sim, por amor mesmo. Sua filha fofa já fez um ano mês passado e muito se parece com ela. Ao perguntar-lhe como era a vida de casada, ela logo me respondeu que era muito difícil conciliar tudo. Até ai, não me surtiu nenhum efeito de impressão. Complicado foi ela dizer que enjoou de viver assim. Não que o casamento fosse ruim, mas é que não imaginava que fosse tão...chato! Perguntei-lhe se não era por conta da rotina e ela me respondeu que viver é uma grande batalha não só entre você e você mesma, mas, também, entre você e as pessoas que te cercam. A batalha dos orgulhos. E ele como homem, ela como mulher, era complicado conviver juntos. Ela acha muito feio os palavrões do futebol que ele proclama porque a pequena ouve e pode aprender. Ele com certeza acha um tédio esse lance de ela viver cercando a filha para que ela não se machuque ou coloque algo do chão na boca. Eu lhe disse que casar não era pra qualquer um e ela disse que achava que essa vida não era pra ela. Tudo bem, saí da casa dela e fui direto para a aula da noite. Não pensei nisso até o fim do dia, quando cheguei em casa e parei pra sonhar (de vez em quando é bom fazer isso). Diante de toda a minha experiencia nos últimos dias, pensei muito sobre esse lance de casamento, amor e afins (que, ultimamente venho falando tanto) e depois de me perguntar se era realmente isso que eu queria pra mim um dia, logo me deu um estalo. O que a minha amiga disse sobre os relacionamentos tem todo fundamento. Ninguém mais vive em harmonia por seja lá qual for o motivo. Há por ai uma batalha constante de egos e orgulhos, como se precisássemos constantemente nos auto-afirmarmos que somos muito mais do que qualquer pessoa por ai. Como empinamos o nariz pra quem gosta da gente, só pra não demonstrar fraqueza. E como temos prazer em sacanear as outras pessoas que não fazem a nossa vontade. No fim de todo esse pensamento, sobre a falta de prazer de fazer o próximo feliz, que as pessoas vêm cultivando no mundo moderno, achei que tudo isso era uma grande bobeira. Foi quando meus devaneios foram interrompidos por alguns berros vindo da sala, sobre o porque de cozinhar assim ou assado aquele frango ou falar desse ou daquele jeito. O casal, que tanto acreditei que fosse harmonioso quem qualquer momento da vida, às vezes, me assusta. É como se ele não tivesse prazer de compreender todo o esforço que ela faz por ele e por nós. E logo acreditei que minha amiga realmente está certa.
Outro dia, num post desses, a Marcela arrematou o meu "fazer dar certo" com um comentário altamente plauzível: "Eu sei que muito de um relacionamento é baseado nas vontades dos dois, o grande X da questão é que as duas pessoas precisam trabalhar para o bem do relacionamento. Isso significa muito mais do que gostar da mesma banda de rock, ter sintonia na hora h e otras cositas más. Saber a hora de abrir mão, saber a hora de botar pé firme, brigar um com o outro, brigar um pelo outro, chorar, comemorar, caraca, é difícil pacas. Cansa, dá vontade de desistir, dá curiosidade pela grama verde do vizinho.(...)A vontade de dar certo deve vir em primeiro lugar." Acho que posso fazer minhas as palavras dela, pra arrematar esse assunto e, de vez, começar a falar de outras coisas.

***

Desculpem a ausencia, mas minha vida não está tolerante a erros. Acho que se eu errar dessa vez eu nunca mais voltarei ao normal. Isso me dá medo.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sofrer está embutido no pacote...

Aí a gente tá de bobeira e se apaixona. Beleza. Vamos ao cinema, vamos à praia, vamos sair pra jantar. Aí a gentetenta conquistar aquela pessoa. Podem acontecer duas coisas nessa conquista: ou de dar certo, ou de não dar certo.
O conceito de "dar certo" é meio confuso pra ser definido como padrão. Às vezes, a gente se apaixona por alguém que nem merece metade do nosso carinho, ai esse alguém esnoba a gente e a gente acha que não deu certo. Ok, mas como a gente sabe que aquele esnobador não merece a gente?
Sempre tive o coração muito aberto. Nunca tive medo de me apaixonar, mesmo vivendo as mil aventuras que vivi (alguns leitores sabem muito bem que aventuras são essas, mas deixemos algumas delas em off). Me apaixonei perdidamente por alguém que me custou "grandes amizades", alguns vestibulares e bastante sossego. Isso faz tempo. Era nova, estava saindo do colégio.E, por mais que meus amigos me falassem que ele não era o cara pra mim, eu arrisquei. Não porque eu fosse idiota (lógico que, depois que tudo acabou, mergulhei naquela deprê e acreditei que era uma tremenda idiota. Mas quando se tem 19 anos, a gente sempre se acha idiota), mas porque eu sempre soube que sofrer estava embutido no pacote. Que pacote?
Esse pacote a gente recebe assim que a gente se apaixona. Nele contém as inúmeras doses de carinho, gargalhadas, respeito, expectativa, surpresas, sogra, sexo, amigos e, é claro, o sofrimento. A gente sofre (muito ou pouco) sempre em qualquer relacionamento. E como eu sempre soube desse adicional, fui em frente, porque eu queria descobrir sozinha se o cara era mesmo o tal do príncipe encantado ou apenas um sapo verruguento.
Ok, depois de dois anos, descobri que ele era um sapo, o que não me decepcionou em nenhum momento. Passei por uns meses de isolamento, achava que eu estava errada em algo que eu não sabia o que era (mas sabia que um dia eu ia descobrir), meus amigos me ajudaram muito nessa e passei por essa fase nem muitos danos. A partir deste momento, tive duas opções: ter aversão total por por relacionamentos ou botar a fila pra rodar. Sabia que, se eu botasse a fila pra rodar, receberia outro pacote com os mesmos ítens de fábrica: carinho, gargalhadas, respeito, expectativa, surpresas, sogra, sexo, amigos e, é claro, o sofrimento. Botei a fila pra andar, namorei outro carinha e me decepcionei outra vez. Já mais amadurecida, e com os pés na faculdade, o sofrimento foi muito mais brando.
Mesmo depois de namorar dois sapos verruguentos, continuei observando a vida ao meu redor e passei a acreditar que o amor podia, sim, ser lindo. Muitos amigos meus estavam apaixonados, felizes, curtindo a vida adoidado. Depois de ver O Segredo e confessar à minha amiga Tainá que eu já tinha tudo que precisava, e que só faltava um grande amor que me fizesse feliz, conheci o Michel e essa história vocês já conhecem.
Por que eu falo tudo isso hoje? Porque nesse meio tempo, uma das minhas melhores amigas entrou para o hall das solteiras. E quando ela teve que escolher entre a aversão ao amor e a fila rodando, ela escolheu a primeira opção. O que me impressionou bastante, porque eu sempre escolhi a segunda e sempre achei que essa escolha fosse natural pra quem não desiste de acreditar que o ser humano vive melhor acompanhado. Depois que ela tomou essa decisão, alguns caras (a maioria sapos) tentaram, em vão, conquistá-la. Acredito que ela fique de cara com o princípe e, nessa filosofia rebelde de não acreditar mais em histórias de amor, ela o perca de vista, e passe seus dias sozinha. Disso, sendo eu a melhor amiga dela, tenho muito medo.
Foi nesses dias agora que eu fiquei pensando nisso e hoje, contando a história dela pro Michel (não vou expor essa história aqui, em respeito a ela, mas foi parecida com a minha), refleti nas minhas decisões de seguir em frente ou não. Ontem, indo pra Taquara, a dani me falou algo que completa esse pesnamento:"tem que ir de cabeça, principalmente porque EU SEI que vai dar certo." E mesmo se não der, a gente foi de cabeça. Se machucou, sofreu, porque tá tudo incluido no pacote. E criou marcas, feridas, a gente aprende e amadurece. É disso que a vida é feita, não é mesmo?

