sábado, 25 de julho de 2009

As pérolas que encontro quando arrumo o quarto

Meu quarto, que é conhecido por todos como uma grande zona (sim, eu tenho vergonha dele...), esconde mistérios que eu nem conheço. Aqui vai um deles:

Eu não quero dormir.
Tudo roda a minha vida e meus músculos relaxam. A imagem se multiplica, embaça. Vejo um vulto de uma mulher na minha frente e ela não pára de falar.
"Esta é a formulação do exílio dentro da história..."
Minha mão afrouxa e meus olhos fecham. Carinho no cabelo na mão do amigo. Voz tão distante... Meus olhos querem fechar.
Chocolate, guaraná e um pouco de açaí. Nada adianta. Minha mente criou um conforto na carteira dura e eu posso sentir meus travesseiros. É sí a voz dela. Meu sono grita e berra mais alto que a voz dela. A professora não ouve meu sono? Meus músculos querem esticar, bocejar e minhas costas enrijecem.
"A paródia se compromete com uma nova construção de sentido..."
O Gonçalves escreveu o poema que a rofessora recitou. Ele me contou do sabiá e todo mundo faz o sabiá igual. O bichinho voa na janela enquanto recita com uma voz tão enjoada "não permita Deus que eu morra..."
Sinto minha mão apertada pela mão do colega. Abra os olhos! Não quero dormir, mas a minha cabeça tomba.
"Mas o sabiá também está exilado"
O sabiá vai pousar na minha cabeça. Ele vai acabar embarcando comigo para o Brasil. Lá na frente, posso ouvir tão longe uma voz aguda, enjoada, chata. O céu é tão azul e o sol esquenta o sabiá. Esquentou, esquentou... O sabiá virou galeto.
Meu amigo sacode minha mão. Não dorme, não dorme! Boceja...uaaaah..."a rua 15 é onde os poetas se encontravam em 1920"
O Oswald tá chegando e a Tarsila já está aqui com o Mario. O Villa-Lobos disse que vinha só amanhã, então a gente vai ficar aqui na Rua 15 enquanto a Fátima recita Quintana na frente da carteira.
Você dorme muito! Ai, acorda, não quero dormir! Meus olhos lacrimejam e minhas mãos não seguram firmemente a caneta. Ela dança em meus dedos tão frouxos e nem sei mais o que escrever. Como vai ficar com os olhos abertos? Não dá, eu sei que não dá, avisa pro Quintana... O sabiá é quem volta, e a terra nem tem mais palmeiras. Pro Oswald tem palmares e sinto minha mão sacodida, mas já estou na Rua 15 escutando Chico Buarque.

05/2007

Achei isso aí (nunca sei o nome que dou às besteiras que escrevo. Dá vontade de chamá-las de porcarias, mas sinto um leve apreço por elas) no meio do meu caderno de Fundamentos da Cultura Brasileira I, aula que, teoricamente, era sobre cultura e história do Brasil mesclado com literatura. A professora nos obrigou a comprar um livro dela de poesias (que é uma tristeza profuda - nunca sei porque determinadas pessoas entram na carreira da Letras. Acho que, como meu caso, deve ter sido falta de competência...) e o livro só fala de Tarsila do Amaral. Nesta aula ela nos obrigou a ouvir duas horas de todos os poemas baseados na Canção do Exílio, de Gonçalves Dias e eu, como sempre, tava caindo de sono. Enfim, nunca vi utilidade pra isso.

***

Ganhei um selinho da Fabi. Eis o selinho:

Regras do selinho:
1) O selo deverá ser exibido no blog.
2) Linkar o blog que indicou o selinho.
3) Listar cinco desejos de consumo que te deixariam mais glamurosa.
4) E como o que é bom é para dividir, deverá indicar dez amigos para receber o selinho e avisá-los do mimo, é claro!

Meus cinco desejos de consumo:
1. Um apartamento só meu. Só meu mesmo, com as minhas coisas, com as minhas roupas e a minha bagunça. E, é claro, o namorado jogado na minha cama de vez em quando...
2. Merivão, todos sabem disso!
3. Um laboratório, igual ao do Dexter.
4. Uma daquelas máquinas fotográficas profissionais super legais da Sony.
5. É claro, um Nintendo Wii ou um XBox 360 \o/ - se for os dois, tá bacana!

Olha, eu não tenho 10 links de cabeça aqui comigo, mas eu mando esse selinho pra todo mundo, viu? Pro Marcos, pra Marcela, pro Daniel, pra Beth, pra Aline, enfim... Quem quiser um selinho, to distribuindo!

Pelamordedeus, esse selinho daqui do blog, não vão pensar bobagem... Esse povo sem inocência...

3 comentários:

  1. entao... exceto o lab de dexter, eu tb quero tudo isso q vc colocou! hahahaha
    =)

    tb nunca dou titulo ao q escrevo, só p os contos... mas guardo td num caderninho proprio...


    eu sei q to sumida, mas ta um frio horroroso esses dias e aqui onde fica o computador é um gelo... mas nao abandonei vcs nao, ta?!!? =)

    saudade...
    bjooo

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  2. Vai dar o selinho? "Ah, que delícia" (voz de fofão)

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  3. Gente, adorei o poema q vc escreveu, descreveu mtas coisas da minah vida ali naquelas linhas, hhahahahahahah Adoro sua criativdiade e suas postagens. E, é claro, adoro vc, amiga!! Bjs!!!

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