terça-feira, 6 de outubro de 2009

O poder do etanol

Não sou de beber.
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Juro! Minha história com o etanol começou tarde. Eu tinha 21 anos quando o Laio, grande amigo da faculdade, me levou à Reitoria. A Reitoria foi, por muito tempo, um célebre lugar de encontro dos boêmios do Fundão. Foi lá que bebi minha primeira Itaipava.
De experiência com pessoas bêbadas, já sabia como se bebe. Almocei bacanamente e fui beber com os amigos. Chupava uma Halls de menta a caminho de casa e pronto: já estava tudo bem. Não que o segredo fosse somente esse, mas nunca passara dos 2 copos até o dia em que eu inventei de conhecer as saudosas choppadas da pista de aeromodelismo. Quem entrou no Fundão antes de 2007 sabe como era legal sair de uma aula caspulenta de sexta e se perder naquele mato com a cara cheia de birita. Bem, foi lá meu primeiro pilequinho. Estava solteira na época, então era divertido virar Gummy e rir da cara dos amigos. Naquele dia, foi um festival de chifre da parte dos amigos...
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Na verdade, estou contando sobre minhas experiencias etílicas porque lembrei de uma antiga colega minha da escola que, bêbada, pediu pra que eu lhe desse um soco na sua cara. Na hora, não entendi nada, mas depois meu pai me explicou que ela estava bêbada seriamente. Eu tinha 14 anos.
Quando você bebe, meio que você perde o medo, perde a noção, perde a sensibilidade. Você é capaz de falar coisas e fazer coisas e eu, que sempre achei que era psicológico, me surpreendi quando, ao levantar da mesa de plástico do barzinho da Reitoria, não achei o chão e caí. Como uma profunda admiradora das ciências biológicas, como todo mundo sabe, logo fui investigando os processos alcoólicos e do porquê que a Lei Seca é tão importante na nossa vida de trânsito.
Foi em São Paulo que senti medo de morrer pela primeira vez. Bebi além da conta, mas ainda era a mais sóbria do grupo que tinha ido a uma baladinha supimpa de Vila Madalena. Porém, não sei dirigir. Com toda aquela vodka na cabeça, eu mal sabia o que podia acontecer comigo. O som alto dentro do carro, minhas primas cantando. Fiquei com muito medo e achei que aquele carro ia entrar num poste paulista.
Tirando essa aventura tão arriscada, ultimamente venho sentindo essa vontade extravagante de sair fora do mundo. Assim, no pleonasmo mesmo. A vida anda tão puxada pra todos; olho para os lados e todos os caminhos são difíceis. Tem vezes que entendo como alguém começa a beber. Às vezes, entendo porque algumas delas não conseguem parar. Se a tendencia ao vício do álcool for realmente genética, como estudam há bastante tempo, tenho tudo pra ser alcoólatra.
Na numa festinha dos amigos da faculdade que descobri o que é sair do mundo. Depois do sexto copo de vodka (a quantidade importa menos do que as condições na qual você bebe, lembre-se disso), senti que tinha o poder de fazer qualquer coisa naquela festa. Tinha o poder de dançar, de cantar, de pular, de fazer spacatto, de falar o que eu bem entendesse. Não era eu. Tudo que eu não queria era ficar de porre, mas tudo que eu mais pedia aos amigos era que enchesse meu copo. Foi tenso, angustiante e, ao mesmo tempo, libertário, porque eu sentia que tinha o poder. De quê, eu não sei.
Depois de um tempo, olhando nos olhos das pessoas que sempre amei, me cercando numa mesa do shopping, que entendi que não podia nada. Quando voltei a si, entendi que podia fazer uma coisa inclusive sóbria: fazer com que rissem de mim, de maneira positiva. Dizem que sou bêbada sem álcool. E sou mesmo.
Mas juro pra vocês que eu não sou de beber...

4 comentários:

  1. Existe mais um poder que o alcool dá... o de vomitar as tripas! rsrsrsrsrsrsrs

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  2. kk o q o namorado falou tenho q concordar...jah tive infelizmente essa experiência....mas as vezes eh muito bom beber, mas é preciso saber parar...e se vc não conseguir saber ter amigos ao redor mais sóbrios q vc que confie hehehehe

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  3. flor... o melhor porre é o sobrio!
    falo isso por experiencia propria! beber é mto bom, como disse Dani, mas melhor ainda é vc se divertir horrores, fazer coisas incriveis e, no dia seguinte, estar inteirissima e lembrando de tudo!!!


    tendo dito isso, completo: eu tenho pavor d ficar de porre e fazer alguma M mto grande, pq eu ja as faço sobria, imagina bebada! hauahauahauhauahauaa

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  4. Não gosto, sinceramente, de beber. Tb comecei "tarde", segundo os padrões dessa juventude (nossa, o velho falando, hahahahahahahahh). Meu 1º álcool foi aos 19, tb na faculdade. Foui meu primeiro porre, meu primeiro gosto de guarda-chuva na boca, e o último de todos. Aprendi a beber, e só bebo qdo quero, oq quero e qto eu acho q devo. E não é mto, pq minha família tem sérios problemas de alcoolismo e outras dependencias químicas. Qto á lei Seca, tb spu super favorável, mas essas discussões jurídicas deixo pra depois. Bjs amiga!!!!! PS: Meu blog mudou: http://livroaberto1.blogspot.com/. Muda lá na sua lista de blogs, senão não atualiam meus posts no seu blog!!

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