sábado, 25 de julho de 2009

As pérolas que encontro quando arrumo o quarto

Meu quarto, que é conhecido por todos como uma grande zona (sim, eu tenho vergonha dele...), esconde mistérios que eu nem conheço. Aqui vai um deles:

Eu não quero dormir.
Tudo roda a minha vida e meus músculos relaxam. A imagem se multiplica, embaça. Vejo um vulto de uma mulher na minha frente e ela não pára de falar.
"Esta é a formulação do exílio dentro da história..."
Minha mão afrouxa e meus olhos fecham. Carinho no cabelo na mão do amigo. Voz tão distante... Meus olhos querem fechar.
Chocolate, guaraná e um pouco de açaí. Nada adianta. Minha mente criou um conforto na carteira dura e eu posso sentir meus travesseiros. É sí a voz dela. Meu sono grita e berra mais alto que a voz dela. A professora não ouve meu sono? Meus músculos querem esticar, bocejar e minhas costas enrijecem.
"A paródia se compromete com uma nova construção de sentido..."
O Gonçalves escreveu o poema que a rofessora recitou. Ele me contou do sabiá e todo mundo faz o sabiá igual. O bichinho voa na janela enquanto recita com uma voz tão enjoada "não permita Deus que eu morra..."
Sinto minha mão apertada pela mão do colega. Abra os olhos! Não quero dormir, mas a minha cabeça tomba.
"Mas o sabiá também está exilado"
O sabiá vai pousar na minha cabeça. Ele vai acabar embarcando comigo para o Brasil. Lá na frente, posso ouvir tão longe uma voz aguda, enjoada, chata. O céu é tão azul e o sol esquenta o sabiá. Esquentou, esquentou... O sabiá virou galeto.
Meu amigo sacode minha mão. Não dorme, não dorme! Boceja...uaaaah..."a rua 15 é onde os poetas se encontravam em 1920"
O Oswald tá chegando e a Tarsila já está aqui com o Mario. O Villa-Lobos disse que vinha só amanhã, então a gente vai ficar aqui na Rua 15 enquanto a Fátima recita Quintana na frente da carteira.
Você dorme muito! Ai, acorda, não quero dormir! Meus olhos lacrimejam e minhas mãos não seguram firmemente a caneta. Ela dança em meus dedos tão frouxos e nem sei mais o que escrever. Como vai ficar com os olhos abertos? Não dá, eu sei que não dá, avisa pro Quintana... O sabiá é quem volta, e a terra nem tem mais palmeiras. Pro Oswald tem palmares e sinto minha mão sacodida, mas já estou na Rua 15 escutando Chico Buarque.

05/2007

Achei isso aí (nunca sei o nome que dou às besteiras que escrevo. Dá vontade de chamá-las de porcarias, mas sinto um leve apreço por elas) no meio do meu caderno de Fundamentos da Cultura Brasileira I, aula que, teoricamente, era sobre cultura e história do Brasil mesclado com literatura. A professora nos obrigou a comprar um livro dela de poesias (que é uma tristeza profuda - nunca sei porque determinadas pessoas entram na carreira da Letras. Acho que, como meu caso, deve ter sido falta de competência...) e o livro só fala de Tarsila do Amaral. Nesta aula ela nos obrigou a ouvir duas horas de todos os poemas baseados na Canção do Exílio, de Gonçalves Dias e eu, como sempre, tava caindo de sono. Enfim, nunca vi utilidade pra isso.

***

Ganhei um selinho da Fabi. Eis o selinho:

Regras do selinho:
1) O selo deverá ser exibido no blog.
2) Linkar o blog que indicou o selinho.
3) Listar cinco desejos de consumo que te deixariam mais glamurosa.
4) E como o que é bom é para dividir, deverá indicar dez amigos para receber o selinho e avisá-los do mimo, é claro!

Meus cinco desejos de consumo:
1. Um apartamento só meu. Só meu mesmo, com as minhas coisas, com as minhas roupas e a minha bagunça. E, é claro, o namorado jogado na minha cama de vez em quando...
2. Merivão, todos sabem disso!
3. Um laboratório, igual ao do Dexter.
4. Uma daquelas máquinas fotográficas profissionais super legais da Sony.
5. É claro, um Nintendo Wii ou um XBox 360 \o/ - se for os dois, tá bacana!

Olha, eu não tenho 10 links de cabeça aqui comigo, mas eu mando esse selinho pra todo mundo, viu? Pro Marcos, pra Marcela, pro Daniel, pra Beth, pra Aline, enfim... Quem quiser um selinho, to distribuindo!

Pelamordedeus, esse selinho daqui do blog, não vão pensar bobagem... Esse povo sem inocência...

domingo, 19 de julho de 2009

Longe de tudo

Depois de um mês sem dar as caras por aqui, resolvo aparecer para (pra variar) um post reflexivo. Vou tentar nao ser muito profunda, ok?

***

Quanto mais tentamos, parece que ficamos mais longe do que a gente quer. Queremos agarrar o mundo inteiro com mãos tão pequenas e impotentes, e acabamos com medo de perder tudo que está no nosso colo. Por alguma veia da nossa vida, a gente recebe alguma crítica, algum desgosto, algum fracasso. Não dá pra se sair bem em tudo.
Confesso que não consigo ver meus vídeos de dança sem largar a crítica. Como minha flexibilidade deixa a desejar, como estou abaixo do nível de que eu gostaria, errei nisso e naquilo... É bacana ouvir das amigas que acompanham a trajetória desde o início (valeu Dani e Bel!!!) o quanto melhorei e o quão segura estou diante das luzes dos holofotes, e não duvido de nada disso. Na verdade, para uma pessoa tão perfeccionista quanto eu, é difícil reconhecer que aquilo está razoável. Teimosia, eu sei. No entanto, está muito longe do que eu sempre quis quando pequena (ah, sim, quando eu era criança, desejava muito saber dançar e ter bom condicionamento físico. Sempre me julguei a mais fraquinha da turma de ballet da escola, mas insistia porque acreditava que um dia eu seria boa).
Minha vida anda uma grande zona e tudo que eu precisava era do colo dos amigos. Tomei uma decisão monstruosamente forte na minha vida (que, com certeza, marcou um setor da minha trajetória) e eu só preciso de apoio. Sei que muitos me criticam e me questionam por ter decidido interromper um caminho firme para andar numa estrada imprevisível e perigosa, mas confesso que não quero ouvir o que meus amigos têm a dizer. Fico muito triste quando meus amigos cobram e exigem de mim coisas que, às vezes, não consigo dar conta. Espero compreensão sempre deles, mas às vezes acho que não tenho muita sorte. Amigos exigem muito mais do que meu próprio namorado. Exigem mais atenção, mais presença, mais ligações, mais atitudes. Não, queridos amigos, agora não posso. E queria muito que eles escutassem quando grito por socorro. Mas que não criticassem, nem questionem.
Foi outro dia que sofri um "ataque terrorista". Foi o dia mais difícil dos últimos 5 anos. Foi ontem à noite que fui altamente criticada por um erro que eu não cometi. Que eu deveria ter feito isso ou aquilo. E os golpes de taekwon-do? Oitenta reais por mês jogados fora em 9 meses? O que não souberam é que não é tão fácil quanto a gente quer, quanto a gente pensa.
Lá vou eu de novo para a única oportunidade que terei na minha vida. Que me deixem tentar. Que me deixem longe de tudo, por favor. Deixa eu tentar dessa vez e deixa eu conseguir. Deixa eu pegar as coisas aos poucos. Não me liguem para perguntar como ando, pois serão horas ao telefone. Deixa eu tentar, só dessa vez, ser boa dançarina, vencer uma conquistazinha de sonho de criança. Deixa me explicar que eu tentei, mas que, infelizmente, não consegui.
É complicado e reflexivo (merda!), mas talvez eu suma mais ainda do blog.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

