quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Será que a sorte virá num realejo?

Ainda falando sobre importancias (e a nova reforma ortográfica que não me deixa tirar onda de professora de portugues ¬¬), quero falar de alguém importante hoje.

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Uma vez falei de pessoas que passam pela nossa vida e pessoas que ficam. Não me lembro direito do que falei ao exato, mas a conclusão era que a gente tinha que conhecer algumas pessoas, se machucar com elas, pra poder encarar outras. Que toda a nossa vida estaria sempre entrelaçada, como se a gente aprendesse a viver primeiro para depois viver de fato, como aconteceu comigo recentemente, quando percebi que tive realmente que passar por namorados peculiares e esquisitos para poder ficar calejada para o grande amor que vivo hoje.
Ainda sobre o lance daquela música "eu hoje joguei tanta coisa fora, e, lendo os bilhetes, eu penso no que eu fiz, cartas e fotografias, gente que foi embora, a casa fica bem melhor assim" (ah, sim, será um post musical!), é engraçado como a gente vive acreditando que as coisas vão durar. Vivi uma história intensa (porque amigos também podem ser intensos) acreditando que tudo era pra sempre, "sem saber que o pra sempre sempre acaba".
E acabou.
Acabou de uma forma triste, presente todos os dias na minha vida, que me tomou tempos de reflexão e alguns textos (alguns desencessários) no meu blog. Foi por volta de novembro do ano passado que me dei conta do tempo que perdi gastando com algo que já tinha perdido. Perdi, foda-se, o lance é seguir em frente. Tem pessoas que servem de ponte para a chegada das outras, e apenas para isso. Elas marcam, mudam nossa vida de tal forma, mas são verdadeiras pontes. Elas nos preparam para vivermos, de fato.
Hoje alguém me disse que queria muito comprar uma camiseta com os dizeres "os opostos se distraem, os dispostos se atraem", de outra música também. É a música que legenda uma foto minha do orkut. E ela faz todo o sentido na nossa história. Estávamos dispostas a unirmos, e nos unimos. E, mesmo que eu descubra lá na frente que ela (ou eu, porque podemos ser pontes para outras pessoas) foi alguma outra ponte, sei que, assim como a ponte que nos uniu, esta mudará as nossas vidas. E que o importante é que agora estamos juntas, e estaremos até quando o tempo permitir. Não importa mais. Esse é o sentido do inutilla truncat e do carpe diem, que os árcades tanto defenderam em seus poemas bucólicos.

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Será que a sorte virá num realejo?
Trazendo o pão da manhã
A faca e o queijo
Ou talvez... um beijo teu
Que me empreste a alegria... que me faça juntar
Todo resto do dia... meu café, meu jantar
Meu mundo inteiro...
que é tão fácil de enxergar... E chegar

Nenhum medo que possa enfrentar
Nem segredo que possa contar

Enquanto e tão cedo
Tão cedo

Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim

Será que a noite vira num vilarejo
vejo a ponte que levara o que desejo
admiro o que há de lindo e o que há de ser... você

Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim

"Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem"
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Post dedicado à Dani, a pequena mais bonitinha que conheço!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Cortar as correntes

Durou um segundo, mas vai me seguir pelo resto da vida a partir de agora.
Hoje, em meio à minha TPM (que me deixa profunda, mas tentarei poupá-los disso =P), fiquei enfurecida com o comportamento de algumas das pessoas que fizeram parte da minha história. Sai meio atordoada de casa, decidida a pegar o primeiro onibus que passasse em direção a praia. Qual praia? Não importava. A última vez que fui à praia sozinha foi uma experiencia de 15 minutos (graças ao Michel, que me ligou carente - falo mesmo u.u - pedindo atenção. Fazer o que, eu amo aquele cara! Fui atras dele!) inesquecível. No que sentei na areia do posto 5 da Barra e vi aquele mar tão grande eu comecei a calcular os valores da minha vida e o que (e quem, principalmente) eu dou mais valor do que realmente merece. Experimente fazer isso um dia; pense nas coisas que você dá valor e calcule se ela realmente merece. Não sejamos hipócritas: nem todos merecem o valor que nós damos, nem tudo merece o valor que dedicamos.
Enfim, fui parar no Leblon, posto 12, perto do ponto final do 438 Rebouças. Fiquei lá deitada, calculando valores, lendo livro, pegando sol. Voltei pra casa, tomei um banho, fui para o ballet (ah, sim, haverá um post só sobre o ballet, mas não hoje, nao agora), voltei.
Recebi um e-mail vindo do passado (uau, adorei esse nome para quem o merece!), o que me diverte. Li uns recados no orkut que fecharam com os meus devaneios.
Tentar esquecer é uma coisa. Querer esquecer é outra. O ser humano é feito de passado. Nós vivemos, erramos e aprendemos com eles. Faria tudo de novo se fosse o caso, ou até erraria mais. Acho que quando a gente toma um caminho esquisito, a gente acaba chegando em outro lugar, que se torna melhor. A gente chega lá calejado, o que é muito importante. O homem que nunca sentiu medo morre de coragem em excesso. Não botamos o dedo na tomada porque nos ensinaram a não colocá-lo, mas, para isso, precisou alguém colocar o dedo e tomar um grande choque. Passado é bom, passado faz parte.
Fomos gordos, magros, depressivos, tivemos problemas, passamos por boas fases...vocês conseguem entender o que eu digo? Negar tudo isso é negar a si mesmo! Emagreci muito quando tive princípio de Síndrome do Pânico, em 2003. Cerca de 10kg. Não tenho fotos pra provar (só aquela que está no orkut, do baile de formatura - depois vocês olham, se vocês quiserem) porque não queria ter essa lembranças registrada pra mim. Lembrar de algo violentamente triste. Não aidantou. A lembrança ainda é forte, e ainda tenho alguns pensamentos daquela época. Não porque eu quero, mas porque é impulsivo, inevitável. Luto para viver todos os dias. Acabei pegando o gosto e desisti de ser suicida (ah, isso é outra história).
Achei uma caixa de cartas. Quero esquecer que elas existem, mas ainda não me sinto preparada para eliminar todas. Elas fazem parte do meu passado e jogá-las fora seria negar o que eu fui.
No orkut, tirei três fotos antigas. Fiquei muito triste que duas pessoas tenham preferido negar seu passado junto comigo ("Ai, estou feia", "Ai, estou gorda").
Desvencilhar-se do que é ruim. Entendi finalmente o que significa inutilla truncat.

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Quero dedicar esse post mega confuso à Ananda, a baixinha mais querida da Holanda =P