quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Cortar as correntes

Durou um segundo, mas vai me seguir pelo resto da vida a partir de agora.
Hoje, em meio à minha TPM (que me deixa profunda, mas tentarei poupá-los disso =P), fiquei enfurecida com o comportamento de algumas das pessoas que fizeram parte da minha história. Sai meio atordoada de casa, decidida a pegar o primeiro onibus que passasse em direção a praia. Qual praia? Não importava. A última vez que fui à praia sozinha foi uma experiencia de 15 minutos (graças ao Michel, que me ligou carente - falo mesmo u.u - pedindo atenção. Fazer o que, eu amo aquele cara! Fui atras dele!) inesquecível. No que sentei na areia do posto 5 da Barra e vi aquele mar tão grande eu comecei a calcular os valores da minha vida e o que (e quem, principalmente) eu dou mais valor do que realmente merece. Experimente fazer isso um dia; pense nas coisas que você dá valor e calcule se ela realmente merece. Não sejamos hipócritas: nem todos merecem o valor que nós damos, nem tudo merece o valor que dedicamos.
Enfim, fui parar no Leblon, posto 12, perto do ponto final do 438 Rebouças. Fiquei lá deitada, calculando valores, lendo livro, pegando sol. Voltei pra casa, tomei um banho, fui para o ballet (ah, sim, haverá um post só sobre o ballet, mas não hoje, nao agora), voltei.
Recebi um e-mail vindo do passado (uau, adorei esse nome para quem o merece!), o que me diverte. Li uns recados no orkut que fecharam com os meus devaneios.
Tentar esquecer é uma coisa. Querer esquecer é outra. O ser humano é feito de passado. Nós vivemos, erramos e aprendemos com eles. Faria tudo de novo se fosse o caso, ou até erraria mais. Acho que quando a gente toma um caminho esquisito, a gente acaba chegando em outro lugar, que se torna melhor. A gente chega lá calejado, o que é muito importante. O homem que nunca sentiu medo morre de coragem em excesso. Não botamos o dedo na tomada porque nos ensinaram a não colocá-lo, mas, para isso, precisou alguém colocar o dedo e tomar um grande choque. Passado é bom, passado faz parte.
Fomos gordos, magros, depressivos, tivemos problemas, passamos por boas fases...vocês conseguem entender o que eu digo? Negar tudo isso é negar a si mesmo! Emagreci muito quando tive princípio de Síndrome do Pânico, em 2003. Cerca de 10kg. Não tenho fotos pra provar (só aquela que está no orkut, do baile de formatura - depois vocês olham, se vocês quiserem) porque não queria ter essa lembranças registrada pra mim. Lembrar de algo violentamente triste. Não aidantou. A lembrança ainda é forte, e ainda tenho alguns pensamentos daquela época. Não porque eu quero, mas porque é impulsivo, inevitável. Luto para viver todos os dias. Acabei pegando o gosto e desisti de ser suicida (ah, isso é outra história).
Achei uma caixa de cartas. Quero esquecer que elas existem, mas ainda não me sinto preparada para eliminar todas. Elas fazem parte do meu passado e jogá-las fora seria negar o que eu fui.
No orkut, tirei três fotos antigas. Fiquei muito triste que duas pessoas tenham preferido negar seu passado junto comigo ("Ai, estou feia", "Ai, estou gorda").
Desvencilhar-se do que é ruim. Entendi finalmente o que significa inutilla truncat.

***

Quero dedicar esse post mega confuso à Ananda, a baixinha mais querida da Holanda =P

Um comentário:

  1. Oi, querida! Nossa, que loucura! eu vi que vc tinha postado algo novo e corri pra ler, e dei de cara com meu nome e um print-scream dos meus coments na sua foto no orkut.
    Eu li tudo oq vc disse, e entendi oq vc qr dizer. Sim! mesmo vc tendo escrito tudo isso com uma emoçao forte (oq eh bem claro para o leitor), vc se fez entender! =) Eu não esqueço das coisas pelas quais passei tb, e sei q elas me fizeram eu ser quem eu sou, na verdade eu sempre revivo mtas das coisas pelas quais passei na minha cabeça... É verdade que eu queimei uma caixa cheia de cartas e memorias, na verdade.. se eu voltasse no passado eu nao teria queimado, mas como te disse antes, eu estava naqueles dias... No momento presente as vezes eu passo por certas situaçoes q me fazem qrer ter essas memorias guardadas de volta, preu poder ler e relembrar certas cosias sobre mim mesma... mas nao tenho... e fico triste. Entao eu aconselharia a nao queimar, nem jogar nada no lixo, tá certo que tem gente que nao merece nossas memorias, mas tem partes dentro da gente que nao devem ser enterradas, tem coisas sobre a gente tb... q nunca mudam... e é bom se manter consciente disso. =)
    Muito obrigada por dedicar o post a mim. =) Vc está na lista de pessoas q moram dentro do meu coração, e aqueles seis meses de amizade parece q vai perdurar pra vida toda, né? fico feliz... eu sempre quis encontrar verdadeiros amigos =)

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