De ouvido colado na vizinhança

Na verdade, essa história eu andei ouvindo por ai, pelas minhas andanças. É sério, podem até comprová-la.
Andei ouvindo por aí que dizem coisas e olham em seus olhos. São coisas que atormentam qualquer pessoa em juízo normal. Como dizem se não se comprovam? Ainda mais, olhando nos olhos. Depois que ouvi essa história, fiquei pensando muito em como se pode fazer isso. Certa vez menti no olhar de alguém. Disse uma mentira olhando nos olhos. Ali, percebi que há um jeito de olhar que, pra quem manja, dá pra olhar e mentir.
O lance é que quem disse isso não sabia o que dizia. É confuso, mas se eu explicar, torna-se simples. Disseram à personagem da história algo que se diz ao namorado ou à namorada. E a personagem não era nada disso.
Alguns homens sentem medos das mulheres com quem se relacionam. Ou, simplesmente, se acomodam. Certos homens são segurados pela ameaça de algo se saírem da linha. No entanto, muitos homens não sabem o poder que eles têm na mão. O poder de desafiar.
"Vai fazer? Duvido!"
Quero ver uma mulher perder as estribeiras, empunhar uma faca e cortar seu membro. Eu, que aqui escrevo, duvido muito.
Lá na portaria, ouço muitas histórias. Isso que nem eu fico mais de 10 min por lá. O elevador daqui demora muito pra sair do décimo terceiro andar pra chegar à portaria. Nesse meio tempo, ouço cada coisa... Ouvi, outro dia, que encontraram um casal na escadaria do prédio. Os dois eram amantes, os dois eram casados, mas não entre eles. Os dois traiam. A troco de quê? Ah, isso nem eu sei dizer. Por que pessoas traem? O que é traição?
Uma vez, quase fiz isso. Quando fui ver, estava agarrada a alguém que não era o cara que eu namorava. Fiquei tão mal que terminei por telefone mesmo, assim que cheguei em casa. Muitos homens traem, mas as mulheres sentem essa vontade de sentir o perigo, a adrenalina subir mais do que a serotonina ou todas as outras reações químicas que acontecem no nosso corpo.
Falar de amor é difícil e dizer "eu te amo" é mais difícil ainda. Ai, nessa história, o cara não só disse como também beijou ela. Vê se pode? Dizer "eu te amo" é mais à-toa do que o sexo casual? Isso perguntaram quando contavam a história. Na verdade não entendi o porquê de tanto escandalo que fizeram. Ué, eu te amo + beijo é normal entre casais que se amam (eu vivo fazendo isso com o Michel). Só que eles não eram um casal normal. Não entendi se o cara tinha medo da garota ou de uma outra que estava por fora, mas que era um triângulo amoroso, era. Uma menina, que viu tudo, disse que o cara ficou assustado quando ouviu um barulho no corredor e saiu correndo. Confuso...
Minha vizinhança tem muita gente fofoqueira, e assumida. Meu porteiro entra na onda e vai contando pra todo mundo. Tem uma menina que nem mora aqui e vive se atualizando com ele. Certa vez cheguei aqui e me deparei com ela de cochicho com ele. Não sei porquê, ela não gosta de mim. Continuaram cochichando e olhando pra mim. Bizarro, mas acho que ela tem medo de mim, mesmo querendo me desafiar. Acho que ela pensa que eu quero tirar algo que pertence a ela.
Mal ela sabe que tudo que eu quero é que ela saiba cuidar das coisas dela, porque eu bem sei cuidar das minhas. E ando ouvindo pelos corredores fofoqueiros que ela mal sabe segurar o que ela denominou ser dela, como se alguém fosse propriedade.
Na verdade, acho que toda essa história é mentira. Acho que a popularidade inventa essas coisas pra conseguir ibope. Sabe de uma coisa? Tem papos aqui da portaria que nem acredito mais. Um belo dia, me desafiaram a um duelo. Disseram que iam me bater e tals...Ainda ninguém apareceu. Tá vendo como aqui na Cidade Nova todo mundo mente?
Pelo menos aqui no meu prédio...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ainda sobre dia dos namorados...

Começou junho, olha que beleza! Quer coisa mais revigorante do que junho? Mês em que os casais trocam presentinhos, que aqueles que vao passar a data juntos pela primeira vez se descabelam, que aqueles que terminaram recentemente ficam tristes (enchendo a cara de sorvete ou caindo em nights dos solteiros - aliás, jabá! Meu colega de faculdade Cristiano é DJ de uma festa chamada oiQ?, na Lapa, vai ser dia 13 com o tema PEGAEL. Quem se interessar, ai o orkut dele.), aqueles que recebem surpresas, aqueles que esperam ele ligar e tals...

Ai eu gosto de falar de coisas felizes, ainda caindo naquele tema de ser feliz amando e tals... Meus amigos andam mtão apixonados que eu acabo me supreendendo. Acho lindo. Comprei o meu presente pro Michel sem muitas dificuldades...
-Moça, aquele *******, quanto é? -Ah, custa R$*****! -Ótimo, embrulha pra presente!
O que está me matando é dar um toque criativo ao presente. É difícil, mas vou arranjar um jeito. Viva a papelaria!

Falando nos meus amigos (pra encerrar o papo meloso de namorados, porque tenho outras coisas aqui pra debater u.u), não tem coisa mais legal do que ver seu amigo, sua amiga, se entendendo com aquele carinha, aquela menina. Minha amiga Dani se entendeu com um outro Dani e acabei ganhando mais um amigo. Eles ainda estão naquele clima ultra-meloso de inicio de namoro (não dá pra ficar indiferente perto deles!!!), se pegando em qualquer lugar, e isso é engraçado. Com eles, vejo o contraste (positivo, sempre) das fases de um namoro. No inicio, tudo é lindo, rosa e amoroso, que nem com eles dois, que acabaram de fazer um mês. Ai depois a cumplicidade toma mais espaço, o agarra-agarra diminui saudavelmente, o respeito aumenta e o amor fica mais forte. Essa segunda fase eu estou passando. É lindo viver harmoniosamente, com aquele foguinho do início, mas com muita maturidade de dois anos de namoro. Ai o tempo vai passando e as coisas andam ficando mais sérias. E se o tempo passar muito mesmo, elas vão ficando ainda mais sérias e, é claro, mais gostosas. Seria o caso do Marquinhos e da Marcela, que parecem que já casaram, mas esqueceram de avisar a eles sobre. A história deles é cheia de compreensão e carinho, eles se entendem e cuidam um do outro. É fofo.

Minha amiga Tainá, que adora um relacionamento light e distante, encontrou o amor da sua vida: o cara é chileno, lá do Chile mesmo, e ela voltou recentemente de lá com muitas fotos e coraçõeszinhos sobrevoando a cabeça. Relacionamentos a distancia são complicados, mas ela se complica quando o cara mora perto dela. Ela encontra a felicidade sabiamente longe, bem longe de casa. Minha amiga Bel se enrolou nessa também, mas o João é daqui de perto, da Bahia (ok, não tão perto). No caso dela, é engraçado como não há nada oficial, mesmo ele sempre fazendo questão de passra uns dias aqui com ela...

As pessoas, de fato, são diferente. Nós somos diferentes com outras pessoas. Acredito que não sou a mesma que eu era com o meu primeiro namorado sério. Tenho certeza que o Michel não vê os mesmos dilemas que eu tinha com o antigo. Não porque passaram-se anos (exatos 5 anos), mas porque a gente muda e a pessoa que está com a gente é diferente. A tendencia é sempre melhorar. Frustrar-se é normal. A gente aprende que com esse tipo de personalidade a gente não se dá (ou, pra mim, geminiano não poooode!) e esse tipo de atitude não se casa muito bem num relacionamento sério.

