quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sofrer está embutido no pacote...

Aí a gente tá de bobeira e se apaixona. Beleza. Vamos ao cinema, vamos à praia, vamos sair pra jantar. Aí a gentetenta conquistar aquela pessoa. Podem acontecer duas coisas nessa conquista: ou de dar certo, ou de não dar certo.
O conceito de "dar certo" é meio confuso pra ser definido como padrão. Às vezes, a gente se apaixona por alguém que nem merece metade do nosso carinho, ai esse alguém esnoba a gente e a gente acha que não deu certo. Ok, mas como a gente sabe que aquele esnobador não merece a gente?
Sempre tive o coração muito aberto. Nunca tive medo de me apaixonar, mesmo vivendo as mil aventuras que vivi (alguns leitores sabem muito bem que aventuras são essas, mas deixemos algumas delas em off). Me apaixonei perdidamente por alguém que me custou "grandes amizades", alguns vestibulares e bastante sossego. Isso faz tempo. Era nova, estava saindo do colégio.E, por mais que meus amigos me falassem que ele não era o cara pra mim, eu arrisquei. Não porque eu fosse idiota (lógico que, depois que tudo acabou, mergulhei naquela deprê e acreditei que era uma tremenda idiota. Mas quando se tem 19 anos, a gente sempre se acha idiota), mas porque eu sempre soube que sofrer estava embutido no pacote. Que pacote?
Esse pacote a gente recebe assim que a gente se apaixona. Nele contém as inúmeras doses de carinho, gargalhadas, respeito, expectativa, surpresas, sogra, sexo, amigos e, é claro, o sofrimento. A gente sofre (muito ou pouco) sempre em qualquer relacionamento. E como eu sempre soube desse adicional, fui em frente, porque eu queria descobrir sozinha se o cara era mesmo o tal do príncipe encantado ou apenas um sapo verruguento.
Ok, depois de dois anos, descobri que ele era um sapo, o que não me decepcionou em nenhum momento. Passei por uns meses de isolamento, achava que eu estava errada em algo que eu não sabia o que era (mas sabia que um dia eu ia descobrir), meus amigos me ajudaram muito nessa e passei por essa fase nem muitos danos. A partir deste momento, tive duas opções: ter aversão total por por relacionamentos ou botar a fila pra rodar. Sabia que, se eu botasse a fila pra rodar, receberia outro pacote com os mesmos ítens de fábrica: carinho, gargalhadas, respeito, expectativa, surpresas, sogra, sexo, amigos e, é claro, o sofrimento. Botei a fila pra andar, namorei outro carinha e me decepcionei outra vez. Já mais amadurecida, e com os pés na faculdade, o sofrimento foi muito mais brando.
Mesmo depois de namorar dois sapos verruguentos, continuei observando a vida ao meu redor e passei a acreditar que o amor podia, sim, ser lindo. Muitos amigos meus estavam apaixonados, felizes, curtindo a vida adoidado. Depois de ver O Segredo e confessar à minha amiga Tainá que eu já tinha tudo que precisava, e que só faltava um grande amor que me fizesse feliz, conheci o Michel e essa história vocês já conhecem.
Por que eu falo tudo isso hoje? Porque nesse meio tempo, uma das minhas melhores amigas entrou para o hall das solteiras. E quando ela teve que escolher entre a aversão ao amor e a fila rodando, ela escolheu a primeira opção. O que me impressionou bastante, porque eu sempre escolhi a segunda e sempre achei que essa escolha fosse natural pra quem não desiste de acreditar que o ser humano vive melhor acompanhado. Depois que ela tomou essa decisão, alguns caras (a maioria sapos) tentaram, em vão, conquistá-la. Acredito que ela fique de cara com o princípe e, nessa filosofia rebelde de não acreditar mais em histórias de amor, ela o perca de vista, e passe seus dias sozinha. Disso, sendo eu a melhor amiga dela, tenho muito medo.
Foi nesses dias agora que eu fiquei pensando nisso e hoje, contando a história dela pro Michel (não vou expor essa história aqui, em respeito a ela, mas foi parecida com a minha), refleti nas minhas decisões de seguir em frente ou não. Ontem, indo pra Taquara, a dani me falou algo que completa esse pesnamento:"tem que ir de cabeça, principalmente porque EU SEI que vai dar certo." E mesmo se não der, a gente foi de cabeça. Se machucou, sofreu, porque tá tudo incluido no pacote. E criou marcas, feridas, a gente aprende e amadurece. É disso que a vida é feita, não é mesmo?