Relacionamentos sérios são sérios e devem ser levados a sério. Quanto a isso, poderia ficar contando mil histórias pra vocês. Talvez ao vivo, numa mesinha de bar, porque publicar histórias aqui pela internet é meio brabo, né? Como certa vez que eu reencontrei uma paixonitezinha de infancia aqui pelos arredores...xiiiiiiiii, tem polícia na area, rs!
Tátátá, vou parar por aqui. Falaria muito mais, mas perceberam que faz um frio? Os próximos posts virão com a mesma melancolia de sempre. Talvez o próximo post tragá coisas inacabadas...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O post feliz!!!!!

Entrando no clima de junho, decidi fazer, hoje, o post feliz. E há algo mais feliz do que o amor?
Ah...o amor...amor esse que, até pouco tempo atrás, achava que não era sinonimo de alegria... É dificil se apaixonar, muito mesmo. Viver um grande amor requer muito trabalho e tempo. Dependendo do caso, acaba valendo a pena.
Minha experiência com relacionamentos nunca foi das melhores. O mais engraçado é pegar aqueles diários antigos, soprar a poeira deles e rir de tudo que passei.
A gente tem que aprender com passados, né? Aprendi bastante. E acho que isso é o mais importante. Não é "viver do passado", mas tentar não cometer os mesmos erros, tentar conhecer melhor quem está ao seu lado agora e tals.
Meu primeiro dia dos namorados foi o mais engraçado. Estava na 6a série, tinha 12 anos, namoravinha um menino da minha sala. Ele me deu os chocolates que eu mais gostava e um cartão com o poema da Cecília Meirelles. Na verdade, foi fofo. Ainda éramos muito crianças pra pensar em namoros, mas ele dizia pra minha mãe que íamos nos casar (o que deixou mamãe um tanto apavorada). Confesso que nem eu sabia o que era "casar". Na verdade, aos 12, mal sabia o que era beijar na boca, hehehehe.
Diferente das meninas de 12 de hoje, que já sabem melhor do que eu como se fazem filhos...
Hoje, depois de peregrinar por tantos outros círculos de amizade (e pela cidade também, porque JPA é viagem u.u), tenho a oportunidade de ver muitas das minhas amigas com seus respectivos meninos. Gosto de falar dos meus casais de amigos porque eles emanam alegria. Eles são a prova concreta de que amor e felicidade se juntam harmoniosamente. Hoje vou falar de uma amiga superpoderosa, a Lila, que vai casar. Acho que nunca vi a Lila solteira, não por ela ser saidinha (não é o caso), mas por ela ser muito apaixonada. Ela passou por uns bocadinhos com muito bom humor e encontrou sua tampa da panela... E ela vai casar, do jeito que ela sempre falou: cedo, com alguém que ela amasse muito.
Isso é um post feliz. Feliz também porque estou apaixonada cada vez mais pelo Michel (sim, aquele que não lê meu blog por causa de frustrações amorosas anteriores, prontofalei). Nesse sábado, ele me disse coisas que há muito tempo não ouvia dele. Não que ele nunca me dissesse coisas bonitas, mas acabamos esquecendo, com o passar do tempo, de dizer coisas diferentes e bonitas pra quem a gente gosta. A gente ouvia J-pop no ônibus, indo para o Centro, quando ele me disse "é só olhar pra você que tenho a certeza que quero ficar ao seu lado pra sempre".
Ah, um post feliz. Mais do que feliz, apaixonado. Porque, mesmo que a minha vida vá de um jeito estranho, e eu acabe tropeçando nos meus erros por ai, sei que tenho alguém amado que me faz feliz.
Depois eu falo de mais casais amigos...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Às vezes, eu me importo

Eu não raciocino às 7:30 da manhã. Na verdade, ainda me pergunto porque escolhi ter aula de Português V às 7:30 da manhã com uma professora que é...hum...digamos...rígida demais? Apesar de que, na última quarta-feira, as coisas meio que tederam à outra interpretação.
***
É complicado seguir um caminho que você não escolhe de coração. Você tem talento com aquilo, sabe fazer entende bem e faz um bom trabalho. No entanto, sua paixão não é essa. Esse é meu caso e quem me acompanha aqui muito bem sabe disso.
Só que, às vezes, eu me importo. Me importo com aquele prédio ruído, com aquela poça de lama na entrada, com aquela cachorra pulguenta cheia de pereba, com aquele professor que pega o mesmo 485 que os alunos. Me importo em saber que um curso tão nobre está largado às traças e que, lá dentro daquele prédio ruído temos profissionais de ponta na área de linguística (e variáveis), fonética, gramática, literatura: Claudia Cunha, Eucanaã Ferraz, Fred Góes, Dinah Callou, João Moraes... é triste ver que esses e tantos outros bons profissionais não recebem o valor que eles merecem (não que eu os admire como pessoa, mas como profissionais batalhadores e célebres que são na área de Letras).
E foi numa quarta-feira de maio, às sete e meia da manhã que me deparo com a minha professora de Português V pedindo desculpas:"Hoje não vou dar aula". Ao me sentar, a Jaque e a Bianca Batista me atualizaram:"Ontem foi a reunião com o concelho em favor do curso noturno da [habilitação] Literaturas".
(Vamos pensar primeiro no que é a Ilha do Fundão à noite? No assassinato inexplicável no integração, que matou o cobrador da linha? Nos frequentes assaltos no 485 (usuários de 485, não sentem lá no fundo do buzão!)? Nos tiroteios corriqueiros na Linha Vermelha? Nos corpos boiantes que acompanham a paisagem da janela de quem mora no alojamento? Na precariedade de transporte e segurança que a Ilha do Fundão vem encarando? Pensaram? Ótimo, não preciso falar disso)
Não deu tempo de perguntar a elas sobre o porquê da revolta da professora: ela disse "vou chorar" e chorou. Aquilo me tocou. Foi a primeira vez que vi a minha professora de Português V como uma pessoa. Ela chora e sente tristeza.
Ela explicou o porquê de todo aquele drama: o CA 6 de Outubro, que representa a Faculdade de Letras, está conseguindo mais uma conquista: o curso noturno da Literaturas. Seria uma conquista notória se não fosse nas condições que eles querem: de qualquer jeito. O curso noturno tem que sair ainda esse ano. Ok, e tem professores pra isso? Esse é o primeiro ponto a ser discutido sobre o assunto. Pois é, minha gente, a melhor faculdade de Letras do país está sem professores. Os que estão lá apanham pra manter a qualidade. Nós, alunos (principalmente os apaixonados, grupo no qual não me enquadro) apanhamos pra acompanhar o conceito A da faculdade. Nós estudamos de manhã e tivemos que dizer não a várias propostas excelentes de emprego/estágio. Eu mesma tive que abrir mão de uma oportunidade excelente e divertida de tentar aprender a gostar de sala de aula, quando ouvi a coordenadora de um colégio religioso no Pechincha me dizer que o trabalho consumia a parte da manhã. O curso noturno é necessário. E também se faz necessário abrir concursos com numerosas vagas. Eles querem abrir apenas 11, 4 para o setor de LP. Como 4 professores vão dar conta de 9 matérias de Português, se eles só podem dar conta de três ementas?
Além disso, eles querem aumentar a carga horária. Então não adianta você que estuda de manhã e precisa da faculdade a noite. Sai da Letras e tenta de novo! Português 9...para aumentar a carga e formar...PROFESSORES????? Professor? É só isso que podemos fazer com o diploma de Letras? Ser professor? Aquele professor que ouve desaforos de alunos de escola municipal? Aquele que tem que diblar o analfabetismo funcional dos alunos de 9o ano? E se eu não quiser ser professora? Pra onde vai meu interesse em pesquisar coisas, sejam lá quais forem? E se eu quiser me aventurar numa editora? Saraiva, Ática, Nova Fronteira...?
A Sílvia chorou, então, na frente de todos. Ela deve ter se lembrando do duro que deu pra ser pesquisadora. Lá está ela hoje, dando aula de sintaxe, no bloco H. Ela, humana, que sente e que, provavelmente, não ama a sala de aula.
Eu chorei. Não por mim, ou pelo que encontraria no futuro. Por isso, já chorei muito. Chorei por todos naquela sala, que teriam o mesmo destino dela. Por aqueles que querem fazer Letras a noite ano que vem. Chorei pela minha impotência, porque me importo com aquele prédio ruidinho no meio de tanta tecnologia Petrobrás.
***
E o post feliz? Cadê?

terça-feira, 12 de maio de 2009

[OFF]Faz tempo, não?

Sim, sim, eu tô sem saco pra escrever. O que não é motivo pra sumir do blog.
Estou sem internet, tive uma DR braba no último fim de semana, passei por uma semana trevas de provas, a JIC tá me tirando o sono, ou seja, o post feliz que prometi a vocês vai demorar um 'cadim...

Fabiana, muito obrigada pelo selim. Assim que as coisas se ajustarem na minha vida, vou compartilhar o carinho via blogworld, ok?

E muito obrigada àqueles que passam por aqui, principlamente pelos que lêem e comentam. Esse blog existe porque tem público, e o meu público gosta (não sei porque, dizem que eu escrevo bem, hahaha).

Ando conhecendo uns blogs leckais e vou compartilhar com vocês depois que minha net voltar às boas. Acreditem: to no computador da faculdade postando escondido, rs.

As coisas estão mudando na minha vida e estou entrando numa nova fase. Quem sabe venha o tão esperado post feliz?

domingo, 19 de abril de 2009

"Isso não é aula!"

É mais pra desabafo. E ainda estou mau humorada.

***

Outra vez ouvi essa frase. Desta vez, não fiquei chateada, mas a frustração tomou conta de mim. Michel disse que por mais que montemos aulas geniais e alternativas, pra sairmos da rotina e rendermos mais, os alunos nunca aceitarão coisas novas.
Em parte, ele tem razão. Por outra, acho que o conceito de didática anda muito retorcido. Assisto as aulas de Psicologia da Educação I e saio revoltadíssima de lá. Como "boas alternativas didáticas"? Como "aprovação automática para não desestimular o aluno"? Como "cotas pra inclusão social"?
Tudo isso me revolta e não sei qual caminho seguir. Se sou boa ou má professora, já sei o que sou (e não convém ao assunto). Mas se o ensino é bom ou ruim, já não sei mais. Não sei mais se é um lance hoje em dia que pode avançar, progredir. A escola torna-se um instrumento de comércio, um instrumento de vantagens, mas nunca beneficia o aluno. E de que aluno estamos falando? Daquele que é capaz de aceitar formas alternativas de aprendizado? O aprender por aprender? O que me espera(ria) nessa vida? O que está guardado pra mim?
Como eu faço pra sair dessa sinuca de bico? Cada vez menos amo a Letras, amo menos a licenciatura, amo menos o ensino, seja lá de que jeito for, público ou privado. Não quero viver essa vida e essa é uma angústia que me acompanhou por esse dia todinho, preso em minha garganta ao lado de quem mais entende do assunto (e que nunca poderá me ajudar ou entender).

***

É uma sensação de sufoco, mas eu precisava falar. Desculpa. O próximo post será mais alegrinho, juro =P

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um dia

Andei meio afastada do blog. Simplesmente, andei meio mau humorada demais pra escrever algo que fosse bacana ou engraçadinho. Na verdade, ando de mau humor até hoje, o que é normal. Normal pra quem vem aguentando uma TPM pura, ou, pra quem sabe a minha rotina atual.
Dae aulas está sendo uma atividade frustrante. O que é assustador, porque com o diploma que terei daqui a um ano, só poderei fazer isso: dar aula. Isso não é assustador? Você se forma pra fazer apenas uma coisa. Você não tem opções e talvez nunca terá. Se você não gosta do que faz, azar o teu!

***

As borboletas vivem só um dia.
Essa foi a filosofia que apliquei durante uma conversa despreocupada com a Jaque, lá na faculdade. É estranho pensar no futuro, porque é esquisito saber que, mais cedo ou mais tarde, você não está com os amigos, com o namorado (ou namorada, ou esposa, ou lanchinho da madrugada), com a família. É assustador pensar que você só pode ser jovem uma vez. E as borboletas vivem toda a sua vida durante esse um dia. Elas voam de flor em flor durante um dia. Elas namoram e copulam nesse um dia de vida, porque não haverá outro...
Clichê? Talvez. Até o ponto em que eu paro e penso: por que a gente toma essas decisões que não dão mais pra voltar atras? Fazemos e dizemos coisas que não eram pra serem feitas ou ditas. E achamos que temos ainda muito tempo pra refaze-las.
Acho que nosso tempo na vida é tão curto quanto o das borboletas. O lance é que, pra elas, é o suficiente, porque elas não precisam pensar em voltar atras. E a gente tem essa necessidade de se arrepender de tudo que decidimos fazer, não sei como eu posso explicar.
Só sei que eu me arrependi de uma escolha que fiz de cabeça quente. Escolha essa que terei que arcar com ela pelo resto da minha vida.

***

Eram duas borboletas amarelas se acasalando...tão lindo!