sábado, 25 de julho de 2009

As pérolas que encontro quando arrumo o quarto

Meu quarto, que é conhecido por todos como uma grande zona (sim, eu tenho vergonha dele...), esconde mistérios que eu nem conheço. Aqui vai um deles:

Eu não quero dormir.
Tudo roda a minha vida e meus músculos relaxam. A imagem se multiplica, embaça. Vejo um vulto de uma mulher na minha frente e ela não pára de falar.
"Esta é a formulação do exílio dentro da história..."
Minha mão afrouxa e meus olhos fecham. Carinho no cabelo na mão do amigo. Voz tão distante... Meus olhos querem fechar.
Chocolate, guaraná e um pouco de açaí. Nada adianta. Minha mente criou um conforto na carteira dura e eu posso sentir meus travesseiros. É sí a voz dela. Meu sono grita e berra mais alto que a voz dela. A professora não ouve meu sono? Meus músculos querem esticar, bocejar e minhas costas enrijecem.
"A paródia se compromete com uma nova construção de sentido..."
O Gonçalves escreveu o poema que a rofessora recitou. Ele me contou do sabiá e todo mundo faz o sabiá igual. O bichinho voa na janela enquanto recita com uma voz tão enjoada "não permita Deus que eu morra..."
Sinto minha mão apertada pela mão do colega. Abra os olhos! Não quero dormir, mas a minha cabeça tomba.
"Mas o sabiá também está exilado"
O sabiá vai pousar na minha cabeça. Ele vai acabar embarcando comigo para o Brasil. Lá na frente, posso ouvir tão longe uma voz aguda, enjoada, chata. O céu é tão azul e o sol esquenta o sabiá. Esquentou, esquentou... O sabiá virou galeto.
Meu amigo sacode minha mão. Não dorme, não dorme! Boceja...uaaaah..."a rua 15 é onde os poetas se encontravam em 1920"
O Oswald tá chegando e a Tarsila já está aqui com o Mario. O Villa-Lobos disse que vinha só amanhã, então a gente vai ficar aqui na Rua 15 enquanto a Fátima recita Quintana na frente da carteira.
Você dorme muito! Ai, acorda, não quero dormir! Meus olhos lacrimejam e minhas mãos não seguram firmemente a caneta. Ela dança em meus dedos tão frouxos e nem sei mais o que escrever. Como vai ficar com os olhos abertos? Não dá, eu sei que não dá, avisa pro Quintana... O sabiá é quem volta, e a terra nem tem mais palmeiras. Pro Oswald tem palmares e sinto minha mão sacodida, mas já estou na Rua 15 escutando Chico Buarque.

05/2007

Achei isso aí (nunca sei o nome que dou às besteiras que escrevo. Dá vontade de chamá-las de porcarias, mas sinto um leve apreço por elas) no meio do meu caderno de Fundamentos da Cultura Brasileira I, aula que, teoricamente, era sobre cultura e história do Brasil mesclado com literatura. A professora nos obrigou a comprar um livro dela de poesias (que é uma tristeza profuda - nunca sei porque determinadas pessoas entram na carreira da Letras. Acho que, como meu caso, deve ter sido falta de competência...) e o livro só fala de Tarsila do Amaral. Nesta aula ela nos obrigou a ouvir duas horas de todos os poemas baseados na Canção do Exílio, de Gonçalves Dias e eu, como sempre, tava caindo de sono. Enfim, nunca vi utilidade pra isso.

***

Ganhei um selinho da Fabi. Eis o selinho:

Regras do selinho:
1) O selo deverá ser exibido no blog.
2) Linkar o blog que indicou o selinho.
3) Listar cinco desejos de consumo que te deixariam mais glamurosa.
4) E como o que é bom é para dividir, deverá indicar dez amigos para receber o selinho e avisá-los do mimo, é claro!