terça-feira, 10 de março de 2009

Chuva, cadeiras e passinhos

Foram horas de espera. Detalhes a parte não fazem sentido aqui, agora. Não importa agora o que aconteceu antes ou depois daquele momento tão confuso e sonhador. Também não importa se são feios ou bonitos ou se um deles não está mais cantando. São outras coisas que importam.
Não sabia que eu rejuveneceria tão rapidamente. Sabia, estava preparada para o bombardeio de imagens. Externas e internas. Sabia que seria mais forte do que eu poderia suportar.
Cantar as músicas enquanto esperamos por eles foi o de menos. Também foi o de menos a expectativa de esperá-los tão perto do palco. Lá estávamos nós, praticamente junto com eles, vendo aquela movimentação do camarim.
E quando as luzes se apagaram, as cortinas cairam e lá estavam eles de costas, vestidos de lutadores de boxe, senti meu coração surrar dentro do meu peito. Seria capaz de fechar os olhos e viajar, tal qual fui alertada antes daquele dia. Voltaríamos aos 15 anos, reviveríamos tudo.
Foi gostoso rever a propaganda na revista sobre o CD deles. Meninas dizendo o quão bonito era aquele cara mais alto da capa do CD. Olhei pra propaganda e fiz pouco caso; na verdade, queria ler a reportagem sobre as Spice Girls, que era fã. Naquele dia, a revista passou de mão em mão; dos meninos, pra ler a reportagem, das meninas, pra ver quem eram aqueles cinco meninos fazendo pose no muro para a foto azulada.
Foi a Diana que me disse que aquela foto era a capa do segundo CD deles. O nome do grupo queria dizer algo sobre os garotos da rua de trás e, confesso, não entendi muito bem o significado, mas a música parecia ser boa. Ela levou o discman escondido pra escola, e nos apresentou Everybody. Ficamos fãns na hora.
Ao telefone, uma de nós nos contou que eles estavam na MTV. A mesma música, usando roupas de monstros, quase um remake de Thriller, do Michael Jackson. Foi ali que virei adolescente de fato, que nem as de hoje, que deliram ao som de Jonas Brothers. Na minha época, eram os Backstreet Boys. Na época da minha madrinha, eram os Menudos e New Kids.
Comprei o segundo CD meio que no desespero. Precisava ouvir as outras músicas. Era a primeira música que eu me identificava, All I Have To Give. Passara a infancia ao som de Commodors, ABBA, Carpetens, Michael Jackson, mas eles não causaram o mesmo impacto que 10000 Promisses ou Nobody But You.
As tardes na casa da Livia, vendo os clipes do primeiro CD (que comprei depois de decorar o segundo) eram de lei. Eu, ela e Juju. O Kevin na tela era motivo de suspiro. Éramos nós três deitadas no chão de boca aberta, meio paralisadas, assistindo o clássico Quit Playin' Games na TV.
O primeiro menino que comecei a olhar assim, mais de outro jeito, o David, me marcou com Darlin', numa certa vez (talvez a única) que eu ouvira no radinho de uma das secretárias do cursinho de espanhol que fazíamos (e ele estava junto). Foi meu primeiro fora. E meu primeiro CD arranhado (e justamente na faixa 10...).
Já tinha 14 anos quando comecei a namorar. Foi mais ou menos no lançamento de Millenuim, que não foi o melhor CD do grupo, mas marcou a minha fase de primeiro amor. I Need You Tonight me fazia lembrar do Marcos. Os amigos dele compraram o CD e ficavam ouvindo no recreio, aprendendo as músicas e acompanhando o papo das meninas. Numa das inúmeras festinhas de 15 anos, o Marcos me puxou pra dançar essa mesmo, I Need You Tonight. Quando terminamos o namoro, era só Millenium que eu ouvia e sentia sua falta em segredo.
A Katia já era minha melhor amiga quando dançávamos Everybody no fundo da sala na hora do recreio. Mesmo já sendo uma música antiga, ainda era a nossa preferida. O CD Black and Blue lançou quando eu já suspirava por How Did I Fall In Love With You: era meu primeiro amor.
A partir daí, aos poucos, os Backstreet Boys deram lugar a outras bandas, outras músicas, outros gostos. Meu irmão, o Pedro, me apresentara aos Guns n' Roses. O namorado, na época o Davi, me apresentara os Red Hot Chilli Peppers. Meus primos, ao Mettallica. O tempo foi passando e percebi que só ouvia música na loja onde trabalhei por dois anos: Corpo e Alma. Alicia Keys, Ana Carolina, Manu Chao, U2... Os Backstreet Boys ficaram esquecidos na gaveta mais profunda da minha lembrança; a alegria da adolescencia ficou para trás e parecia que isso não teria mais volta...
Eu estava no quarto vestibular quando eles lançaram Never Gone. Não esperava mais que eles voltassem à mídia. Comprei o CD achando que eles não estavam mais como em We've Got Goin' On, mas me surpreendi quando percebi que I Still... e Siberia dialogavam com a minha fossa da época.
As coisas, pra mim, melhoraram quando eles voltaram à ativa. Ligava a TV e via o clipe Incomplete, justamente na época em que soube que todo o martírio de vestibular já estava com os dias contados: UFRJ ou UFF, você escolhe. Foi ai que decidi dizer adeus a tudo que me incomodava com Lose It All: larguei a fossa de um amor não mais correspondido e mergulhei na alegria de me redescobrir.
E então, o show. As lembranças não paravam de passar na minha cabeça. Todo mundo tem um símbolo de alguma lembrança. Todas as luzes, os acordes, me faziam lembrar de amizades que se foram, de amores que marcaram, de uma época tão inocente e feliz que a gente até se perde. E quando o show acabou, não sabia mais onde eu estava. Eram tantas as emoções que pouco parecem ai escrever aqui.
Ao sair do Via Park, percebi que estava eu, não mais aos 15 anos, aprendendo a cantar em inglês com a Katia no meio da aula de matemática, ou aos 13, assistindo aos clipes de Backstreet Back com a Livia. Eu tinha 24, e, com medo de toda aquela doçura ser esquecida outra vez, ao chegar em casa, liguei o som bem baixinho. Não podemos perder as coisas que são boas pra gente.

***
I know that I, I can't believe
Just what the path has brought me
To the man I wanna be
And I know that we have had some times
That we can't forget the struggle
Cause we have so far to go
I know we have changed but,
Change can be so good
So let's not forget why it's understood that...

CHORUS

Time
Look where we are
And what we've been through
Time
Sharin' our dreams
Time, it goes on and on everyday, baby
Time is what it is come what may

I remember when mom used to say
That things are getting better
And you'll soon be on your way
Remember those days, that we would sing at
The drop of a dime
Way back when nothing else mattered
Oh, I know we've changed but,
Change can be so good
Oh, so let's not forget why it's understood that...

CHORUS - repeat

So here we are
And we'll always stay together
And through it all you know
We owe it all to you, you, you and you
(Time goes on, never stops, it keeps on)

CHORUS - repeat 2X

Time, it goes on and on everyday
Time is what it is, come what may, come what may.......

domingo, 1 de março de 2009

Alguma coisa engraçada acontecendo

(...)
So climb aboard my journey deep inside,
Better late than dead on time,
Ooh, it's you I know that you have got to feed,
Ooh, don't take from me more than you really need
(...)
You've got it...
Feelin' kind of funny when I'm with you honey,
Feelin' kinda queezy I ain't that easy.
We've got something kinda funny
(Spice Girls)
***
É tão engraçado como as coisas funcionam nesse mundo. Como as pessoas usam das palavras pra persuadir as outras. Como sair correndo por ai pra dar a volta no quarteirão e reencontrá-lo de novo pode ser tão casual, mesmo sendo tão improvisado e devidamente pensado.
Tem uma janelinha no meu cotidiano. Eu olho pra ela, mas às vezes ela não me diz nada. Hoje ela me disse muitas coisas e me alertou de uma coisa que eu achava que já tinha acontecido: ainda tem alguma coisa engraçada acontecendo.
Profundo, não disse nada que faça sentido hoje. Mas depois vocês vão entender, acredite...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Será que a sorte virá num realejo?

Ainda falando sobre importancias (e a nova reforma ortográfica que não me deixa tirar onda de professora de portugues ¬¬), quero falar de alguém importante hoje.

***

Uma vez falei de pessoas que passam pela nossa vida e pessoas que ficam. Não me lembro direito do que falei ao exato, mas a conclusão era que a gente tinha que conhecer algumas pessoas, se machucar com elas, pra poder encarar outras. Que toda a nossa vida estaria sempre entrelaçada, como se a gente aprendesse a viver primeiro para depois viver de fato, como aconteceu comigo recentemente, quando percebi que tive realmente que passar por namorados peculiares e esquisitos para poder ficar calejada para o grande amor que vivo hoje.
Ainda sobre o lance daquela música "eu hoje joguei tanta coisa fora, e, lendo os bilhetes, eu penso no que eu fiz, cartas e fotografias, gente que foi embora, a casa fica bem melhor assim" (ah, sim, será um post musical!), é engraçado como a gente vive acreditando que as coisas vão durar. Vivi uma história intensa (porque amigos também podem ser intensos) acreditando que tudo era pra sempre, "sem saber que o pra sempre sempre acaba".
E acabou.
Acabou de uma forma triste, presente todos os dias na minha vida, que me tomou tempos de reflexão e alguns textos (alguns desencessários) no meu blog. Foi por volta de novembro do ano passado que me dei conta do tempo que perdi gastando com algo que já tinha perdido. Perdi, foda-se, o lance é seguir em frente. Tem pessoas que servem de ponte para a chegada das outras, e apenas para isso. Elas marcam, mudam nossa vida de tal forma, mas são verdadeiras pontes. Elas nos preparam para vivermos, de fato.
Hoje alguém me disse que queria muito comprar uma camiseta com os dizeres "os opostos se distraem, os dispostos se atraem", de outra música também. É a música que legenda uma foto minha do orkut. E ela faz todo o sentido na nossa história. Estávamos dispostas a unirmos, e nos unimos. E, mesmo que eu descubra lá na frente que ela (ou eu, porque podemos ser pontes para outras pessoas) foi alguma outra ponte, sei que, assim como a ponte que nos uniu, esta mudará as nossas vidas. E que o importante é que agora estamos juntas, e estaremos até quando o tempo permitir. Não importa mais. Esse é o sentido do inutilla truncat e do carpe diem, que os árcades tanto defenderam em seus poemas bucólicos.

***
Será que a sorte virá num realejo?
Trazendo o pão da manhã
A faca e o queijo
Ou talvez... um beijo teu
Que me empreste a alegria... que me faça juntar
Todo resto do dia... meu café, meu jantar
Meu mundo inteiro...
que é tão fácil de enxergar... E chegar

Nenhum medo que possa enfrentar
Nem segredo que possa contar

Enquanto e tão cedo
Tão cedo

Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim

Será que a noite vira num vilarejo
vejo a ponte que levara o que desejo
admiro o que há de lindo e o que há de ser... você

Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim

"Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem"
***

Post dedicado à Dani, a pequena mais bonitinha que conheço!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Cortar as correntes

Durou um segundo, mas vai me seguir pelo resto da vida a partir de agora.
Hoje, em meio à minha TPM (que me deixa profunda, mas tentarei poupá-los disso =P), fiquei enfurecida com o comportamento de algumas das pessoas que fizeram parte da minha história. Sai meio atordoada de casa, decidida a pegar o primeiro onibus que passasse em direção a praia. Qual praia? Não importava. A última vez que fui à praia sozinha foi uma experiencia de 15 minutos (graças ao Michel, que me ligou carente - falo mesmo u.u - pedindo atenção. Fazer o que, eu amo aquele cara! Fui atras dele!) inesquecível. No que sentei na areia do posto 5 da Barra e vi aquele mar tão grande eu comecei a calcular os valores da minha vida e o que (e quem, principalmente) eu dou mais valor do que realmente merece. Experimente fazer isso um dia; pense nas coisas que você dá valor e calcule se ela realmente merece. Não sejamos hipócritas: nem todos merecem o valor que nós damos, nem tudo merece o valor que dedicamos.
Enfim, fui parar no Leblon, posto 12, perto do ponto final do 438 Rebouças. Fiquei lá deitada, calculando valores, lendo livro, pegando sol. Voltei pra casa, tomei um banho, fui para o ballet (ah, sim, haverá um post só sobre o ballet, mas não hoje, nao agora), voltei.
Recebi um e-mail vindo do passado (uau, adorei esse nome para quem o merece!), o que me diverte. Li uns recados no orkut que fecharam com os meus devaneios.
Tentar esquecer é uma coisa. Querer esquecer é outra. O ser humano é feito de passado. Nós vivemos, erramos e aprendemos com eles. Faria tudo de novo se fosse o caso, ou até erraria mais. Acho que quando a gente toma um caminho esquisito, a gente acaba chegando em outro lugar, que se torna melhor. A gente chega lá calejado, o que é muito importante. O homem que nunca sentiu medo morre de coragem em excesso. Não botamos o dedo na tomada porque nos ensinaram a não colocá-lo, mas, para isso, precisou alguém colocar o dedo e tomar um grande choque. Passado é bom, passado faz parte.
Fomos gordos, magros, depressivos, tivemos problemas, passamos por boas fases...vocês conseguem entender o que eu digo? Negar tudo isso é negar a si mesmo! Emagreci muito quando tive princípio de Síndrome do Pânico, em 2003. Cerca de 10kg. Não tenho fotos pra provar (só aquela que está no orkut, do baile de formatura - depois vocês olham, se vocês quiserem) porque não queria ter essa lembranças registrada pra mim. Lembrar de algo violentamente triste. Não aidantou. A lembrança ainda é forte, e ainda tenho alguns pensamentos daquela época. Não porque eu quero, mas porque é impulsivo, inevitável. Luto para viver todos os dias. Acabei pegando o gosto e desisti de ser suicida (ah, isso é outra história).
Achei uma caixa de cartas. Quero esquecer que elas existem, mas ainda não me sinto preparada para eliminar todas. Elas fazem parte do meu passado e jogá-las fora seria negar o que eu fui.
No orkut, tirei três fotos antigas. Fiquei muito triste que duas pessoas tenham preferido negar seu passado junto comigo ("Ai, estou feia", "Ai, estou gorda").
Desvencilhar-se do que é ruim. Entendi finalmente o que significa inutilla truncat.

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Quero dedicar esse post mega confuso à Ananda, a baixinha mais querida da Holanda =P

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

6 coisas sobre mim!

Então, o Marcelo me lançou esse desafio: pegar 6 coisas entre as tantas coisas da minha vida e listar aqui no blog. Isso vai ser difícil, tenho tanta coisa pra falar...Heehehe, vamos lá!

1 - Por muito tempo, sonhei em fazer biomedicina, mas depois de umas frustações da vida, me conformei em ser professora de português, rs. Faço Letras na UFRJ e vou começar o sexto perído. Ano que vem é a minha formatura e meu vestido será roxo com muito decote (dá licença?).

2 - Namoro há quase 2 anos o Michel, e acho que nunca fui tão feliz quanto sou agora, depois de já ter passado por diversos perrengues. Nosso relacionamento é diferente, a gente se diverte muito um com o outro, até em meio às responsabilidades do namoro ou da vida. Fiz muitos amigos, conheci muitos lugares, passei por grandes aventuras (um dia escreverei o livro "Minhas Aventuras na CDD" =D) e aprendo muito com ele, já que ele é professor de duas escolas públicas e o ajudo nos serviços simples (como ditar as notas do alunos para ele colocar no diário, rs).

3 - Acredito em Deus, tenho fé Nele, mas não sigo uma religião determinada. Acho que religião não é pura porque é criação do homem, e se ele é um pecador, não faz sentido, né? Eu também acho que é um assunto mega delicado de se tratar, mas é importante. Hoje em dias as pessoas brigam por conta de religião e essas rixas só fazem sentido porque são todas criações do homem, e não de Deus.

4 - Sou fã de O Teatro Mágico, BSB, Spice Girls, U2 e GnR, o que prova que sou meio eclética, rs. Nutro uma simpatia por RBD, sou louca por filmes da Disney e adoro assitir uma boa comédia, com esquetes e coisas do cotidiano.

5 - Faço jazz atualmente, mas já fiz 8 anos de ballet, 6 anos de coral e cerca de 8 meses de Tae Kwon Do. Gosto muito de artes, sou muito ligada à música e cultura. Gosto muito de luta porque está intimamente ligada a uma cultura que admiro muito, que é a oriental. É uma arte coreana, baseada em só chute (WTF) ou com soco também (ITF, que era o que fazia). Dançar também é muito revigorante pra mim, treina minha concentração e os movimentos do meu corpo ficam menos brutos.

6 - Tenho muitos amigos e, no último ano, perdi alguns e ganhei um monte. Toda perda é um prejuízo, e todo ganho é um lucro, e é muito ruim descobrir a realidade de pessoas em quem você confiou durante um certo tempo. Gosto de amizades que nascem sem nenhum compromisso, que quando você percebe, você já conta com aquela pessoa faz tempo. As que existem desde sempre são, para mim, uma extensão da minha vida, são pessoas que vão ficar comigo para sempre de verdade.

Aff, tinha mais coisa, mas fica nisso mesmo, eu hein?!

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A chuva não pára, e ela me deixa triste.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Lembrar de que, mesmo?

Adoro arrumar o quarto.