Meus cinco desejos de consumo:
1. Um apartamento só meu. Só meu mesmo, com as minhas coisas, com as minhas roupas e a minha bagunça. E, é claro, o namorado jogado na minha cama de vez em quando...
2. Merivão, todos sabem disso!
3. Um laboratório, igual ao do Dexter.
4. Uma daquelas máquinas fotográficas profissionais super legais da Sony.
5. É claro, um Nintendo Wii ou um XBox 360 \o/ - se for os dois, tá bacana!

Olha, eu não tenho 10 links de cabeça aqui comigo, mas eu mando esse selinho pra todo mundo, viu? Pro Marcos, pra Marcela, pro Daniel, pra Beth, pra Aline, enfim... Quem quiser um selinho, to distribuindo!

Pelamordedeus, esse selinho daqui do blog, não vão pensar bobagem... Esse povo sem inocência...

domingo, 19 de julho de 2009

Longe de tudo

Depois de um mês sem dar as caras por aqui, resolvo aparecer para (pra variar) um post reflexivo. Vou tentar nao ser muito profunda, ok?

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Quanto mais tentamos, parece que ficamos mais longe do que a gente quer. Queremos agarrar o mundo inteiro com mãos tão pequenas e impotentes, e acabamos com medo de perder tudo que está no nosso colo. Por alguma veia da nossa vida, a gente recebe alguma crítica, algum desgosto, algum fracasso. Não dá pra se sair bem em tudo.
Confesso que não consigo ver meus vídeos de dança sem largar a crítica. Como minha flexibilidade deixa a desejar, como estou abaixo do nível de que eu gostaria, errei nisso e naquilo... É bacana ouvir das amigas que acompanham a trajetória desde o início (valeu Dani e Bel!!!) o quanto melhorei e o quão segura estou diante das luzes dos holofotes, e não duvido de nada disso. Na verdade, para uma pessoa tão perfeccionista quanto eu, é difícil reconhecer que aquilo está razoável. Teimosia, eu sei. No entanto, está muito longe do que eu sempre quis quando pequena (ah, sim, quando eu era criança, desejava muito saber dançar e ter bom condicionamento físico. Sempre me julguei a mais fraquinha da turma de ballet da escola, mas insistia porque acreditava que um dia eu seria boa).
Minha vida anda uma grande zona e tudo que eu precisava era do colo dos amigos. Tomei uma decisão monstruosamente forte na minha vida (que, com certeza, marcou um setor da minha trajetória) e eu só preciso de apoio. Sei que muitos me criticam e me questionam por ter decidido interromper um caminho firme para andar numa estrada imprevisível e perigosa, mas confesso que não quero ouvir o que meus amigos têm a dizer. Fico muito triste quando meus amigos cobram e exigem de mim coisas que, às vezes, não consigo dar conta. Espero compreensão sempre deles, mas às vezes acho que não tenho muita sorte. Amigos exigem muito mais do que meu próprio namorado. Exigem mais atenção, mais presença, mais ligações, mais atitudes. Não, queridos amigos, agora não posso. E queria muito que eles escutassem quando grito por socorro. Mas que não criticassem, nem questionem.
Foi outro dia que sofri um "ataque terrorista". Foi o dia mais difícil dos últimos 5 anos. Foi ontem à noite que fui altamente criticada por um erro que eu não cometi. Que eu deveria ter feito isso ou aquilo. E os golpes de taekwon-do? Oitenta reais por mês jogados fora em 9 meses? O que não souberam é que não é tão fácil quanto a gente quer, quanto a gente pensa.
Lá vou eu de novo para a única oportunidade que terei na minha vida. Que me deixem tentar. Que me deixem longe de tudo, por favor. Deixa eu tentar dessa vez e deixa eu conseguir. Deixa eu pegar as coisas aos poucos. Não me liguem para perguntar como ando, pois serão horas ao telefone. Deixa eu tentar, só dessa vez, ser boa dançarina, vencer uma conquistazinha de sonho de criança. Deixa me explicar que eu tentei, mas que, infelizmente, não consegui.
É complicado e reflexivo (merda!), mas talvez eu suma mais ainda do blog.