Na verdade, não é minha atividade preferida, mas não deixo de gostar.
É interessante quando se chega aos 24 anos, sendo outra pessoa, tendo mais história pra contar. Numa das milhares de caixas, achei fotos da Pat adolescente. Incrível como as lembranças vieram no mesmo jato de velocidade, já que ela e eu compartilhamos as mesmas histórias.
É bom lembrar-se de tudo que já foi feito e saber que passando por tantas coisas ela pôde construir o que eu sou hoje. É engraçado vermos como somos tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo. Como ganhamos e perdemos amigos. Como as lembranças trouxeram saudades, raiva, alegria, tristeza...
Achei uma foto de 8 anos atras que me fez rir. Eu e uma amiga gostaram do mesmo cara. Na foto, eram nós duas e ele, mais alguns amigos. Lembro-me bem que foi incrível descobrir que a amizade é mais forte do que qualquer coisa, até mais forte do que paixonites. Quando se tem 15 anos, vivemos paixonites. Elas s
ão engraçadas porque nos fazem aprender. Fiquei apaixonada por verdadeiro "fogo no rabo" por esse cara. Ele não tinha nenhum atributo que o favorecesse. Talvez por ser alto, ou por ser inteligente. Características que sempre nos chamou atençao. A inteligência sempre foi uma característica que "nós" sempre buscamos de melhor nas pessoas. Inteligência foi o que mais ela quis ter. Aquela coisa de fazer tudo com grande facilidade. Entender seu lugar no mundo.

Minha mãe achou uns rabiscos de criança. Uns desenhos infantis, expressando sua real necessidade de ser alguém. Dançar bem, seguir bem uma profissão, fazer o seja-lá-o-que-for bem feito. Nossa vida sempre foi a indecisão que senti na pele. A decepção que eu senti da frustração de não conseguir realizar seu sonho de se encontrar no seu espaço. Ou "nosso" espaço sempre foi este, na frente de uma sala de aula? Insensato destino, tal qual a música...

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Os diários são engraçados, sofridos, mágicos.Por alguns anos, ela guardou extremas mágoas de uma paixão incrivelmente turbulenta. Perdeu amigos. Perdeu chances, oportunidades. Passou por grandes vexames. Encontrei as fotos, tantas dessa época, os dezessete anos, com a saia pregueada curta, a camisa branca de botões azuis. Magra, ossos salientes no rosto, olheiras. Sorriso triste e cansado estampava a foto guardada por anos como uma grande e bonita lembrança. Bons tempos, fortes tempos de aprendizado e frustração. Nesta época, ela aprendeu que as pessoas são capazes de tudo. Carrego a cicatriz de uma fase dura que ela viveu. Carrego a marca de não saber amar, de ter medo...
Os bilhetinhos, as cartas, dedicatórias na agenda. Amigos...ora, tão queridos e curiosos. Cartas engraçadas guardadas com carinho, desenhos que um grande amigo fez dela. Momentos esses que eu gosto de sair da cena e observar. Um bolo comprado com a vaquin
ha de última hora, novos amigos.

A última marca de prejuízo "nos" trouxe tantas boas comanhias. Perder um amigo é sempre um grande prejuízo. O último talvez tenha sido o mais forte, porém o mais cheio de liçoes (e ainda dá pra sentir a falta dessa pessoa). Percebi que existem amigos e pessoas que estão com você. Por 3 anos, elas foram amigas. Mas chegou um momento em que eu descobri que ela so esteve junto de "nós" e, um dia, de verdade, tinha que partir. Entre essa grande decepção, alguém chegou tão de mansinho que eu, logo eu atenta, eu observadora, nem percebi. E quando vi, estávamos dividindo a mesma grade do show do Teatro Mágico. Ela não preencheu o vazio que a outra deixou, mas me proporciona hoje uma experiência diferente, uma amizade engraçada e acolhedora, que me fez esquecer a decepção, e que me ensinou que, ué, fazer o quê, pessoas vão, deixem-nas serem felizes!
Cartas, fotos, diários...registros de lembranças passadas que não sao minhas e são. A festa à fantasia do pré-vestibular onde
estudou (em que ela foi de estudante e...bem, deixa pra lá), o último dia de aula da escola, o dia do trote da Letras (manchas de tinta na bolsa azul), o aniversário da coordenadora do pré-vestibular onde trabalhou (e o beijo que iniciou um relacionamento divertido e cheio de carinho), momentos que devem ser guardados como longos aprendizados. Lances de força, praticidades, coisas do tipo.
Acho que só não sei como devo lembrar de coisas, como devo passá-las para frente. São histórias, marcas, traumas, vitórias, decisões que...Pra que elas serviam mesmo?
Ah...outro dia eu continuo.
Quero trazer lembranças e contar pra vocês...

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Aos novos amigos, que estão comigo e me fazem felizes..

domingo, 11 de janeiro de 2009

Everyone

As luzes me cegaram de repente e eu não sabia que poderia voltar atras. A música estava alta, e todos já haviam passado pelo palco. Contar até 8; será a minha vez de entrar.

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Eu não sabia a tensão que tantos holofotes eram capazes de causar em alguém. Dias antes, quando visitei o teatro, subi no palco apagado, ensaiei com a calça preta e a blusa de boneca e foi como se fosse mais um de tantos dias iguais. Experimentar aquelas roupas tão coloridas, comprar aquele batom tão vermelho (céus, como se usa batom vermelho numa cara tão branca??), contar os dias...e aquela semana se arrastou como se estivesse atada a correntes. E quando esse dia chegou, algo aconteceu no meu estômago. Maquiagem, cabelo, gel, meia-calça, banho, não se esqueça do pente, do batom vermelho... Mas nada me deixou tão tensa quanto os holofotes. Saber que as pessoas poderiam olhar para mim me deixava cheia de borboletas em meu estômago...apesar de que poderiam não olhar para mim...
(senti vontades de abandonar os ensaios, as danças...as vezes, sentia que era tranparente...até o dia que alguém me olhou...e todo mundo olhou pra mim...e eu tive vontade de sumir)

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A dança faz parte da minha vida porque fez parte da dela. O Ballet...ah, as mesmas sensações, as mesmas dedicações...tardes na cozinha costurando enfeites de cabelo...Agora eu estava dando continuidade ao seu projeto: o Jazz. Era gostoso sentir as mesmas sensações de frio na barriga. Trocas de roupa enlouquecidas nos camarins. Ensaiar bastante, esquecer do mundo lá fora. Torcer para que o relógio se arraste em segundos para que aquela energia durasse mais. Torcer pro tempo voar pra chegar logo o grande dia. Toda aquela tenção de roupas, coreografias e maquiagens. Isso é legal porque alguém teve a idéia e acreditamos nela. No fim do ano, chegamos a salvo, agradecendo os aplausos com todos os holofotes sobre nós. Durante o ano, ensaiamos, viramos o pé, desmaiamos, nos ferimos, trabalhamos de corpo e alma. Tudo isso porque acreditamos e achamos lindo um trabalho feito com dedicação. No final, tudo sai perfeito: as roupas entram, as palmas saem coordenadamente, as crianças acertam os passos... Mesmo que eu me sinta, às vezes, como se eu não dançasse tão bem, saí do teatro com vontade de fazer tudo outra vez.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Coisas

Na verdade, confesso que não tenho muito que dizer. Não sei se esse blog tem espaço para sonhos e angústias, é isso que venho sentindo. É complicado você se conformar com a derrota, mas pior ainda é, mesmo sabendo que tudo foi por água abaixo, você ainda ter que dar de cara com ela.
Confesso que eu não queria que a terça chegasse...
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Em março, algo novo vai acontecer comigo. Irei ao show da banda da adolescencia dela. A sensação de ter 14 anos, como ela tinha, é assustadoramente revigorante.
Esse show vai ser demais!
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As luzes me cegaram de repente e eu não sabia que poderia voltar atras. A música estava alta, e todos já haviam passado pelo palco. Contar até 8; será a minha vez de entrar.
Continuação no próximo post =D